Bolsonaro reage ao cerco com suas milícias digitais e o apelo à insurreição. Ele foi útil para derrotar a esquerda e o PT. Hoje, tenta derrotar a democracia. Um governo Mourão não faria muito diferente.
Jornal GGN
Por Ricardo Amaral
Mais cedo do que esperavam, Jair Bolsonaro vem mostrando que é disfuncional para o sistema e incapaz de implantar a agenda dos poderosos que bancaram sua eleição. Em sua infinita arrogância, as elites estúpidas deste país apostaram que seria possível educar e domesticar a besta fera, da mesma forma que apostaram no fracasso de Lula. Deu no que está dando. Isso coloca um novo desafio para a esquerda: o de não embarcar em aventuras.
Por Ricardo Amaral
Mais cedo do que esperavam, Jair Bolsonaro vem mostrando que é disfuncional para o sistema e incapaz de implantar a agenda dos poderosos que bancaram sua eleição. Em sua infinita arrogância, as elites estúpidas deste país apostaram que seria possível educar e domesticar a besta fera, da mesma forma que apostaram no fracasso de Lula. Deu no que está dando. Isso coloca um novo desafio para a esquerda: o de não embarcar em aventuras.
Os sintomas de descarte da laranja chupada brotam de todos
as fontes. O Globo diz que “assim não se governa”, o Estado chama
Bolsonaro de “ameaça à Nação”. FHC e Alckmin dizem que ele é perigoso e
não está à altura do país. Maia e o Centrão lhe impõem derrotas e ditam o
ritmo da pauta. As ruas começam a falar. O mercado late para ele em
dólares e ibovespas. E os militares fazem silêncio de rádio, como ensina
o manual, antes do ataque.
Talvez não seja mais possível esperar que Bolsonaro faça o serviço
sujo da Previdência, ou já estejam convencidos de que ele não é apto
para a tarefa. É o cenário de uma conspiração em marcha, com destino
traçado: trocar o presidente pelo vice, general Hamilton Mourão. Quem
faz um impeachment faz outro, pois não?
É
nessa canoa que a esquerda não pode embarcar, porque não se trata de um
movimento para mudar a agenda que está destruindo o Brasil, mas para
garantir sua imposição de maneira mais eficaz. E de maneira ainda mais
autoritária, sob a direção de generais linha-dura de raiz, no lugar do
capitão tosco de quem agora se envergonham os poderosos que o bancaram
para evitar o retorno do PT ao governo.
Os
generais cúmplices de Bolsonaro não têm nada de nacionalistas e
tampouco respeitam, sequer formalmente, a Constituição, ao contrário do
que supõe certa ingenuidade. Foram doutrinados na escola norte-americana
e trazem a herança de Sylvio Frota, o comandante do Exército que em
1977 deu um golpe frustrado em Ernesto Geisel, a quem chamava de
comunista por não se alinhar aos EUA. Foi sob seu comando que o coronel
Ustra torturou e matou.
O general Augusto Heleno, chefe do GSI e decano dos generais
bolsonaristas, foi ajudante de ordens de Sylvio Frota. Seu colega Santos
Cruz aperfeiçoou-se em combate na Selva em 1975, quando o Exército
dizimava a guerrilha do Araguaia. O general Mourão, da mesma geração,
estava na ativa em 2017, quando pregou a intervenção militar numa
palestra para maçons. O general Vilas Boas, então comandante do
Exército, passou pano no insubordinado.
Eles defendem o alinhamento político e militar aos Estados Unidos e
todo o programa econômico de Paulo Guedes, da entrega do pré-sal à
reforma da Previdência, do desmonte da Petrobrás à venda dos bancos
públicos. São devotos do estado mínimo, exceto para eles. São aliados de
Sergio Moro na construção de um estado policial. Querem dominar o morro
a bala, como fizeram no Haiti.
Mas o primeiro ponto da agenda dos generais é: Lula na cadeia, sob
pena de não ser possível impor o restante. Por mais que se entusiasmem
pela queda de Bolsonaro via impeachment, as lideranças com
responsabilidade na esquerda e centro-esquerda devem se lembrar que o
general Villas Boas chantageou o Supremo no julgamento do habeas corpus
de Lula e que, empossado, Bolsonaro agradeceu publicamente a manobra
ilegal que lhe permitiu a eleição.
O
impeachment pode ser a saída constitucional para a encrenca em que as
elites se meteram, levando o país de cambulhada. Mas não será a resposta
para os problemas reais do país: a estagnação à vista com o programa de
Guedes, o colapso das políticas públicas criado pelo teto de gastos, o
desemprego, a alta do custo de vida, a volta da fome e a normalização da
barbárie.
Para superar a crise nacional é necessário derrotar a agenda do
sistema, não apenas seu espantalho. É preciso criar condições para o
pais eleger um novo governo, num processo realmente democrático como não
ocorreu em 2018. Bolsonaro reage ao cerco com suas milícias digitais e o
apelo à insurreição. Ele foi útil para derrotar a esquerda e o PT.
Hoje, tenta derrotar a democracia. Um governo Mourão não faria muito
diferente.
Fonte Jornal GGN
Filho do presidente Bolsonaro teria lucrado R$ 3 milhões com compra e venda de imóveis entre 2010 e 2017, quando adquiriu 19 imóveis por R$ 9,4 milhões."
https://www.facebook.com/antoniocavalcantefilho.cavalcante
Fonte Jornal GGN
E AGORA, O QUE #ELE VAI DIZER?
"MP vê indícios de que Flávio Bolsonaro lavou dinheiro ao comprar 19 imóveis por 9 milhões".
"MP vê organização criminosa no gabinete de Flávio Bolsonaro
Filho do presidente Bolsonaro teria lucrado R$ 3 milhões com compra e venda de imóveis entre 2010 e 2017, quando adquiriu 19 imóveis por R$ 9,4 milhões."
Bolsonaro
disse que seus filhos não correm o risco de namorar uma mulher negra ou
virarem gays, porque "foram muito bem educados".
Em entrevista à
revista Playboy em junho de 2011 Jair Bolsonaro afirmou que prefere um
filho morto a um herdeiro gay e diz que ser vizinho de um casal
homossexual é motivo de desvalorização de imóvel. “Seria incapaz de amar
um filho homossexual. Não vou dar uma de hipócrita aqui: prefiro que um
filho meu morra num acidente do que apareça com um bigodudo por aí.
Para mim ele vai ter morrido mesmo”, disse
https://www.facebook.com/antoniocavalcantefilho.cavalcante