domingo, 22 de abril de 2018

A FARSA DO PROCESSO DO TRIPLEX


É público e notório que aquele juiz-bico-comprido, da família Ramphastidae-partidária, possui uma inimizade capital contra toda e qualquer pessoa que tenha preferências políticas e eleitorais diferentes da família dele, cujo pai, legítimo representante da classe média, fundou e dirigiu o PSDB no Estado do Paraná. 
 





Por Antonio Cavalcante Filho 


Mesmo com tão explícita arbitrariedade do barbarismo da Lava Jato, ainda é difícil de acreditar que em um setor da administração pública, tido como “carreira de estado”, possa imperar uma plêiade de defensores do totalitarismo e do fascismo, tal como vejo em parte numerosa de servidores do apodrecido sistema de justiça, incluindo aí alguns delegados de polícia, membros do Ministério Público e da magistratura.

A condenação do ex-presidente Lula, com um “processo a jato”, e seu recolhimento ao cárcere, para um “cumprimento provisório antecipado de sentença penal condenatória”, é o exemplo claro do início da total falência da justiça e a iminência do fim do que ainda restava do Estado Democrático de Direito.

É público e notório que aquele juiz-bico-comprido, da família Ramphastidae-partidária, possui uma inimizade capital contra toda e qualquer pessoa que tenha preferências políticas e eleitorais diferentes da família dele, cujo pai, legítimo representante da classe média, fundou e dirigiu o PSDB no Estado do Paraná.

Lembro que o escândalo do Banestado, aquele que gerou um prejuízo bilionário ao Brasil foi acobertado por essa “otoridade da justissa”, porque envolvia próceres do tucanato que preparavam saques do patrimônio público.

É fato que, às vésperas de completar quatro anos de uma operação essencialmente midiática, ninguém do PSDB foi punido, tirante o caso do doleiro Alberto Youssef, que teve uma condenação “de mentirinha” de mais de 100 anos de cadeia. Não é à toa que, após dois anos, o doleiro já está livre e saltitante e – pasmem – recebe parte do dinheiro recuperado com a tal operação que deixou um rastro de destruição no país.

Isso sem dizer que as ditas “otoridades” recuperaram apenas R$ 11 bilhões denunciados pelos criminosos com a tão festejada chicana jurídica, considerada sacrossanta pelos golpistas (Correio Braziliense, 11/03/2018). No entanto, o prejuízo que deu ao Brasil foi de R$ 142 bilhões (Portal G1, 11/08/2015).

O jornalista e economista Luís Nassif é mais pessimista (GGN, 06/03/2017). Ele acredita no prejuízo de R$ 140 bilhões, causado diretamente pela desastrosa operação midiática-judicial, que recuperou somente R$ 200 milhões. Porém, com um impacto de 13% sobre o PIB nacional. Ou “seja: o rombo provocado por essa caterva ao Brasil supera a casa de R$ 1 trilhão”!

Todavia, o objetivo deste texto é demonstrar a farsa do processo de condenação do Lula, pela implantação de um elevador privativo que nunca existiu, bem como uma reforma milionária de um apartamento que não é seu.

Antes de ser presidente, lá nos anos 2000, Lula e sua esposa Dona Marisa adquiriram cotas de um empreendimento imobiliário do Bancoop, uma cooperativa criada pelo sindicato dos bancários paulistas. Com a insolvência da cooperativa, os prédios em construção foram assumidos pela empreiteira OAS, num total de 14 obras, das 57 que a Bancoop tinha iniciado, entre elas o Edifício Solaris, em Guarujá, local do famoso tríplex.

A falência da cooperativa foi objeto de investigação, inclusive Lula foi ouvido, e o processo na justiça paulista absolveu a todos. O juiz da “República de Curitiba” resolve então pegar o mesmo processo e dizer que o apartamento triplex era propina recebida por Lula da OAS. Isso com base na delação premiada de um dirigente da empresa que, por se encontrar preso na época, mudou seu depoimento ao acusar Lula, para ganhar liberdade em seguida.

Essa farsa ganhou capítulos inteiros na mídia corporativa burguesa (conluio bilionário de meia dúzia de familias), formando em conjunto uma avalanche de reportagens fakenews nasTVs, nos rádios, nas mídias impressas, em cadeia com a blogosfera e redes sociais dominadas pela direita fascista, midiotizando assim, diuturnamente, os teleguiados militontos coxinhas e nazi-doidos do “impitimismo” golpista.

Enquanto reproduziam suas mentiras grosseiras incriminando Lula, os processos contra tucanos da mais alta plumagem, como é o caso do ex-senador Azeredo, por exemplo, eram “deixados no esquecimento”. Tanto é que, 17 anos após a ocorrência do Mensalão do PSDB, esse processo ainda não foi concluído. Entretanto, a ação contra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva durou tão somente dois anos.

Todos os julgamentos de Lula foram transmitidos ao vivo, inclusive no portal do STF, mas Alckmin foi interrogado em sigilo no STJ (e retirado da lava-jato), e na sessão que recebeu a denúncia criminal contra Aécio Neves, foram proibidas fotos e filmagens.

A sentença do juiz Moro contra Lula contém as seguintes pérolas: “Estima o MPF os valores da vantagem indevida em cerca de R$ 2.424.991,00, assim discriminada: R$ 1.147,770 correspondente à diferença entre o valor pago e o preço do apartamento entregue e R$ 1.277,221,00 em benfeitorias e na aquisição de bens para o apartamento” (relatório da sentença, página 57).

E ainda diz a condenação: “Os custos da reforma atingiram R$ 1.104,702, 00 e incluíram a instalação de 1 elevador privativo no apartamento” (relatório da sentença, página 59).

Mas, a mentira tem pena curta. Em meados deste mês de abril de 2018, um grupo de sem-tetos invade o apartamento em Guarujá, que dizem ser do Lula, filmam e fotografam o imóvel.

Os vídeos e as fotos provam que o dito “milionário tríplex”, objeto de “propinas” forjadas no processo criminoso, não passa de uma reunião de três apartamentozinhos-moquiços reunidos em um só. Nele, não há elevador privativo coisíssima nenhuma, como propagavam os fakenews, e a ligação entre os pavimentos é feita por escadas em caracol.

Espremidos, os quartos são minúsculos cômodos de 6 metros por 3, e não existem os luxuosos móveis planejados mostrados na acusação e na sentença. Não foi por acaso que a “justissa” proibiu uma perícia no imóvel que certamente haveria de mostrar uma gritante mentira, ao vivo e a cores.

É por essa e tantas outras razões pelas quais a maioria absoluta da população reconhece que Lula é um preso político. Por isso vem liderando todas as pesquisas de intenção de votos para a eleição a presidente de 2018.

Diante disso, resta aos cidadãos conscientes a continuarem a insurreição no sentido de que seja restabelecida a Democracia em nosso país, a punição dos lesa-pátria e o fim das ditaduras judiciais instaladas. Portanto, Lula livre é a palavra de ordem em defesa da Democracia e do Estado Democrático de Direito!

Antonio Cavalcante Filho, o Ceará, é sindicalista e escreve neste espaço às sextas-feiras - E-mail: antoniocavalcantefilho@outlook.com

Fonte RD News