domingo, 29 de julho de 2018

A POLÍTICA "TAQUIBOLSONARIANA"


O que une todos os setores da direita à extrema direita é o mesmo ideal: privilegiar os ricos sacrificando os pobres. Todos são unânimes em acreditar que a única forma de se combater a violência é com a repressão policial. Para eles, inclusão social, distribuição de renda, reforma agrária, saúde e educação pública de qualidade para todos é coisa de comunista. 



RD News

Por Antonio Cavalcante Filho


O governador Pedro Taques (PSDB) já está em franca campanha pela reeleição (meio abusiva até). Com isso, o meu direito de crítica sofre algumas limitações por causa da legislação eleitoral. Esta pode ser a minha derradeira manifestação em relação ao seu malfadado mandato que, com a entrega gratuita do meu voto, desgraçadamente o ajudei a conquistar.

Não é de causar nenhuma estranheza as declarações do governador peessedebista de Mato Grosso, que tem como candidato à Presidência da República pelo seu partido o tucano Geraldo Alckmin, prometer palanque ao também presidenciável da extrema direita Jair Bolsonaro (PSL). 

O perfil da política de Taques e Bolsonaro tem tudo a ver:

1 - Ambos se conluiaram com Aécio, Cunha e Temer contra a democracia, apoiando o golpe apelidado de Impeachment consumado em 2016.

2 – O governador Taques apoiou, e o deputado Jair Bolsonaro votou com a PEC 241, conhecida como PEC do Fim do Mundo, que prevê o congelamento de investimentos do governo em saúde, educação, moradia, entre outras, por 20 anos.

3 – Bolsonaro votou favorável à “Reforma Trabalhista”, do Michel Temer, que roubou direitos dos trabalhadores conquistados há mais de meio século, um retrocesso monstruoso que Pedro Taques aplaudiu.

4 – Taques também apoiou o projeto de lei lesa-pátria 4567/2016, de iniciativa de José Serra, do PSDB, com o texto de prioridade do usurpador Michel Temer entregando o Pré-Sal às empresas estrangeiras que Jair Bolsonaro também votou a favor.

Por essas e outras razões, Taques e Bolsonaro são idênticos. As suas políticas são inimigas da soberania nacional e dos trabalhadores.

O que une todos os setores da direita à extrema direita é o mesmo ideal: privilegiar os ricos sacrificando os pobres. Todos são unânimes em acreditar que a única forma de se combater a violência é com a repressão policial. Para eles, inclusão social, distribuição de renda, reforma agrária, saúde e educação pública de qualidade para todos é coisa de comunista.

Não é por acaso que um dos setores mais prestigiados no começo do mandato de Taques não foi a saúde, a educação, a habitação popular ou a geração de emprego e renda, e, sim, o da segurança pública, com a contratação de milhares de policias militares, inchando a folha de salário e extrapolando a LRF, com um resultado pífio para a sociedade.

Bolsonaro, se eleito, já até prometeu entregar 50% do seu ministério aos militares: "não é a imprensa ou o STF, que vai falar o limite pra mim", disse ele, certa vez, em um tom arrogante conhecido por nós mato-grossenses que, atônitos, vivenciamos há quatro anos esse governo tucano. Dividir a gestão pública com militares é mais um ponto que une a visão política de Taques e Bolsonaro.

O governador de Mato Grosso já antecipou o que seria um governo Bolsonariano. Desde o início do seu governo, Taques nomeou delegados de polícia em quase todos os setores da administração, e o que vimos em seguida foi a utilização dos sistemas de interceptação telefônica criminosa, envolvendo militares de alta patentes, em que as vítimas foram jornalistas, políticos e até as namoradas dos “bandidões”.

O Detran foi entregue a um delegado, e o resultado foi uma piora gigantesca no atendimento. Aqueles postos descentralizados para emplacar veículos, por exemplo, foram fechados. Na sede central e nas Ciretrans, as filas são uma constante. Os servidores, descontentes com o sucateamento, fizeram greve, mas a resposta do governo policial Taquiniano foi reprimir, algemar e prender os manifestantes. No mesmo período, mesmo com um delegado dirigindo o Detran, o saque continuou.

No Intermat, foi a mesma coisa. O governador nomeou um delegado para dirigir o problemático órgão, e o resultado ruim da gestão tem efeitos negativos até hoje. Um simples protocolo, de documento ou pedido de informação, obriga a pessoa a permanecer horas a fio na entrada do setor, aguardando a boa vontade da burocracia.

Bom, mas a “puliça taquiana” prende gente, imaginam alguns incautos.

Ao ser desafiado pelo Comando Vermelho (facção que demonstra mais agilidade para investigar, prender e punir que os policiais e juízes de Mato Grosso), os protegidos de Pedro Taques fizeram mais um feito. Prenderam 9 homens, acusados de planejar atentados contra agentes penitenciários, sendo que 7 deles já se encontravam cumprindo pena em uma das unidades prisionais do Estado.

Mas não bastou prender. Pegaram os caras lá da penitenciária e trouxeram em frente ao prédio da Polícia Civil, para a produção do velho e surrado retrato do preso algemado. Isso tem vários nomes: incompetência, abuso de autoridade, improbidade administrativa, entre outros.

A humilhação pública de presos e arapongagem de escutas criminosas de ligações telefônicas são coisas de regimes de exceção e de ditaduras, bem aos moldes da época do regime militar.

Para alguns, pode até parecer de minha parte uma “teoria da conspiração”, mas os afagos do político Taques aos setores policiais vieram acompanhados de uma cooptação nunca antes vista a tal ponto que, bastou a aparição do Bolsonaro pousando com uma criança ensinando a ela fazer sinais com os dedos, simulando um revolver, para me lembrar do Pedro Taques, com sua ideia de militarizar a educação pública em Mato Grosso.

Neste ano eleitoral, tenho pena do eleitor mato-grossense com as opções de candidaturas apresentadas até aqui para governo do estado. Resta apenas a esperança de que haja a politização do debate técnico na eleição, e que, no final, esse tipo de gente que se apropria das instituições para realizar seus desejos íntimos, seja expurgado, para sempre, da vida pública.

Antonio Cavalcante Filho, o Ceará, é sindicalista e escreve neste espaço às sextas-feiras - E-mail: antoniocavalcantefilho@outlook.com

Fonte RD News


PEDRO TAQUES E BOLSONARO SÃO IDÊNTICOS. AS SUAS POLÍTICAS SÃO INIMIGAS DA SOBERANIA NACIONAL E DOS TRABALHADORES


Bolsonaro, se eleito, já até prometeu entregar 50% do seu ministério aos militares. O governador de Mato Grosso já antecipou o que seria um governo Bolsonariano. Desde o início do seu governo, Taques nomeou delegados de polícia em quase todos os setores da administração, e o que vimos em seguida foi a utilização dos sistemas de interceptação telefônica criminosa, envolvendo militares de alta patentes, em que as vítimas foram jornalistas, políticos e até as namoradas dos “bandidões”.