Meio que reticente, até outro dia, antes de ser surpreendido com a boca na botija (para delírio dos aliados golpistas), Taques parecia não ceder, mas acabou cedendo em 100% aos apelos da politicalha, oferecendo as secretarias do Estado de “porteira fechada” aqueles que, no outro golpe, o de 64, Tancredo Neves os teria chamado de “Canalhas! Canalhas! Canalhas!”
Demorou, mas os velhacos de sempre, sempre retornam na maior “cara de
pau” ao comando da “velha política estadual”. Se acotovelando entre
eles mesmos, e atropelando todos os princípios, “lutam com garra” para
assumir o melhor espaço nos “portões” de acesso aos cofres estaduais.
Meio que reticente, até outro dia, antes de ser surpreendido com a
boca na botija (para delírio dos aliados golpistas), Taques parecia não
ceder, mas acabou cedendo em 100% aos apelos da politicalha, oferecendo
as secretarias do Estado de “porteira fechada” aqueles que, no golpe de
64, Tancredo Neves chamaria de “Canalhas! Canalhas! Canalhas!”
Isso é a confirmação de que o eleitor mato-grossense tem sido vítima
de maus gestores e aproveitadores desde há muito tempo, e que a
incompetência e a mentira estão quase vencendo a esperança. É triste
admitir isso (que estamos à deriva), mas é melhor saber do drama do que
viver com a expectativa de que alguma coisa vá melhorar, e ante o quadro
visto, sofrer mais e mais decepções.
O cidadão comum chegou até a sonhar que a tal reforma administrativa
seria o freio dos penduricalhos dos gabinetes extraordinários,
diminuindo, assim, os milhares de cargos comissionados. Enfim, que a
partir daí, se fizesse uma reengenharia administrativa para melhorar os
serviços públicos e ao mesmo tempo pudesse diminuir os seus custos.
Porém, além de perpetuar os muitos supérfluos, não há tendência
alguma de melhorar. Muito pelo contrário, o que se vê por parte da atual
administração são ataques permanentes aos servidores efetivos, críticas
desleais às carreiras que são essenciais para o bom funcionamento da
estrutura do Estado, e o loteamento do governo entre os partidos
políticos de coronéis das penumbras.
As múmias estão vivas! Muito vivas e continuam sedentas por dinheiro
público, e como outrora, são recebidas com pompas no Palácio!
O Estado de Mato Grosso de fato teve uma crise de arrecadação, mas de
resto todo o país a teve, e isso foi o reflexo direto do golpe contra a
democracia, que retirou a autonomia e a validade do voto popular,
colocando em seu lugar um grupo de aves de rapina (tucanos à frente)
para dilapidar o patrimônio público, os direitos dos trabalhadores e
massacrar ainda mais os empobrecidos.
Ao permitir a entrega do patrimônio nacional para os países e
empresas estrangeiras, retirar direitos sociais e encher ainda mais o
bolso dos banqueiros, o golpe e os golpistas estão acabando com a
possibilidade de que o Brasil possa ser respeitado por suas virtudes. E
de quebra patrocinam uma radical transformação de nosso país em uma
espécie de república haitiana.
É lógico que, em grande parte, a culpa do desemprego, do
empobrecimento, das brumas de tom cinza carregadas de incertezas que se
espalham pelo país afora, como consequência do golpe, são também das
madames paneleiras, dos coxinhas desmiolados, dos militontos nazi-doidos
e dos midiotas embevecidos pelo noticiário da Rede Globo, mas que agora
estão mais amarelados do que a cor das páginas da revista Veja e da
camiseta da CBF que vestiram.
Taques orgulhosamente se apresentou ao país como o primeiro
governador a apoiar o golpe. E agora, para piorar ainda mais sua
situação, em contradição com o que pregava na campanha, ele loteia a
gestão do Estado aos partidos “aliados”, entre estes, o PSDB que “cedeu”
seus “melhores quadros” para arrecadar dinheiro na Secretaria de
Educação, retirando o futuro de nossos jovens. Dessa forma, Pedro Taques
sepultou de vez sua carreira política e, nesse cortejo fúnebre, foi-se
também a esperança de alguns milhares de enganados por suas falsas
promessas (confesso que fui um desses).
Ora, entregar a pasta do sistema penitenciário a um gestor que não
explicou o lance do avião que teria sido superfaturado é aumentar a
população do nosso “Triângulo das Bermudas” da má gestão. É um exemplo
claro de que não se respeita a meritocracia e os bons hábitos
administrativos. Isso sem mencionar que se trata de área sensível, que
vem gerando problemas graves em Estados vizinhos.
Porque não prestigiar pessoas da carreira de agente penitenciário?
A última falácia do governador é anunciar um concurso para 3 mil
cargos de professores na secretaria de Educação, quando cerca de 60% do
quadro de professores da rede pública estadual é formado por contratados
precariamente (os chamados interinos). Significa que manteremos essa
prática nefasta, que prejudica a qualidade do ensino e revela uma
péssima gestão.
Com um agravante: servidores temporários contribuem com um outro
sistema previdenciário, os recursos da contribuição patronal e do
trabalhador são descontados na folha de pagamento, mas não são
recolhidos ao cofres mato-grossenses. Mais burrice impossível!
Sabemos que faltam profissionais no sistema prisional e na Politec,
mas esses concursos anunciados não são apenas para “inglês ver”?
Se não for engodo, por que os servidores aprovados no concurso do
Detran, outro espaço que sofre com a má gestão, não são convocados e
nomeados? E porque gastar R$ 70 milhões com propaganda, incensando
alguns sites noticiosos que agridem servidores efetivos, criando “lista
de supersalários”? Ora, será que dá para publicar a lista de quem
(agências, empresas e profissionais) recebeu e dividiu a bolada de
milhões da área de propaganda do governo?
Por fim, não é terceirizando a gestão, dividindo a administração de
áreas sensíveis com partidos políticos atolados em corrupção, que as
coisas vão melhorar em nosso Estado. O tempo passa, e cada vez tenho
menos esperança de que Pedro Taques irá ouvir o choro da população
empobrecida.
Antonio Cavalcante Filho, cidadão, escreve às sextas feiras neste Blog. E-mail: antoniocavalcantefilho@outlook.com
Fonte RD News
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