quarta-feira, 15 de maio de 2019

O ARREPENDIMENTO QUE NÃO APAGA AS INJUSTIÇAS


Gostem ou não do ex-presidente, jornalistas, cineastas, intelectuais e artistas arrependidos, mais do que pedir desculpas, deveriam defender a liberdade de Lula. Sem ela não retomaremos nossa democracia, levada por jatos pouco republicanos. 



Por Florestan Fernandes, 

Tenho visto muita gente arrependida por ter acreditado nas "boas" intenções do juiz que comandou a Lava Jato. Arrependimento que veio tarde, o estrago já está feito. E não foi pouco. A reputação de muita gente séria e honesta foi levada na correnteza das águas de uma lavagem que retirou pouca sujeira para o prejuízo que causou. 

Durante cinco anos, delações foram vazadas para a mídia corporativa dentro de um cronograma eleitoral e de manipulação política. Delações arrancadas a fórceps de empresários e políticos que foram trancafiados por meses e até anos em celas na República de Curitiba. O que se queria deles eram delações, de preferência as que comprometessem o PT e o ex-presidente Lula. E elas foram feitas, verbalmente, poucas com provas materiais.

A condenação de Lula sobre o triplex do Guarujá é desprovida de qualquer prova material ou documental. O ex-presidente foi condenado a mais de 12 anos de prisão baseado apenas nas convicções de Sergio Moro, que aceitou como provas verdadeiras as declarações do presidente da OAS, Léo Pinheiro. 

Não vou aqui discutir a sentença. Centenas de juristas em todo o planeta são unanimes em afirmar que a condenação carece de provas. Recentemente o ministro Marco Aurélio Mello do STF afirmou ter dúvidas seríssimas sobre os crimes pelos quais Lula foi condenado no caso do triplex. 

Quando Sergio Moro aceitou o convite para ser ministro da Justiça de um presidente eleito que foi beneficiado pela condenação e prisão de Lula, feitas a toque de caixa e em tempo recorde, a máscara caiu. 

Já a roupa do ex-juiz caiu dias atrás, deixando-o nu em público, quando o presidente da República afirmou em entrevista que manterá seu acordo com Sergio Moro, para indicá-lo à primeira vaga que abrir no Supremo Tribunal Federal: "Eu fiz um compromisso com ele. Ele abriu mão de 22 anos de magistratura. A primeira vaga que tiver lá (no STF), estará à disposição", afirmou Bolsonaro.

A vaga deve abrir em novembro do ano que vem, quando o ministro Celso de Mello se aposentar. Portanto, o arrependimento dos que apoiaram a Lava Jato não é em relação ao Moro ministro que tropeça na língua pátria ou que não sabe dizer qual foi a última biografia que leu. 

É o Sergio Moro lá de trás, agigantado artificialmente pela Lava Jato, o da época em que condenou sem provas e retirou das eleições o mais impor tante líder político do país. Ao aceitar o Ministério e o acordo que teria feito por uma cadeira na Corte Suprema, Moro legitima a crença de que Lula é mesmo um preso político. 

Gostem ou não do ex-presidente, jornalistas, cineastas, intelectuais e artistas arrependidos, mais do que pedir desculpas, deveriam defender a liberdade de Lula. Sem ela não retomaremos nossa democracia, levada por jatos pouco republicanos.

Fonte Brasil 247


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