Lula poderá sair condenado e preso, mas sua vitória sobre seus algozes já está concluída, pelas intenções de voto que o povo lhe deposita. Historicamente seus perseguidores já perderam a guerra, particularmente Dallagnol e Moro. Acusaram, condenaram, mas não provaram, enquanto Lula está vivo no coração do povo.
O povo sabe ler a história e ela não termina no golpe.
Por Roberto Malvezzi (Gogó)*
Desde a juventude acompanho a trajetória pública de Lula, desde as
greves do ABC, na resistência à ditadura, o início do PT, sua expansão
pelo Brasil. Mas, eu venho do ramo das Pastorais Sociais, das CEBs, das
lutas sociais, da Teologia da Libertação, nunca fui filiado a nenhum
partido. Sou do grupo que nunca vai ao poder, prefere ficar no meio do
povo.
Lula uma vez no poder, fomos os primeiros a confrontá-lo, em vista da
Transposição. Ela está quase concluída, a revitalização do São
Francisco, como sabíamos, não saiu do zero, exceto algumas obras de
saneamento nos municípios da bacia.
Dia 24 ele será julgado em segunda instância. Por ser um processo
mais político que jurídico, já está condenado. A prisão vai depender das
circunstâncias. Parece que não será nesse primeiro momento.
Mas, no dia 24 estará em jogo não apenas o Lula com seus erros e
acertos históricos. O que tanta gente não se conforma é o caráter
parcial desse julgamento, como forma de perseguição pessoal, da
condenação sem provas, ignorando o princípio milenar do direito “in
dubio pro reo”, com origem no direito romano, mas que é esgarçado em
todo regime de exceção. Só o fato da juíza Luciana Correa Torres de
Oliveira penhorar o tal tríplex como sendo da OAS, enquanto Moro
condenou Lula a nove anos por lhe atribuir a propriedade, indica o
absurdo em que se meteu o judiciário brasileiro nesse caso.
Hoje – basta ouvir o diretor do filme “Snowden” – está comprovada a
participação dos Estados Unidos no golpe para destruir ou se apossar de
empresas competitivas que não estejam sob seu controle, como a Petrobrás
e a Embraer, ou para derrubar governos que não lhes são submissos.
Temos os 10% de brasileiros que apoiam Temer e o golpe, os milionários e
bilionários, aquelas velhas almas colonizadas que beijam o traseiro dos
estadunidenses e oprimem nosso povo.
Não precisamos citar mais esses seres humanos abjetos como Eduardo
Cunha, Geddel e o papel que cumpriram nesse processo. No tangente ao
desmonte do estado brasileiro o golpe já está praticamente concluído.
Falta eliminar as sementes da reação.
O processo deixa transparecer claramente a moral farisaica, que “coa
mosquito e engole camelo”, investigando de forma enfadonha uns recibos
de aluguel, mas fazendo vistas largas às corrupções monumentais de
pessoas de outros partidos, de vasto conhecimento público e com provas
inequívocas.
Lula poderá sair condenado e preso, mas sua vitória sobre seus
algozes já está concluída, pelas intenções de voto que o povo lhe
deposita. Historicamente seus perseguidores já perderam a guerra,
particularmente Dallagnol e Moro. Acusaram, condenaram, mas não
provaram, enquanto Lula está vivo no coração do povo.
O povo sabe ler a história e ela não termina no golpe.
*Roberto Malvezzi é graduado em Estudos Sociais e em Filosofia pela Faculdade Salesiana de Filosofia, Ciências e Letras de Lorena SP e graduado em Teologia pelo Instituto Teológico de São Paulo.