sábado, 29 de setembro de 2018

AS MULHERES SALVARAM O BRASIL EM 2018


Jair Bolsonaro e sua trupe terão de engolir, nas urnas, sua misoginia. Quanto a nós que não odiamos, mas amamos as mulheres e queremos para nossas filhas, irmãs, esposas e mães uma sociedade sem machismo, resta-nos aprender e, sobretudo, aplaudir a garra, a coragem e a inteligência política das mulheres brasileiras. 

 #EleNao - Mulheres contra Bolsonaro: veja a lista com os locais dos eventos agendados para o dia 29/09: ∴ No Brasil (clique aqui) | Pelo mundo (clique aqui)




O movimento #EleNão que extrapolou as fronteiras nacionais, conquistando apoio de mulheres do mundo todo; o grupo Mulheres contra Bolsonaro no Facebook; a militância aguerrida, cotidiana, nas ruas e nas redes; todas as manifestações organizadas pelas mulheres brasileiras foram, estão sendo e serão, não tenho dúvidas, cruciais no estancamento da marcha fascista.

Ensinando a todos, que crescemos em meio a inúmeros privilégios desta cultura machista, elas conseguiram criar uma rede nacional e internacional em torno de um propósito superior às disputas partidárias: a defesa dos valores civilizatórios. As mulheres brasileiras mudaram o rumo desta eleição. Elas deram o tom: do Oiapoque ao Chuí, é possível ouvir “ele não”.

Principais vítimas de um Brasil que custa em manter sua civilidade, elas dizem não à misoginia de Jair Bolsonaro, expressa em várias ocasiões, por exemplo, sua incitação ao estupro. Fazem por si mesmas, neste momento, justiça à deputada Maria do Rosário.
 
As mulheres brasileiras nos ensinam, como ninguém mais poderia, a repudiar qualquer governo regido pela violência. Pelos filhos que criam, muitas vezes sozinhas, elas sabem. Sabem que desajustadas não são suas crianças, que educam com tanta dignidade; mas sim o general Mourão impedido de abrir a boca.

Pelos maridos e namorados que as ameaçam, pelo estupro e feminicídio que tanto as vitima, elas sabem. E dizem um gigantesco NÃO! à cultura da violência, da liberação do porte de armas à tortura, na qual se baseia o discurso e prática da candidatura Bolsonaro, vide a agressão a uma das organizadoras da página com mais de 2 milhões de membros no Facebook.

Sim, elas sabem e nos ensinam a repudiar qualquer governo que justifique a remuneração distinta entre gêneros, chegando ao absurdo de dizer “devem ganhar menos porque engravidam”. Sabem e nos ensinam a repudiar qualquer Estado que ameace prendê-las caso precisem interromper gestações indesejadas, porque aborto é questão de saúde pública.

E não nos enganemos: o grito de repúdio a Jair Bolsonaro é também um grito de repúdio às práticas sexistas, ao assédio tão normalizado entre nós, às brincadeiras maldosas, à tentativa de desqualifica-las, à interrupção quando elas falam, postura tão corriqueira nas entrevistas do candidato. #EleNão é tudo isso e mais um pouco.

É a demarcação de uma linha civilizatória.

Jair Bolsonaro e sua trupe terão de engolir, nas urnas, sua misoginia. Quanto a nós que não odiamos, mas amamos as mulheres e queremos para nossas filhas, irmãs, esposas e mães uma sociedade sem machismo, resta-nos aprender e, sobretudo, aplaudir a garra, a coragem e a inteligência política das mulheres brasileiras.

Para ajudar nessa luta, protagonizada por elas, Carta Maior lança a editoria #EleNão, com análises 100% escritas por mulheres. Não deixem de ler “Com quantas ´fraquejadas´ se faz uma revolução” de Mariana Ferraz Paulino e  #EleNão: brasileiras protagonizam campanha de dimensões internacionais de Erika Morhy, convidando todas para os atos programados no próximo sábado, 29 de setembro, em todo país.

Aproveito e peço, encarecidamente, a todos que contribuam com a continuidade deste projeto. Torne-se parceiro da Carta Maior (confira aqui as possibilidades de doação) e nos permita continuar na trincheira por um Brasil mais justo, mais humano, mais igualitário.

Grande abraço,

Joaquim Ernesto Palhares
Diretor da Carta Maior

Fonte Carta Maior

NÃO SE DEIXE ENGANAR!

"Para esta eleição, precisamos escolher entre a civilização e a barbárie, entre o avanço rumo ao futuro luminoso das democracias, da solidariedade, da convivência pacifica, da justiça, do sonho de respeito à vida, da esperança de dignidade, ou o retrocesso das trevas, da idolatria ao lucro, da escravidão dos trabalhadores, do julgo da maioria aos interesses egoístas do capital, das ditaduras, das torturas e da morte". (Antonio Cavalcante Filho)