segunda-feira, 4 de dezembro de 2017

2018 VEM AÍ: TE ENGANARÃO NOVAMENTE?


O agravamento da crise é resultado da birra de Aécio Neves, que perdeu a eleição em 2014 e incendiou o país, sendo auxiliado em Mato Grosso por amiguinhos como Pedro Taques, Nilson Leitão, Wellington Fagundes, Medeiros, Cidinho, Mauro Mendes, Jaime Campos e uma porção de outros caras do mesmo naipe associados ao golpe de 2016, que fazem da política um negócio fabuloso para adquirirem fortunas, de modo rápido e fácil, em detrimento das reais necessidades da esmagadora maioria do povo brasileiro. 



RD News 


Por Antonio Cavalcante Filho 




Ao que parece já foi deflagrado o processo eleitoral de 2018, ainda que nos encontremos mergulhados no lamaçal do golpe contra a democracia, que, como uma avalanche de sujeiras, soterrou o país em 2016, instalando no poder uma quadrilha para tomar conta dos cofres públicos. 

Inquieta-me muito a ver o modo de pensar dos jornalistas que cobrem a parte da área política, e que direto das redações emitem suas opiniões nos jornais, blogs e emissoras de rádio e televisão. Me parece que falta um bocado de senso crítico ou de coragem em alguns deles, mesmo levando em conta que a miséria que recebem como salário pode empurrá-los para a armadilha de repetir as notícias das assessorias dos políticos. 

Por exemplo, como estamos em um pré-ano eleitoral, em que não se sabe ao certo se haverá eleição em 2018, quem poderá disputar e a quais cargos, nem mesmo que tipo de partido ou coligação estará no jogo, etc. No entanto, os “analistas” ignoram essas coisas que são importantes, como se não percebessem uma piora retumbante ano a ano na qualidade dos eleitos. Os atuais deputados não conseguem discutir orçamento, repartição de receitas, mudanças na tributação, direitos sociais, liberdade religiosa, investimentos educacionais e políticas alternativas de saúde, só para citar alguns exemplos. Mas continuam lá, se reelegendo, votando e aprovando leis carregadas de interesses pessoais ou recheadas de bobagens. 

E o que fazem nossos jornalistas políticos em sua maioria? Elogiam os caras. 

Entristece-me a repetição acrítica da palavra “reforma”. Ora, reforma é quando eu pego aquela areazinha lá de casa (financiada pela Caixa no programa Minha Casa, Minha Vida), e mudo o piso, troco umas telhas quebradas e empilho uns tijolinhos para improvisar uma churrasqueira. Reforma é quando a gente pega algo (ou alguma coisa, alguma lei) e aperfeiçoa, dando-lhe mais e melhores sentidos. 

No caso do país, os caras pegam os poucos direitos das mulheres, dos trabalhadores e dos idosos, conquistados a duras penas e simplesmente rasgam do mapa. Os jornalões de Brasília e São Paulo dizem que isso é “reforma”, e no Brasil inteiro isso é repetido como se verdade fosse. Isso, pra mim, é jogo sujo e agora com bastante conteúdo eleitoral. 

Muito alegraria aos eleitores mais críticos, e que possuem bastante vontade de melhorar a vida de todas as pessoas indistintamente, se o jornalismo político possuísse uma independência mínima. Por exemplo, quando fosse dar a notícia sobre o desejo de algumas pessoas serem governadoras de Mato Grosso, que a informação viesse com elementos que facilitassem a ampla compreensão dos leitores e eleitores. Tenhamos, então, senhores jornalistas e analistas políticos, coragem de denunciar, protestar e até de acusar se for preciso, para que os cidadãos possam ter a mais completa informação sobre àqueles que disputam cargos eletivos. 

Ora, o pretendente do DEM, Jaime Campos, que responde a um grande número de ações decorrentes dos mandatos que exerceu na quebrada prefeitura de Várzea Grande e no governo estadual, toda notícia sobre suas pretensões de governar novamente deveria possuir um “box” ou rodapé com essas informações. 

O deputado Nilson Leitão, do PSDB, que pleiteia o senado, e que é um dos golpistas mais engajados desde o primeiro momento, é o mesmo que propôs a lei do trabalho escravo junto com o seu partido, votou pela extinção de direitos trabalhistas e agora está trabalhando pelo perdão das dívidas dos abastados fazendeiros, os que não recolheram o imposto das aposentadorias de seus escravos, digo empregados (Funrural). 

O Antonio Joaquim exerceu todos os cargos públicos que queria, e recebe atualmente um salário de 30 mil do Tribunal de Contas e mais 30 mil de verba indenizatória. Ele quer disputar a eleição, mas não quer largar o osso, levando para a “inatividade” esse salário para toda a vida, assim como Júlio Campos e Carlos Bezerra, cuja coleção de aposentadorias de ambos custa um fortuna para o contribuinte de Mato Grosso. 

Toda notícia sobre eles, dizendo-se como candidatos, deveria vir com essa informação acessória, como um alerta ao incauto eleitor. Porque Antonio Joaquim não renuncia ao TCE (e aos polpudos 70 mil por mês) e para de mimimi? 

O Medeiros, por exemplo, está no Senado sem ter obtido um único voto. Mesmo assim, foi um dos mais aguerridos defensores do golpe contra a Democracia em 2016, o qual classifico como o maior crime de lesa pátria e de corrupção praticado contra a República do Brasil e seu povo. Esse, gasta verba pública até durante as férias para visitar o estado que nasceu, no paradisíaco nordeste. E já que o Ministério Público Federal nada faz contra essa farra, essa informação deveria ser dita aos eleitores deste “senador biônico”, que deveriam receber do Tribunal Eleitoral uma resposta sobre aquele lance da ata falsa na eleição que tinha o Pedro Taques junto, na mesma chapa, lá em 2010. 

E os caras do PT que mandaram na Seduc durante anos, numa relação de irmão gêmeo com José Riva e o PMDB, têm que explicar esse casamento político que tinha Éder Moraes e Blairo ‘Máquinas’ como padrinhos. E mais, onde foram parar aqueles pacotes de dinheiro que o Alexandre Cesar escondeu na maleta. Foram para alguma campanha eleitoral? E o Carlos Abicalil e Lúdio Cabral, por que sumiram? Penso que, nesse momento tão grave, o silêncio de ambos é ensurdecedoramente inútil, que não contribui em nada e para nada serve. 

Wellington Fagundes, outro golpista que engrossou a massa dos militontos fascistas e analfacoxas do “Vem pra Rua”, MBL e assemelhados, também quer se eleger governador de Mato Grosso. Na última vez que listei os processos que ele respondia, me processou. Mas não se explicou e nem se justificou como deveria. Notícias sobre Wellington deveriam ser acompanhadas de links sobre a tramitação das ações que ele responde. 

E o Pedro Taques, hein? Sempre com uma frase de efeito para sacar do bolso e mais uma vez enganar a plateia. Também, torrando 70 milhões em propaganda fica fácil, Riva usava essa tática muito bem. O jornalismo político, repito, precisa ser mais crítico e saber o tamanho de sua responsabilidade. 

Só para concluir, no Facebook, Taques disse que o “Estado não está quebrado, sofre problema de capital de giro”, como se Mato Grosso fosse uma banquinha de cachorro quente ou um cursinho pré-vestibular. Essa informação deveria estar impressa em seus panfletos de propaganda eleitoral, do tipo “alerta ao eleitor”. 

Tem mais um problema. Essa crise que o país vive começa com um sistema financeiro que absorve quase a metade de orçamento de estados, municípios e do governo federal. A bancada de políticos financiados por essas empresas sonega essa informação para a população. E o agravamento do quadro é resultado da birra de Aécio Neves, que perdeu a eleição em 2014 e incendiou o país, sendo auxiliado em Mato Grosso por amiguinhos como Pedro Taques, Nilson Leitão, Wellington Fagundes, Medeiros, Cidinho, Mauro Mendes, Jaime Campos e uma porção de outros caras do mesmo naipe associados ao golpe de 2016, que fazem da política um negócio fabuloso para adquirirem fortunas, de modo rápido e fácil, em detrimento das reais necessidades da esmagadora maioria do povo brasileiro. 

Só agora, depois de chafurdarem o país, como ratos que abandonam o navio naufragante, os golpistas do PSDB, de olho nas próximas eleições, anunciam sua debandada do governo ilegítimo Temer, como se nada tivessem a ver com todos os males que juntos causaram ao Brasil e ao seu povo. 

E você, cidadão, em 2018 te enganarão novamente? 

Antonio Cavalcante Filho, o Ceará, é sindicalista e escreve neste espaço às sextas-feiras - E-mail: antoniocavalcantefilho@outlook.com 

Fonte RD News