O mercado é o conglomerado: do donos dos bancos, os grandes empresários, os rentistas, os latifundiários e os especuladores. Essa turma (do conglomerado financeiro-empresarial) representa o 1% da população que domina e submete os outros 99%, sendo que uma pequena parcela destes últimos se beneficia razoavelmente desse estado de coisas.
Por Robson Sávio Reis Souza
Doutor em Ciências Sociais e professor universitário
1. Quem prendeu e mantém Lula preso foi o mercado.
1.1. Lula, apesar de não ter governado contra o mercado, se tornou
uma ameaça depois que ficou escancarado que o mercado é o grande
beneficiário do golpe e, nesse contexto, resolveu mudar seu discurso de
"Lulinha paz e amor", prometendo enfrentar mazelas estruturais caso seja
eleito novamente.
1.2. A mídia empresarial está (como sempre esteve) a serviço do mercado.
2. A justiça, inclusive e principalmente o Supremo, está a serviço do mercado.
2.1. Lula foi expurgado do pleito num processo judicial totalmente
político e persecutório e continuará como preso politico porque é o
candidato com maior intenção de voto e isso não agrada o mercado.
2.2. Fica claro que há indevida e ilegal interferência no processo eleitoral.
3. Assim, o STF, na condição de parceira do mercado, deve manter Lula preso; ou o TSE expurgá-lo das eleições.
4. Como Lula será impedido de concorrer às eleições, porque o mercado
assim determinou, a democracia, a Constituição e o Estado estão
submetidos aos interesses e determinações do mercado.
5. No Brasil contemporâneo, o mercado está acima da nação e dos
cidadãos, que devem servi-lo. Os golpistas são prepostos do mercado.
6. Os três poderes se amalgamaram numa uma única organização
(criminosa) para a pilhagem do Estado, a favorecer os interesses do
mercado.
7. As regras eleitorais também deverão servir aos interesses do
mercado. Por isso, qualquer candidato que ameaçar os interesses do
mercado serão tratados com terrorismo pela mídia
e, se for o caso, a justiça e/ou as Forças Armadas entrarão em cena.
7.1. Não interessa ao mercado os interesses populares.
8. Para garantir esse estado perverso e pervertido, a serviço do mercado, o Brasil está duplamente tutelado:
(a) pela "santíssima trindade" penal-judicial-policial (polícias, MP, judiciário) e
(b) pelas Forças Armadas, cada vez mais protagonistas na política.
9. Eleições, se ocorrerem, poderão se transformar numa farsa, a manterem aparência democrática.
Agora, quem é essa divindade suprema chamada mercado?
O mercado é o conglomerado: do donos dos bancos, os grandes
empresários, os rentistas, os latifundiários e os especuladores. Essa
turma (do conglomerado financeiro-empresarial) representa o 1% da
população que domina e submete os outros 99%, sendo que uma pequena
parcela destes últimos se beneficia razoavelmente desse estado de
coisas.
Os três poderes da República estão a serviço desse conglomerado; dessa "economia que mata", como diz o Papa Francisco.
Por isso, só a união das forças progressistas com os trabalhadores
terá a potência para o enfrentamento da nova divindade que reina no
Brasil: o mercado (inclusive com o apoio de muitas lideranças e elites
religiosas).
Fonte Brasil 247