domingo, 9 de abril de 2017

"FARÇAS" E "FARÇANTES"


O que restou de tudo isso foi tão somente a vergonhosa constatação de que tudo não passou realmente de uma tremenda “Farça” dos “Farçantes”. Uns agindo por mau-caratismo, outros por ignorância. 





Por Antonio Cavalcante Filho 


A grafia errada no título deste texto é intencional, e repete cartazes que foram vistos na “farça” travestida de manifestação convocada no domingo, 26 de março, pelos tais MBL (Movimento Brasil Livre), Vem pra Rua, Revoltados online e outros grupelhos, que se autointitulam de movimentos populares. Mas parece que o MBL e seus associados não enganam mais ninguém, são simplesmente uma grande “farça” de “farçantes”!

Vejam se não é assim:

Esses militontos foram às ruas “protestar” a favor da extinção da Previdência, projeto do governo usurpador que obriga as pessoas a trabalhar 50 anos para (assim e tão somente) terem o direito a aposentadoria. Os semoventes coxinhas ainda são defensores da ideia desumana de destruir a CLT, o conjunto das leis trabalhistas. Isso significa por um fim ao décimo-terceiro salário do trabalhador, sepultar o fundo de garantia (FGTS) e acabar com as férias, direitos conquistados pelos trabalhadores após longas e intensas lutas contra a opressão e a escravidão.

Muitos dos coxinhas midiotas do MBL e seus agitadores profissionais, patrocinados pelo PSDB/PMDB/FIESP e Rede Globo que foram às ruas para defender o golpe, estavam a tal ponto midiotizados pelo PIG (Partido da Mídia Golpista) que acreditavam cegamente na falácia de que, com a derrubada da presidenta Dilma, a corrupção simplesmente iria desaparecer do mapa e a economia do país melhoraria para todos.

Só que não. Com a consumação dos maus intentos desse consórcio golpista, o povo brasileiro, principalmente a classe trabalhadora, se ferrou “de verde e amarelo”!

Um bando de cleptocratas, após atentar contra a nossa democracia, passou a dominar livremente os palácios, o congresso, os tribunais judiciais e outras instituições. Com raríssima e honrosa exceção, houve algumas manifestações de repúdio às práticas draconianas que vêm se instalando na gestão do Brasil pós golpe.

O povo está acordando, mais de 1 milhão de pessoas foram às ruas no dia 15 de março de 2017 para pedir o "Fora Temer", gritar "Não à reforma da Previdência", que não concordam com a "reforma” trabalhista, e que discordam da terceirização aprovada por um Congresso, em que mais da metades dos deputados e senadores respondem a processos criminais e que, a quase  totalidade deles representa os interesses dos endinheirados e da macroeconomia capitalista, em detrimento das necessidades da classe trabalhadora.

A favor de Temer, da Rede Globo e do PSDB nos atos do dia 26 de março, o protesto do MBL e associados conseguiu reunir alguns grupos minguados de cegos ideológicos, isso em algumas cidades do interior e capitais. No Rio de Janeiro, foram somente 2.000 pessoas, coincidentemente na beira da praia (a burguesia sabe protestar), em São Paulo, cerca de 500 coxinhas foram à avenida Paulista, e em Brasília eram umas 500 almas solitárias. Já em Cuiabá, os “verde-e-amarelo”, pelo que se parece, amarelaram de vez e, se sentindo envergonhados por terem sido usados como massa de manobra, cancelaram o “protesto”.

Esses agrupamentos de alienados políticos e mercenários não são movimentos populares legítimos, são estruturas caras, movidas por recursos de empresas, de partidos políticos corruptos e corrompedores, sendo corresponsáveis pela maior recessão da história do Brasil. Já passam de 20 milhões de desempregados, milhares de empresas fechando, setores endividados e sem nenhuma perspectiva. O rombo fiscal nas contas do país foi multiplicado, em poucos meses. Vamos demorar uma década para recuperar o estrago construído em pouco tempo.

Palmas ao “consórcio” MBL/PSDB/PMDB/FIESP e Rede Globo!

Por fim, e não menos interessante, o MBL protestou contra o caixa dois nas campanhas eleitorais - até aí tudo bem -, e agora são contra a aprovação do voto em lista. Aposto que nem sabem do que se trata o assunto em questão, a lista fechada, aberta ou mista.

Mas a farsa (agora escrevo corretamente) se revela quando um vereador de São Paulo, do DEM, eleito pelo MBL nas eleições do ano passado, foi flagrado com a famosa “lista” de cabos eleitorais pagos com recursos não declarados, o chamado “caixa dois”, e o conjunto das provas da ilicitude veio com gravações e conversas sobre o “modus operandi”.

Não vi, e nem ouvi, o MBL e suas falanges protestarem contra um dos seus integrantes pego em ato de crime eleitoral. A farsa e os farsantes têm se revelado também nas artimanhas golpistas, envolvendo grandes empresários, bancos, partidos políticos, mídia, FIESP e setores do MP, PF e do Judiciário, para garantir a vitória da plutocracia contra o Estado Democrático de Direito.

Isso prova que não adianta só falar mal e não oferecer alternativas, e principalmente é imperativo não enganar as pessoas, pois foram milhares de almas humildes que, embaladas pela cantilena midiática do “impeachment”, sem se darem conta, acabaram por ajudaram a enterrar a democracia no Brasil e jogar o nosso país no abismo em que hoje se encontra.

Como diz o ditado, a “mentira tem pernas curtas”, em apenas poucos meses, as máscaras dos golpistas caíram por terra. Não adianta o governador de Mato Grosso sair em defesa do megadelatado presidente do PSDB, Aécio Neves, que, como disse Machado a Jucá: seria o primeiro a ser comido. Não sei se acredito no Riva delatando parceiros, os acusando de coautoria em malfeitos, ou no Taques dizendo que o Mineirinho é vítima e que a Revista Veja é mentirosa.

O que restou de tudo isso foi tão somente a vergonhosa constatação de que tudo não passou realmente de uma tremenda “Farça” dos “Farçantes”. Uns agindo por mau-caratismo, outros por ignorância.
 
Antonio Cavalcante Filho é cidadão mato-grossense e escreve as suas angústias neste blog às sextas-feiras. E-mail: antoniocavalcantefilho@outlook.com

Fonte RD News


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