Dói-me ao saber que tudo isso começou com um desajustado que perdeu a eleição para a Presidência de meu país em 2014, e resolveu ligar o botão do “dane-se o Brasil e seu povo”. Para tanto, se juntou a uma quadrilha chefiada pelo réu condenado Eduardo Cunha, aquele que comandou uma “Assembleia de Bandidos presidida por um bandido”, o mesmo que comprou algumas centenas de votos de “colegas” para se eleger presidente da Câmara dos Deputados
Por Antonio Cavalcante Filho
Aquelas nuvens de chumbo dos tempos da ditadura voltam a se movimentar pelos céus do Brasil. Isto é um prenúncio de que as coisas estão muito ruins e ficarão ainda piores, com a deflagração de guerra civil, atentados, insegurança generalizada e terrorismo cotidianamente presente.
Aquelas nuvens de chumbo dos tempos da ditadura voltam a se movimentar pelos céus do Brasil. Isto é um prenúncio de que as coisas estão muito ruins e ficarão ainda piores, com a deflagração de guerra civil, atentados, insegurança generalizada e terrorismo cotidianamente presente.
Dói-me ao saber que tudo isso começou com um desajustado que perdeu a
eleição para a Presidência de meu país em 2014, e resolveu ligar o
botão do “dane-se o Brasil e seu povo”. Para tanto, se juntou a uma
quadrilha chefiada pelo réu condenado Eduardo Cunha, aquele que comandou
uma “Assembleia de Bandidos presidida por um bandido”, o mesmo que
comprou algumas centenas de votos de “colegas” para se eleger presidente
da Câmara dos Deputados que, agindo em conluio, Cunha, Rede Globo e
Aécio fizeram o Brasil se prostrar, retomando o papel de colônia do
capitalismo mundial, empurrando a República brasileira para trás, na
condição de uma sociedade idêntica a escravocrata.
Ainda em 2013, quando o país começava a se preocupar com o
comportamento criminoso de sua elite, e ia às ruas pedir mudanças,
reclamei a um amigo que na luta contra o golpe de 1964, eu era apenas
uma criança para pegar em armas. E no tempo atual, infelizmente, já não
tenho mais idade e nem saúde para essa medida extrema, pois cada dia
mais eu creio que o país poderá chegar a uma convulsão social, que
explodirá com violência tamanha, podendo até mesmo paralisar o Brasil.
Eu não tenho culpa. Sempre lutei pela democracia.
O mesmo não podemos dizer dos seguidores do acuado Aécio Neves e do
PSDB, que se aliaram ao maçom Temer para tomar o poder de assalto,
instalar ali uns ladrões-gerais da República, e de quebra, para atender
aos poderosos que financiaram o “impitima”, retirando direitos dos
trabalhadores e aposentados. Graças às decisões de Aécio e de Temer, os
trabalhadores não terão mais direitos a férias e décimo terceiro
salário, e as pessoas somente poderão se aposentar se contribuírem 50
anos com a previdência social.
É muita maldade!
Foi por isso que o povo reagiu e milhares de brasileiros ocuparam
Brasília neste dia 24 de maio de 2017, entrando para a história como uma
das maiores manifestações populares já realizadas na Capital Federal. E
eu estive lá, junto com pessoas de todos os cantos do Brasil, gritando
por “nenhum direito a menos”, “Fora Temer” e sua quadrilha, que
desapegue do poder, levando consigo o PSDB e a Rede Globo.
Logo pela manhã, já em Brasília, recebemos a informação de que as
Forças Armadas haviam sido convocadas, e que milhares de soldados que
deveriam proteger o Brasil dos saqueadores, estariam dando suporte ao
mega ladrão que está roubando o Brasil.
No início da tarde, a cavalaria se lançou contra o povo, tentando
dispersar os manifestantes que estavam ali simplesmente reivindicando o
direito a ter direitos, e manter o que foi conquistado por muitas
gerações de brasileiros, depois de muita luta e enfrentamento, inclusive
o restabelecimento do Estado Democrático de Direito.
O capitalismo vive uma crise, mas não somos nós, os trabalhadores,
que temos que pagar o pato. O Temer diz que há um rombo de R$ 150
bilhões no sistema de Previdência, e isso a mídia atrelada (e paga)
repete a todo instante. Mas, como explicar que o governo é credor de
três vezes esse valor? As empresas como Rede Globo, Bradesco e Friboi
(sim, a Friboi) devem quantias bilionárias ao governo, apenas com as
contribuições de aposentadorias que não recolheram. O banco Itaú teve
uma dívida de R$ 25 bilhões perdoada pelo governo Temer. A Friboi, ao
publicar as gravações de áudio revelando ao mundo os crimes de Aécio e
Temer, lucrou mais de R$ 1 bilhão com especulação em dólares num único
dia. E devem ao INSS cerca de R$ 1 bilhão e meio.
E, ao invés de cobrar essa gente rica e bronzeada, Temer e o PSDB
preferem “tirar o couro” do povo; e este, ao reagir contra a opressão,
recebe gás de pimenta no rosto, cavalaria e cacetadas da tropa
temerista.
Eu vi isso com meus próprios olhos. Queria que fosse apenas
imaginação, essa retomada das práticas da ditadura em meu país, mas é a
verdade nua e crua.
A velha mídia monopolista e golpista, o governo usurpador e seus
larápios estão criando uma narrativa de que houve vandalismo e
violência, tudo isso como forma de colocar a opinião pública contra a
formidável mobilização sindical e movimentos sociais que comandaram o
Ocupa Brasília nesse 24 de maio. A Rede Globo e os jornalões, como
sempre, querem marcar o protesto popular como sendo um evento de bagunça
e vandalismo, mas, na realidade, os seus propósitos são os de ocultar a
dimensão e grandiosidade da revolta popular contra o golpe, e o de
abafar o desejo do povo de recuperar o seu protagonismo.
Ora, foram mais de 150 mil trabalhadores de todos os cantos do país
marchando para a capital com o intuito de lutar, organizado e
pacificamente contra o desgoverno ladrão de direitos, pelo fim das
reformas da Previdência e trabalhista, e por eleições diretas já!
As forças repressivas prepararam uma emboscada contra o direito de
manifestação dos trabalhadores, criando provocações e aptas a reprimir o
ato como cães selvagens. Até os velhos “mascarados” foram infiltrados e
daí surgiram as confusões que terminaram com o incêndio e destruição de
prédios públicos. Quem sabe, se o tumultuo em Brasília não foi
provocado por pessoas da extrema direita, infiltradas na nossa
manifestação? Quem não se lembra do caso do capitão do Exército, Willian
Pina Botelho, que se apresentava nas redes com o nome de Balta Nunes,
que foi preso ao se infiltrar em um grupo de manifestantes detidos
ilegalmente, participando de manifestações durante as Olimpíadas no dia 4
de setembro de 2016?
O retorno dos milicos às ruas, para proteger um ladrão que rouba a
nação, foi ideia do Temer, que dizia atender a um pedido de Rodrigo
Maia, presidente da Câmara dos Deputados pelo DEM, a antiga Arena, o
partido da ditadura militar. Mas, os golpistas se entendem na hora de
roubar, todavia divergem quando a bobagem que fazem é revelada. Maia
desmente que pediu forças armadas na rua, afirmando
que Temer editou o decreto que permitiu a convocação das Forças Armadas
para enfrentar o povo em luta, pela primeira vez, desde a
redemocratização, e o fez por conta própria.
Este 24 de maio foi uma data histórica, e assim como estive na linha
de frente da campanha das Diretas Já, em 1984, em Mato Grosso, e indo a
Brasília, naquela época, por diversas vezes me manifestar na defesa da
redemocratização do nosso país, novamente, 33 anos depois, eu estava lá,
desta vez, nas barbas do usurpador e dos seus escroques, canalhas e dos
mais diferentes tipos de corruptos e de corruptores, gritando o Fora
Temer e novamente, Diretas Já!
Antonio Cavalcante Filho é sindicalista e escreve neste espaço às sextas-feiras - E-mail: antoniocavalcantefilho@outlook.com
Fonte RD News
https://www.facebook.com/antoniocavalcantefilho.cavalcante
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