A tal "Ponte para o Futuro" que embasa a ação do governo federal desvenda a sua inspiração financista. Abertura comercial (em especial para os EUA), cortes orçamentários, privatização de empresas estatais estratégicas, flexibilização das leis trabalhistas, tentativa de destruição da Previdência e autorização para que grupos estrangeiros se apossem de terras no Brasil, entre tantos outros absurdos que vêm sendo cometidos, inclusive à nossa soberania, são medidas que compõe uma autêntica agenda do retrocesso.
Por Décio Lima
O conglomerado de interesses que hoje determina os rumos do país
escolheu Michel Temer et caterva por ter enxergado neles um grupo que,
fragilizado pelo medo e pela insegurança típica das almas assombradas
pela corrupção, obedeceria disciplinadamente e sem pudor aos seus
ditames.
Alienado dos interesses da Nação, o governo parece composto por
alienígenas que não conhecem o povo e que cientes da brevidade de sua
passagem pelo poder, procuram cumprir com rapidez as tarefas que lhes
foram cometidas pela plutocracia financeira nacional e internacional.
A primeira tarefa do consórcio (plutocracia, judiciário, mídia
comprometida e maioria parlamentar) foi a derrubada do governo
democraticamente eleito e a seguir com sofreguidão vieram os ataques aos
direitos sociais, direitos esses que em sua maioria vieram de Getúlio,
foram consolidados na Constituição Cidadã de Ulysses e ampliados nos
governo populares.
A tal "Ponte para o Futuro" que embasa a ação do governo federal
desvenda a sua inspiração financista. Abertura comercial (em especial
para os EUA), cortes orçamentários, privatização de empresas estatais
estratégicas, flexibilização das leis trabalhistas, tentativa de
destruição da Previdência e autorização para que grupos estrangeiros se
apossem de terras no Brasil, entre tantos outros absurdos que vêm sendo
cometidos, inclusive à nossa soberania, são medidas que compõe uma
autêntica agenda do retrocesso.
E o mote para o desmonte do Estado (e a consequente destruição dos
direitos sociais) é o déficit público. Para colocá-lo no imaginário da
nação (com a inestimável ajuda da mídia comprometida) o governo
ilegítimo se vale de argumentos falaciosos e às vezes de mentiras
despudoradas.
Ninguém tem dúvida de que há um déficit público mas o grande engodo é
o de debitá-lo à seguridade social quando na verdade a causa está no
gasto com a dívida pública, ou seja nos juros exorbitantes pagos ao
setor financeiro.
No início da década de 1970 o Brasil endividou-se externamente, em
dólares (então abundantes no mercado e a custo baixo) para implementar o
que veio a ser chamado de "milagre brasileiro". Ao final desse período
com a abrupta elevação dos juros pelo Banco Central Americano–FED
(controlado por bancos privados) a nossa dívida externa explodiu
causando a chamada "crise da dívida externa" de 1982, utilizada como
justificativa para a interferência do FMI no Brasil.
Além disso o endividamento público também recebeu forte expansão com o
Plano Real, na medida em que títulos de dívida externa sob suspeita de
prescrição (chamados de "moeda podre") foram "disciplinadamente"
trocados por títulos da dívida interna ou despudoramente aceitos na
privatização de estatais brasileiras.
Por fim e de forma simplificada é lícito acrescentar que a tendência
de combater a inflação mediante a elevação dos juros, além de outros
itens da política monetária do Banco Central é o catalizador do
endividamento público.
Na condição de Líder da Oposição no Congresso entendo que é
imprescindível e urgente uma auditoria completa na questão da dívida
pública, com transparência só possível com ampla participação da
sociedade, antes que o governo ilegítimo afunde de vez com o país.
O Brasil é maior e melhor que a plutocracia financeira, apátrida e socialmente irresponsável.
Fonte Brasil 247
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