Noves fora toda a insegurança política, institucional, jurídica e econômica que vivemos no Brasil pós-golpe, a única certeza que podemos ter para o futuro próximo é que a família Temer aumentará, e muito, o consumo nacional de antidepressivos no país.
Por Carlos Fernandes
No
dia em que veio a público o estado de abatimento, preocupação e
tristeza do presidente Michel Temer, uma nova bomba promete estremecer o
já moribundo cenário político brasileiro.
A
prisão do ex-ministro Geddel Vieira Lima na Bahia na tarde desta
segunda (3) complica ainda mais a situação do governo num momento em que
este luta desesperadamente para tentar barrar a denúncia da PGR na
Câmara dos Deputados.
Após a prisão de Henrique
Eduardo Alves (PMDB-RN), Geddel é o segundo ex-ministro da estrita
corriola de Temer a ser preso preventivamente, ou seja, sem prazo
determinado, pela Polícia Federal.
Amigo íntimo e longevo parceiro
de Temer e Eduardo Cunha, o potencial de devastação de uma possível
delação premiada do “Suíno” pode jogar a pá de cal que falta no que
resta do golpe.
Ao contrário do que possa
parecer, não é cedo para falarmos em delação do nosso mais novo ilustre
presidiário. O efeito dominó que vem derrubando um a um os “heróis” do
impeachment, segue fazendo estragos.
Cunha, que tudo sabe em matéria
de corrupção, já havia afirmado que a delação do doleiro Lúcio Funaro
levaria Geddel e Moreira Franco para a prisão. Confirmado o primeiro, a
única coisa que impede o segundo de ver o sol nascer quadrado é o seu
cobiçado foro privilegiado.
Geddel sabe que à medida que o
tempo passa mais insustentável fica a sua situação e a situação dos seus
comparsas. Delatar o que resta da máfia que tomou de assalto o Palácio
do Planalto é sua melhor, se não a única, opção.
Na esteira da miséria que se
revela esse projeto de ruminantes no poder, sua base aliada, cuja
lealdade é diretamente proporcional à sua honestidade, ou seja, nenhuma,
abandona cada dia mais a barca furada em que segue à deriva todo o
Brasil.
Temer, que já começa a não
sentir o chão sob os seus pés, segue cumprindo a sua sina de decorativo.
Ignorado pelo resto do mundo, voltou atrás e decidiu comparecer à
reunião do G-20 completamente alheio sobre o que irá fazer lá.
Com a nova tormenta a frente, é
capaz que desminta mais uma vez a si mesmo e desista de passar por mais
um vexame internacional. Como bom senso não é exatamente uma qualidade
desse senhor, pode acontecer de um tudo, inclusive nada.
Noves fora toda a insegurança
política, institucional, jurídica e econômica que vivemos no Brasil
pós-golpe, a única certeza que podemos ter para o futuro próximo é que a
família Temer aumentará, e muito, o consumo nacional de antidepressivos
no país.
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