domingo, 2 de abril de 2017

31 DE MARÇO, GOLPES E CORONÉIS


Em 2016 finalmente se concretizou o golpe midiático-parlamentar-judicial, apelidado de “impeachment”, articulado pela velha “oligarquia” semifeudal” de sempre (banqueiros, grandes empresários, barões da mídia) e a “aristocracia rural”, dos “coronéis”, os “senhores” da “Casa Grande”(agronegócio, grandes latifundiários), atentando contra os filhos da senzala (classe trabalhadora, os escravos "modernos", escravos assalariados). Tudo isso, é claro, com o envolvimento de inconfessáveis interesses internacionais, corroborado internamente pelos seus vassalos (capitães do mato, pau-mandados e pitbulls), subservientes aos anti-povo e lesa-pátria. 




Por Antonio Cavalcante Filho 


Logo após o resultado das eleições de 2014, com a quarta derrota consecutiva da “supremacia branca” escravocrata do PSDB, formou-se um conluio de vários partidos, entre os quais o PMDB do Cunha/Temer/Geddel/Renan/Sarney, com o DEM do Agripino/Rodrigo Maia/Mendonça Filho, e os “miguchos” Aécio/Serra/Alckmin/FHC, com Pedro Taques do PSDB a reboco. Desde então, venho me manifestando contrário a vergonhosa conspiração contra nossa jovem democracia, fenômeno que, há tempo, vem sendo tramado no subterrâneo da politicalha golpista.

Em 2016 finalmente se concretizou o golpe midiático-parlamentar-judicial, apelidado de “impeachment”, articulado pela velha “oligarquia” semifeudal” de sempre (banqueiros, grandes empresários, barões da mídia) e a “aristocracia rural”, dos “coronéis”, os “senhores” da “Casa Grande”(agronegócio, grandes latifundiários), atentando contra os filhos da senzala (classe trabalhadora). Tudo isso, é claro, com o envolvimento de inconfessáveis interesses internacionais, corroborado internamente pelos seus vassalos (capitães do mato, pau-mandados e pitbulls), subservientes aos anti-povo e lesa-pátria.

Às minhas manifestações alguns criticavam porque estavam envenenados pela mídia tradicional, que historicamente age contra os interesses do país e em favor das empresas estrangeiras, principalmente bancos. Em Mato Grosso, jornalistas que antes me criticavam, agora choram pela iminente perda do direito à aposentadoria. Um desses que me zombava, por minha insurreição contra o golpe, já percebeu que não terá mais direito ao décimo-terceiro e Fundo de Garantia, e seus filhos terão formação escolar “meia-boca”, e só poderão fazer curso superior se o pai tiver grana para custear porque a gratuidade da universidade está com os dias contados.

Eu sempre disse que o golpe atingiria primeiramente Dilma, Lula e a democracia, e depois arrasaria com os direitos sociais, direitos políticos e as garantias da população trabalhadora. Isso significa dizer que o pior ainda está por vir.

Não sou adepto do “eu não avisei?”, mas que dá vontade de nominar os meus críticos e arrolar um a um os seus erros de avaliação da conjuntura pré-golpista, isso dá!

Digo isso porque a história não perdoa os traidores (e omissos) e, ao se posicionarem contra a democracia, os direitos sociais, a liberdade política, a liberdade de expressão, ao difundirem as práticas discriminatórias contra as minorias, essas pessoas (que nomino coxinhas, trouxinhas, militonto, midiotas, nazi-doidos e patos da Fiesp), tais quais os vassalos, os capitães do mato, os pau-mandados de antigamente, estavam agindo contra si próprias.

Neste momento a história já atesta que o tal “impeachment” foi GOLPE (em letras maiúsculas), e não se fala mais nisso. Agora, daqui para frente, cabe a todos nós a dura tarefa de restaurar a democracia, reinventar o judiciário (por enquanto, com letras minúsculas), construir um novo processo de escolha de juízes e como fazer eleição dos políticos.

Aproveito esta sexta-feira, 31 de março de 2017, marco dos 53 anos do golpe militar (em primeiro de abril, dia da mentira, os golpistas apelidaram o golpe de “revolução”), quando as elites e militares derrubaram o governo de Joao Goulart, para relembrar nomes de algumas pessoas públicas que foram partícipes do golpe de 64 (alguns deles, recentemente foram cúmplices do “golpe das pedaladas”, apelidado de “impeachment”), um movimento de direita que entregou o país ao deleite de uma plutocracia cleptocrática.

Lá nos anos 60, foi a “Marcha da Família com Deus pela Liberdade”, nome de uma série de manifestações públicas organizadas (tipo os coxinhas militontos de hoje), em resposta ao comício realizado no Rio de Janeiro, em 13 de março de 1964, durante o qual o presidente João Goulart anunciou seu programa de reformas de base. O governo queria dar terra a quem produzia, e isso irritou a Casa Grande.

Na época, havia temor de segmentos da classe média com o “perigo comunista” (idênticos aos midiotas e nazi-doidos do “Fora Dilma”), favoráveis à deposição do presidente da República. Exatamente como fizeram o MBL, Revoltados Online, “Vem pra Rua” e seus congêneres nas marchas contra a Dilma transmitidas ao vivo pela Rede Globo. Igualmente a 64, o Golpe de 2016 levou o país a um abismo sem fim, e levará muito tempo para que se possa recuperar os danos provocados pelos atuais golpistas.

Em 64, as pessoas entregavam alianças de casamento como doação à campanha "Ouro pelo Bem do Brasil", iniciativa pouco eficiente, mas de grande significado político. Em 2017, os coxinhas do MBL acham que Temer e PSDB devem acabar com as aposentadorias de nossos idosos e dar-lhes uma renda mensal de R$ 500 reais.

Há 53 anos foram cassados mandatos e direitos políticos de lideranças influentes da época, tais como Jânio Quadros, Juscelino Kubitschek e João Goulart, e de líderes estudantis, sindicais e intelectuais. Em 2016, com o golpe contra o governo de Dilma Roussef, a condução coercitiva (prisão sem necessidade) já se tornou uma rotina, e isso é só o começo do estado de exceção que vem se instalando no país.

Alguns políticos tradicionais, que foram apoiadores de ambos movimentos golpistas, são bem conhecidos dos brasileiros, e inclusive o Judiciário sabe das estripulias destes (mas não os prende, são os senhores coronéis da Casa Grande). É o caso de José Sarney, político do Maranhão que detém a propriedade da Rede Globo naquele Estado. No Paraná, o ex-governador Paulo Pimentel apoiou o golpe de 64, ganhou uma série de emissoras de televisão, retransmissoras do SBT, na atualidade sob o comando do radialista Carlos Massa (vulgo Ratinho), outro defensor do golpe de 2016. Em Alagoas, a família Collor de Melo, concessionária da Rede Globo, apoiou ambos golpes, de 64 e de 2016.


Em Mato Grosso, o golpe de 64 recebeu o apoio de Pedro Pedrossian, recentemente homenageado pelo atual governador Pedro Taques, que apoiou o golpe de 2016. Ainda que haja um Pedro Casaldáliga em Mato Grosso, no alto de seus 90 anos de idade e figura conhecida em todo o mundo, Pedro Taques decide homenagear o outro Pedro, aquele que apoiou o golpe e a ditadura.

Sabe-se que o golpe de 64 foi apoiado por Paulo Maluf, em São Paulo, e Antonio Carlos Magalhães, na Bahia, políticos que comandaram, com mãos de ferro os seus currais eleitorais, integram a categoria do que se pode chamar de coronéis, porque são detentores de nichos da economia, da comunicação e de poder político.

Já Pedro Taques não é coronel nem de longe, no máximo ajuda as oligarquias rurais e as aristocracias políticas de Mato Grosso, mantendo as mesmas práticas e os mesmos nomes das gestões dos seus antecessores, que massacravam a população empobrecida. Ora, ajudar os poderosos era coisa dos Capitães do Mato, figura conhecida no Brasil Colonial, por auxiliar os escravocratas com a força do chicote, a manter os escravos “em seu devido lugar”, com pouco alimento, zero de benefícios e muito trabalho.

Sempre é bom lembrar que o atual governador quer acabar com as aposentadorias e suprimir quaisquer espécies de aumentos de salário para os 100 mil servidores públicos estaduais, uma drástica medida que vai multiplicar a miséria em todo o Estado. Ao mesmo tempo, não impediu que sua base parlamentar na Assembleia “enterrasse” a CPI das renúncias fiscais, investigação que descobriu a sangria de recursos públicos para as empresas do agronegócio (os “senhores” da Casa Grande enriqueceram sem recolher impostos e depois teve alguns que até “sumiam do mapa”).

Diferente dos demais apoiadores do golpe, Taques não é coronel da política em Mato Grosso. Basta ver as alianças políticas que o governador fez, e quem são os beneficiados por sua desastrosa gestão, para entender que, no máximo, ele é um subserviente aos interesses dos ricos, um vassalo de uma “oligarquia semifeudal”, espécie humana que há séculos pratica a maldade contra o povo mato-grossense.

Antonio Cavalcante Filho, cidadão, escreve às sextas feiras neste Blog. E-mail: antoniocavalcantefilho@outlook.com

Fonte RD News


 Lembrar para não esquecer, lembrar para não repetir, lembrar para não comemorar!!!




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