Lula está sequestrado, e os fascistas não permitirão sua libertação do cativeiro da Lava Jato porque, livre, ele seria o mais sério empecilho à continuidade do pacto de dominação anti-povo, anti-nação e anti-democracia firmado no golpe de 2016.
O Estado brasileiro, segundo escrito na Constituição, é laico, mas um
Jesus Cristo crucificado e pendurado na parede da sala de sessões da 5ª
Turma do Superior Tribunal de Justiça [STJ] testemunhou, envergonhado, o
arbítrio e a hipocrisia dos “juízes” [entre mil aspas] que mantiveram a
condenação arbitrária, sem provas e sem culpa do Lula.
Se fizesse justiça de verdade, o STJ teria anulado esta infâmia que escandaliza o mundo inteiro.
Os algozes alegaram que não podiam discutir as provas [inexistentes]
no processo – ou seja, alegaram não poder julgar a essência da farsa que
condenou Lula sem prova e sem culpa.
Nem poderiam. Afinal, no processo não existem provas para incriminar
Lula, como tampouco existe culpa do Lula, que é vítima da armação de um
judiciário fascistizado.
Durante horas os algozes se revezaram num jogral de falácias para
atribuir aparência de legalidade e normalidade à brutalidade jurídica
perpetrada contra o Lula.
A sessão do STJ tinha o exclusivo propósito de reforçar a narrativa
de que Lula é criminoso. Ponto. Confirmar a condenação pelo terceiro
grau do judiciário se prestou precisamente à atribuição da falsa imagem
de legalidade ao regime de exceção.
E se prestará para legitimar novo estupro à Constituição, já
defendido por Dias Toffoli, que quer validar a prisão antes do trânsito
em julgado, depois de decisão do STJ – medida à feição para o Supremo,
que finalmente se sentirá encorajado a decidir sobre matéria engavetada
há mais de ano por subserviência à tutela militar.
A decisão do STJ de reduzir a pena imposta pelo Partido da Lava Jato
não deve ser celebrada; é mera empulhação do Tribunal. Como Lula disse, “Até aqui não tive direito a um julgamento justo. Reduziram uma pena que não deveria nem existir”.
O STJ foi estratégico: com o simulacro de estar fazendo justiça,
buscou passar a mensagem de magnanimidade ao corrigir o excesso da pena
imposta para, no fundamental, confirmar a condenação do Lula em outra
instância judicial, e outra vez com a incrível unanimidade de todos
algozes, que novamente coincidiram milimetricamente nos votos proferidos
[talvez porque o judiciário fascistizado seja servido pela mesma
agência central de ghost writer].
O STJ apenas cumpriu o que dele se esperava: sua parte nesta farsa
monstruosa, montada para sujar a história do Lula e banir da vida
política do país este líder gigante que, livre, seria capaz de organizar
a resistência para deter a devastação que a oligarquia fascista promove
do Brasil e dos direitos do povo.
Os fascistas não improvisam no cerco ao Lula. Eles planejam o
passo-a-passo, a estratégia do regime de exceção e o tempo das
iniciativas jurídicas e políticas.
Fabricaram uma pilha de processos farsescos contra Lula para
alimentar um esquema industrial estável de condenações em série,
totalmente por fora das regras do Estado de Direito, para manter Lula no
cativeiro até o último dos seus dias.
Lula está sequestrado, e os fascistas não permitirão sua libertação
do cativeiro da Lava Jato porque, livre, ele seria o mais sério
empecilho à continuidade do pacto de dominação anti-povo, anti-nação e
anti-democracia firmado no golpe de 2016.