terça-feira, 4 de abril de 2017

O FINANCISMO E A DESTRUIÇÃO DOS DIREITOS SOCIAIS


A tal "Ponte para o Futuro" que embasa a ação do governo federal desvenda a sua inspiração financista. Abertura comercial (em especial para os EUA), cortes orçamentários, privatização de empresas estatais estratégicas, flexibilização das leis trabalhistas, tentativa de destruição da Previdência e autorização para que grupos estrangeiros se apossem de terras no Brasil, entre tantos outros absurdos que vêm sendo cometidos, inclusive à nossa soberania, são medidas que compõe uma autêntica agenda do retrocesso. 




Por Décio Lima

O conglomerado de interesses que hoje determina os rumos do país escolheu Michel Temer et caterva por ter enxergado neles um grupo que, fragilizado pelo medo e pela insegurança típica das almas assombradas pela corrupção, obedeceria disciplinadamente e sem pudor aos seus ditames.

Alienado dos interesses da Nação, o governo parece composto por alienígenas que não conhecem o povo e que cientes da brevidade de sua passagem pelo poder, procuram cumprir com rapidez as tarefas que lhes foram cometidas pela plutocracia financeira nacional e internacional.

A primeira tarefa do consórcio (plutocracia, judiciário, mídia comprometida e maioria parlamentar) foi a derrubada do governo democraticamente eleito e a seguir com sofreguidão vieram os ataques aos direitos sociais, direitos esses que em sua maioria vieram de Getúlio, foram consolidados na Constituição Cidadã de Ulysses e ampliados nos governo populares.

A tal "Ponte para o Futuro" que embasa a ação do governo federal desvenda a sua inspiração financista. Abertura comercial (em especial para os EUA), cortes orçamentários, privatização de empresas estatais estratégicas, flexibilização das leis trabalhistas, tentativa de destruição da Previdência e autorização para que grupos estrangeiros se apossem de terras no Brasil, entre tantos outros absurdos que vêm sendo cometidos, inclusive à nossa soberania, são medidas que compõe uma autêntica agenda do retrocesso.

E o mote para o desmonte do Estado (e a consequente destruição dos direitos sociais) é o déficit público. Para colocá-lo no imaginário da nação (com a inestimável ajuda da mídia comprometida) o governo ilegítimo se vale de argumentos falaciosos e às vezes de mentiras despudoradas.

Ninguém tem dúvida de que há um déficit público mas o grande engodo é o de debitá-lo à seguridade social quando na verdade a causa está no gasto com a dívida pública, ou seja nos juros exorbitantes pagos ao setor financeiro.

No início da década de 1970 o Brasil endividou-se externamente, em dólares (então abundantes no mercado e a custo baixo) para implementar o que veio a ser chamado de "milagre brasileiro". Ao final desse período com a abrupta elevação dos juros pelo Banco Central Americano–FED (controlado por bancos privados) a nossa dívida externa explodiu causando a chamada "crise da dívida externa" de 1982, utilizada como justificativa para a interferência do FMI no Brasil.

Além disso o endividamento público também recebeu forte expansão com o Plano Real, na medida em que títulos de dívida externa sob suspeita de prescrição (chamados de "moeda podre") foram "disciplinadamente" trocados por títulos da dívida interna ou despudoramente aceitos na privatização de estatais brasileiras.

Por fim e de forma simplificada é lícito acrescentar que a tendência de combater a inflação mediante a elevação dos juros, além de outros itens da política monetária do Banco Central é o catalizador do endividamento público.

Na condição de Líder da Oposição no Congresso entendo que é imprescindível e urgente uma auditoria completa na questão da dívida pública, com transparência só possível com ampla participação da sociedade, antes que o governo ilegítimo afunde de vez com o país.

O Brasil é maior e melhor que a plutocracia financeira, apátrida e socialmente irresponsável.

Fonte Brasil 247


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