sábado, 2 de dezembro de 2017

DESUMANA DESUMANIZAÇÃO


Os senhores do capital lançam nos ombros do extrato dos vitimados o pesado fardo da crise econômica e do propalado déficit previdenciário que só existe porque anualmente o governo transfere para os bolsos dos banqueiros e outros aplicadores financeiros quase 30%(trinta por cento) dos recursos da seguridade social para pagar juros da dívida pública. 




Por Gilson  Romeu da Cunha*


                 
     Logo mais estaremos descartando os últimos dias do calendário civil de 2017. O ano carimbado pelas contrarreformas neoliberais sai de cena deixando nos trabalhadores brasileiros um profundo sentimento de cólera com a política de retirada de direitos historicamente conquistados a mais de meio século.  Temer e seus quadrilheiros tentam legitimar tais ações com o incongruente discurso da necessidade de redução do estado para “assegurar” teoricamente a primazia estatal nas áreas da educação, saúde e segurança pública. 

  Todavia, as reformas trabalhista,  já aprovada, e previdenciária em curso, provam, de forma irrefutável, a preocupação deste ilegítimo governo em desmontar as conquistas sociais e transferir aos bem-providos  a riqueza popular, favorecendo a expansão exacerbada do grande capital financeiro nacional e internacional. 

   Na medida provisória que regulamentou itens pendentes da reforma trabalhista, sancionada no mês de julho, Temer deixou claro que as mudanças valem para todos. Claro está que a locução temerista se remete exclusivamente àqueles que estão no centro e base da nossa pirâmide social. 

  De acordo com a Revista Semanária Carta Capital, de 11 de novembro, a reforma trabalhista entrou em vigor para baratear brasileiros e piorar as suas condições de vida com a implantação do trabalho intermitente, redução do intervalo para o almoço, prevalência do negociado sobre o legislado, demissões coletivas sem negociação prévia com os sindicatos, dentre outras atrocidades. 

  Do pacotaço de maldades dos golpistas, evidenciamos ainda a reforma da previdência. Mesmo desidratando a proposta original, Michel Temer terá que desembolsar mais de 14 bilhões de reais em mimos para tornar mais palatável à sua base parlamentar esta impopular reforma. Enquanto isso, os trabalhadores do porão deste grande tumbeiro tiveram um corte de 10(dez) reais no valor do salário mínimo que vai vigorar em 2018. Os senhores do capital lançam nos ombros do extrato dos vitimados o pesado  fardo da crise econômica e do propalado déficit previdenciário que só existe porque anualmente o governo transfere para os bolsos dos banqueiros e outros aplicadores financeiros quase 30%(trinta por cento) dos recursos da seguridade social para pagar juros da dívida blica. Observe que, no Brasil, a taxa de juros oscila em torno de  15% (quinze por cento). A maior do dito “mundo civilizado”.  

   Estimativas apuradas denunciam que o governo deverá gastar 100(cem) milhões de reais com propagandas nos meios de comunicação de massa, para convencer a população de que medidas como redução no valor da aposentadoria, fim da aposentadoria por tempo de serviço, idade mínima de 65 anos para homens e 62 para mulheres, exigência de 40 anos de contribuição para ter direito do valor integral do beneficio e regras mais rígidas para os servidores públicos, têm a finalidade de cortar privilégios. Mero engodo. Toda gama de projetos de reforma do estado do corrupto e corruptor Michel visa perenizar os privilégios dos barões da casa grande: membros dos tribunais, ministérios públicos, parlamentares, ministros, executivos de todos os entes federados e militares. 

  Não é apenas o caráter antissocial o ponto crítico do atual governo, mas também a sua podridão moral cujo  mau cheiro  se eleva ao céu. 

*Gilson  Romeu da Cunha Professor aposentado da rede estadual e diretor do Sintep Subsede de Cuiabá  

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