A Lava Jato passará a ser no Brasil o grupo com o maior potencial de formação de escolas particulares para explorar o novo mercado que estará disponível com a falência do ensino público a nível fundamental, médio ou superior.
Por Jair de Souza
Qual é o projeto de Bolsonaro para a educação?
Está mais do que claro que não é ele quem vai nos dar esta informação.
É por demais sabido que Bolsonaro não tem a mínima ideia do que é, de como funciona e para que serve o sistema educacional.
No
entanto, há gente ligada a ele (seja por sentimentos ideológicos
antipovo, seja para usar oportunisticamente sua ignorância em benefício
de interesses próprios) que, sim, entende da questão e deseja levar
adiante um plano bem estudado para alcançar os objetivos por eles
almejados.
Dentre os grupos ligados ao bolsonarismo, não podemos nos esquecer dos integrantes da Lava Jato.
E o que poderia ter a Lava Jato diretamente relacionado com o sistema educacional?
Bem, a resposta a esta pergunta vem se
desenhando mais nitidamente em minha mente a cada descoberta revelada
sobre a própria Lava Jato.
Levando-se
em conta que a Lava Jato foi formada a partir de iniciativas tomadas
por organismos estadunidenses determinados a ditar os rumos e destinos
dos governos de países nos quais os EUA têm interesses importantes;
considerando-se também que eles contam com aliados locais que
compartilham desses mesmos interesses, fica mais fácil dar sequência ao
raciocínio e, se for de nosso desejo, até elaborar um PowerPoint para projetar ao final da exposição.
Sem
contar com o que ainda não foi detectado, já sabemos que, das
penalizações aplicadas à Petrobrás e à Odebrecht, a Lava Jato negociou
junto ao Departamento de Justiça dos EUA (Department of Justice – DoJ) o
desvio de 9,3 bilhões de reais para serem usados em conformidade com os desejos dos próprios gestores da Lava Jato.
E também devemos recordar que os
firmantes do acordo por parte da Lava Jato se comprometeram a usar boa
parte desses recursos desviados de nosso povo na formação de uma
consciência social que esteja em sintonia com as aspirações dos
lavajatenses (que, não por casualidade, são as mesmas dos agentes
gringos).
Tendo
em vista isto, podemos dizer que o desmonte da educação pública que
está em curso no país (e que parece que se acentuará com o novo
ministro) vai inteiramente ao encontro dos objetivos traçados nestes
acordos estabelecidos pela Lava Jato e o DoJ ao arrepio da nação.
Com a significativa destruição ou
deterioração das instituições públicas de ensino, os cidadãos que
quiserem dar a si próprios ou a seus filhos uma educação de nível pelo
menos razoável terão obrigatoriamente que recorrer a instituições
privadas e pagar pelo ensino que estas oferecerem. E neste ponto a
vantagem da Lava Jato chega a ser monstruosa.
Se com os 2,5 bilhões que estão tentando surrupiar da Petrobrás, o risco já parecia imenso, o que dizer dos 9,3 bilhões que vão estar à sua disposição ao somar os ganhos do acordo com a Odebrecht?
A Lava Jato passará a ser no Brasil o
grupo com o maior potencial de formação de escolas particulares para
explorar o novo mercado que estará disponível com a falência do ensino
público a nível fundamental, médio ou superior.
Que
beleza, não é mesmo? Apropriam-se indevidamente dos recursos de todo um
povo, ajudam a destruir o sistema público de educação, ocupam a parte
mais significativa da mercantilização do ensino que vem em consequência,
vão ter todas as facilidades imagináveis para divulgar e fazer vingar
sua visão vira-lata de mundo e, ainda por cima, vão ganhar muito mais
dinheiro.
Isto sim é um plano muitíssimo bem articulado para o ensino.
Destruir a educação pública para, com o
dinheiro público espoliado da nação, conseguir ganhar ainda mais
dinheiro. Nunca se mataram tantos coelhos de uma só cajadada!
E
onde estão as provas deste plano? Bem, as provas eu só vou apresentar
depois que eles apresentarem as provas que determinaram a condenação e
prisão de Lula.
Até agora, nenhuma prova foi posta à
disposição da Justiça, bastou a convicção de Sérgio Conge Moro e de
Deltan Dallagnol para que Lula fosse condenado.
Então,
se a convicção, as suposições e as deduções serviram para a Lava Jato
condenar, julgar e prender sem provas, por que não aplicar o mesmo
procedimento em relação a eles?
E convenhamos, neste caso específico da
destruição de nossa educação pública, as evidências, as suposições, as
deduções e, logicamente, a convicção são muitíssimo mais fortes.
Fonte Vi o Mundo