O “pacote malvadeza” está sendo preparado pelo governador Taques, e
deverá impactar uma enormidade para os trabalhadores, de modo especial,
mas, ao estado todo, de um modo geral. É que o grande contribuinte da
circulação de mercadorias e geração de tributos, como o ICMS (Imposto
sobre circulação de mercadorias e serviços), é exatamente o servidor
público. É ele que gasta seus recursos no comércio local, movimentando a
cadeia da economia, provocando distribuição de renda e geração de
riquezas.
As malvadezas do Pedrinho deixarão marcas profundas! Há quem diga que
o governo quer congelar gastos com salários durante os próximos 10
anos
RD News
Por Antonio Cavalcante Filho
Criou-se uma cultura no Brasil de que o ano novo realmente só começa após o fecho das festas de Momo, portanto com o carnaval findado, após a quarta-feira de cinzas de 2017, é que devemos começar a nos atentar para as angústias do Ano Novo.
Por Antonio Cavalcante Filho
Criou-se uma cultura no Brasil de que o ano novo realmente só começa após o fecho das festas de Momo, portanto com o carnaval findado, após a quarta-feira de cinzas de 2017, é que devemos começar a nos atentar para as angústias do Ano Novo.
Foco, meu povo.
E, para nós mato-grossenses, essa agonia de ano novo não é somente
uma figura de linguagem, ela se materializa na incapacidade
administrativa dos gestores que levam o Estado à beira do abismo; à
falta de liderança que obriga o governo a dar afagos e abraços naqueles
que – até bem pouco tempo – seguravam “os braços” do assim chamado
“braço político” do crime organizado. Basta dizer que os principais
cargos de planejamento e execução das secretarias que mais interessam
aos cidadãos estão sendo loteadas entre partidos e políticos aliados.
Tudo aquilo que o candidato Pedro Taques criticava e excomungava quando
pedia votos, agora pratica sem, ao menos, enrubescer perante os cidadãos
que nele confiaram.
É um fim melancólico.
O governador não cumpriu a metade do mandato e já iniciou vertiginosa
campanha para a reeleição, lançando mão de todas as armas disponíveis,
privilegiando aquele método que sempre condenou: o troca-troca. O chato
disso tudo é que se fala em reforma administrativa, como se isso se
resumisse à troca de secretários de perfis técnicos por outros que se
alinham à velha politicalha pantaneira. E o interesse público, o
interesse do povo mato-grossense... bem, isso vai para o beleléu. Não há
nenhum projeto de relevância a ser implementado para o povo, a
assembleia legislativa gasta mais tempo se preocupando em como ampliar
os repasses de dinheiro e nos modos mais eficazes de auxiliar o governo a
reduzir os direitos dos trabalhadores do serviço público.
O “pacote malvadeza” está sendo preparado pelo governador Taques, e
deverá impactar uma enormidade para os trabalhadores, de modo especial,
mas, ao estado todo, de um modo geral. É que o grande contribuinte da
circulação de mercadorias e geração de tributos, como o ICMS (Imposto
sobre circulação de mercadorias e serviços), é exatamente o servidor
público. É ele que gasta seus recursos no comércio local, movimentando a
cadeia da economia, provocando distribuição de renda e geração de
riquezas.
As malvadezas do Pedrinho deixarão marcas profundas! Há quem diga que
o governo quer congelar gastos com salários durante os próximos 10
anos, e isso significa uma geração inteira vendo o resultado do trabalho
sendo corroído pela inflação. A justificativa seria a suposta
existência de um déficit de 1,6 bi, e desse número eu tenho todas as
minhas dúvidas.
Ora, deram o golpe em Dilma, sob a acusação de que as “pedaladas”
estariam gerando déficit de R$ 60 bilhões (Taques: 1,6 x Dilma: 60), mas
o sucessor Temer elevou o “rombo” para R$ 170 bilhões, sem que nenhum
barulho de panelas fosse ouvido. Dados consolidados do IBGE, publicados
em 2014, colocam Mato Grosso como o 14º estado do país no ranking do
PIB, e o orçamento aprovado para este ano de 2017, está na faixa de R$
18,5 bilhões. Se, de fato, há um rombo de R$ 1,6 bilhão nas contas,
então isso seria no montante de 2,3% do PIB estadual, ou quase 10% do
orçamento anual. Sem dúvidas, poderíamos dizer que o Mato Grosso estaria
“quebrado”, inclusive porque o mato-grossense Pedro Taques teria
alcançado, no plano estadual, cerca de 1% da pedalada de R$ 170 bilhões,
praticada por Michel Temer nas contas nacionais.
Pois bem.
O resultado da má gestão será coberto pelo aumento da contribuição
previdenciária dos servidores públicos, mesmo não existindo nenhuma
prova de que haja “buraco” fazendo água nas contas do Mato Grosso
Previdência (MT Prev). E se houver, é bom que se diga, ele teria sido
causado pelos dirigentes nomeados pelos governantes, que deveriam pagar
pela culpa “in elegendo” (pela escolha dos parceiros nos cargos de
confiança). Seria a tese do domínio do fato aplicado: nomeou sujeito que
rouba, vai em cana junto com o meliante “de confiança”. Ô, desculpe, a
“Justa” não prende gente do PSDB! Mas, além de aumentar a contribuição
previdenciária, ainda que o golpista Michel Temer deva aprovar a
“aposentadoria “pós-morten”, o pacote malvadeza prevê mais uma série de
reduções de direitos, como licenças, reposição de perdas inflacionárias,
RGA e outras conquistas históricas dos trabalhadores.
O empobrecimento da população e a piora da qualidade dos serviços
públicos estão somente a face visível dos efeitos do pacote de
malvadezas preparado pelo governo. O outro é o perdão (anistia) que está
sendo articulado para engordar ainda mais o cofre dos sonegadores que
cometeram crimes contra o sistema de arrecadação. Parece mentira, mas
não se cobra tributo de grandes beneficiários de incentivos fiscais,
aquela situação em que o rico patrão não paga imposto, mas os seus
pobres empregados são lesados em 17% sobre o consumo de luz elétrica,
feijão e arroz, etc.
A tal reforma tributária que o governo vai pedir para os deputados
aprovar foi organizada por uma entidade dirigida por diversos
empresários brasileiros, entre eles estão os dirigentes do Grupo Gerdau.
O mesmo grupo econômico é acusado pela Receita Federal de não pagar
multas que chegam a R$ 4 bilhões. Se espera que a proposta de mudança
nas normas mato-grossenses venha a envolver o perdão de dívidas, porque
foi preparada por pessoas diretamente interessadas em não pagar imposto.
O Estado brasileiro é um leão para cobrar tributos de empobrecidos e
um gatinho manso para cobrar dos endinheirados. Basta dizer que chega a
quase meio trilhão de reais o volume de sonegação de contribuições ao
INSS. Isso significa três vezes o propalado “rombo da previdência”,
portanto o problema não é resolvido porque o governo não quer. E Mato
Grosso vai na mesma direção: concedendo mais regalias para os barões do
agronegócio, ampliando a diferença de tratamento entre cidades e
alargando o fosso entre os cidadãos.
E, para dificultar ainda mais a vida dos já socialmente fragilizados,
o governo “trabalha” para retirar direitos dos trabalhadores.
É muita malvadeza do Pedro!
Antonio Cavalcante Filho, cidadão, escreve às sextas feiras neste Blog. E-mail: antoniocavalcantefilho@outlook.com
Fonte RD News
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