No último dia 15, mais de 1 milhão de trabalhadores foram às ruas protestar contra os retrocessos, contra o golpe e contra o desmantelamento da previdência impostos pelo governo ilegítimo. Já esses grupos de militontos, midiotas e nazi-doidos, amalucados de ódio e de preconceitos, ao contrário dos trabalhadores, irão “protestar” a favor dos ataques aos direitos trabalhistas, e em apoio ao projeto anti-povo e lesa-pátria do usurpador da República. Este é o primeiro “protesto” a favor que se tem notícia na história política do país. É, ou não é uma doideira?
Por Antonio Cavalcante Filho
Dizem os pensadores que vivemos a era do pós-verdade, um nome chique
dado às mentiras que são espalhadas pelas redes sociais, mas
principalmente por meio da grande mídia corporativa (empresas de
propriedade de meia dúzia de famílias bilionárias), que influenciam
negativamente às pessoas na tomada de decisões. As mentiras, ou
"pós-verdades", foram a fundamentação da eleição de Donald Trump, nos
Estados Unidos, e cassação de Dilma Roussef, no Brasil.
Em nosso país, o PIG (Partido da Mídia Golpista) e o tal MBL, ou
Movimento Brasil Livre, somado ao “Vem pra rua”, Revoltados Online e
outros grupos coxinhas similares, representam a face visível da
pós-verdade (ou mentiras espalhadas que vêm causando desordens e
prejuízos incalculáveis à nação, e injustamente aos mais pobres).
Após a Revolução Francesa, em 1789, o cidadão passou a ter mais
liberdades perante o estado, limitando os poderes do rei, e daí, abrindo
caminhos para a longa conquista de um estado de bem estar social,
significando que as pessoas deveriam receber a solidariedade através de
políticas públicas, diminuindo os sofrimentos decorrentes das desumanas
jornadas de trabalho, da penúria, da doença e da velhice.
Graças a isso, hoje, as diversas categorias de trabalhadores possuem,
cada um na sua esfera de atuação, atenções diferenciadas na questão
previdenciária. Um trabalhador, por exemplo, que lida com explosivos, a
professora que atua nas salas de aula, os policiais que labutam no
enfrentamento contra o crime são contribuintes previdenciários que
recebem tratamento discriminatório positivo em relação a outros
trabalhadores. Estes podem se aposentar com menos tempo de trabalho e
contribuição, em razão da penosidade da sua profissão.
Porém, os coxinhas do MBL e seus congêneres acham isso uma besteira, e
vão pra rua apoiar a extinção da CLT e o fim da Previdência. Ou seja,
reivindicam o direito dos trabalhadores perder direitos conquistados a
duras penas. Os mesmos estão propondo ainda uma renda básica de R$ 500
para os brasileiros acima dos 65 anos. Dá pra acreditar?
É interessante lembrar, que o liberalismo, representado pelos
interesses empresariais e patronais, que desejam mais liberdade perante o
estado, são os maiores beneficiados quando o ente estatal assume o
pagamento das aposentadorias, pensões e auxílios, porque os encargos
deixam de ser do empregador. Portanto, nem mesmo a lógica capitalista
explicaria os “protestos” a favor de Temer, como planejam a garotada
golpista dos movimentos da direita midiotizada e raivosa.
Fico aqui imaginando um policial militar, que vai ficar sem
aposentadoria porque não conseguirá contribuir por 50 anos (como quer
Temer/PMDB/PSDB/PIG), e se morrer no trabalho antes, o que é muito
provável, sua esposa e filhos ficarão desamparados. Será que esses PMs
farão segurança ao protesto do MBL e seus similares, inclusive, posando
para selfies como na época das marchas que desaguaram no golpe?
Estou curioso pra ver.
As manifestações dos militontos em todo o Brasil estão marcadas para
dia 26 de março com suas pautas difusas: o “braço” Vem Pra Rua Brasil,
liderado pelo empresário tucano Rogério Chequer, diz que fará uma defesa
da Lava Jato. Ele jura, de pé junto, que o movimento é suprapartidário,
mas já publicou com FHC pedindo voto para Aécio Neves, mas nada fala
sobre o seu ídolo político, um dos mais acusados na mesma operação
policial.
Já os dirigentes do MBL dizem que sairão em defesa da Lava Jato, pelo
fim do Estatuto do Desarmamento, pelo fim da CLT e pela extinção da
Previdência. Em conjunto, adiantaram que pouparão o governo golpista das
críticas. No seu Protesto a “Favor”, não admitirão o Fora Teme!
No último dia 15, mais de 1 milhão de trabalhadores foram às ruas
protestar contra os retrocessos, contra o golpe e contra o
desmantelamento da previdência impostos pelo governo ilegítimo. Já
esses grupos de militontos, midiotas e nazi-doidos, amalucados de ódio e
de preconceitos, ao contrário dos trabalhadores, irão “protestar” a
favor dos ataques aos direitos trabalhistas, e em apoio ao projeto
anti-povo e lesa-pátria do usurpador da República. Este é o primeiro
“protesto” a favor que se tem notícia na história política do país. É,
ou não é uma doideira?
O mais interessante (pra não dizer lamentável), é que o grupo
político que assaltou o poder, ficou famoso por querer “estancar a
sangria”, por “trabalhar” contra a Lava Jato e jogar areia nos olhos dos
investigadores, (inclusive indicando ministro ao Supremo Tribunal
Federal), é protegido por esses manifestantes midiotizados que dizem
combater a corrupção.
E o que falar do projeto de Anistia ao caixa 2, projeto tentado por
Temer, com o apoio do PSDB, e que irá avançar por esses dias?
Depois de tentar por duas vezes anistiar o caixa 2 no ano passado, o
consórcio Temer/PSDB, com apoio da Rede Globo e outras mídias golpistas,
volta a atuar. Há quem garanta que o presidente da Câmara, Rodrigo Maia
(DEM-RJ), e o presidente do Senado, Eunício Oliveira (PMDB-CE), amigos
íntimos de Temer, têm se reunido com líderes dos partidos “para discutir
a melhor maneira de aprovar não só a anistia ao caixa dois, mas também
um pacote mais amplo, incluindo anistia a doações oficiais nos casos em
que o dinheiro for considerado de fonte ilícita” (frase retirada de
reportagem de jornalão).
E contra isso nenhum pio dos coxinhas, autores do “protesto a favor”.
E, por fim, não se sabe se o Pato Inflável da FIESP estará presente
na manifestação, mesmo porque seu criador e patrono, Paulo Skaf (PMDB), é
acusado na Lava Jato por receber propina da Odebrecht. Mas seus aliados
já estão trabalhando para trazer a CPMF de volta, mostrando que os
patos que foram às ruas para “lutar contra a corrupção” e o aumento de
impostos devem estar constrangidos.
Muitos deles, é claro, foram enganados pelo MBL e demais movimentos
do pós-verdade. Pois, para esses, a verdade, os fatos objetivos não têm
importância alguma diante dos boatos, das inverdades, dos zunzuns e
mexericos que alicerçaram e pavimentaram suas crenças políticas e
pessoais.
Antonio Cavalcante Filho, cidadão, escreve às sextas feiras neste Blog. E-mail: antoniocavalcantefilho@outlook.com
Fonte RD News
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