Revistas Veja e IstoÉ que apoiaram decididamente o golpe contra Dilma Roussef e a eleição de Jair Bolsonaro começam a romper com o bolsonarismo; ambas publicam capas com ataques devastadores contra o guru do clã Bolsonaro, Olavo de Carvalho; numa delas, Carvalho aparece como "imbecil" na capa; na outra, sua boca aparece modelada por um mictório
Brasil 247
Revistas Veja e IstoÉ que apoiaram
decididamente o golpe contra Dilma Roussef e a eleição de Jair Bolsonaro
começam a romper com o bolsonarismo; ambas publicam capas com ataques
devastadores contra o guru do clã Bolsonaro, Olavo de Carvalho. Numa
delas, Carvalho aparece como "imbecil" na capa; na outra, sua boca
aparece modelada por um mictório. O "guru" já bateu duro na imprensa ao
dizer no Twitter
que "os jornalistas são os maiores inimigos do povo, seja nos EUA ou no
Brasil", o que aumenta ainda mais as dificuldades de Bolsonaro na
articulação com os meios de comunicação.
Além de problemas com jornalistas, o entrave de Olavo com militares
gera preocupação no governo. Os alvos preferidos do escritor são o
vice-presidente da República, Hamilton Mourão, e o ministro da
Secretaria de Governo da presidência, o general Santos Cruz. E um forte
indicativo da influência de Carvalho no governo são as indicações de
Ricardo Vélez Rodriguez para comandar a pasta da Educação (Vélez foi
demitido) e também o atual ministro das Relações Exteriores, Ernesto
Araújo.
O fato é que a ala militar tem ficado cada vez mais irritado com as posições de alguém fora do governo. Segundo a coluna Painel,
por exemplo, membros da ativa das Forças dizem que o Bolsonaro soou
dúbio ao tentar sufocar o impasse sem antes defender os generais que
estão no governo. Os olavistas, alinhados ao escritor Olavo de Carvalho,
garantem que o chefe do Planalto está cansado das cobranças pois avalia
que os fardados deveriam protegê-lo e não o contrário.
Um dia após Carvalho chamar Santos Cruz de seu "merda", o general
Eduardo Villas Bôas, membro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI)
e ex-chefe das Forças Armadas qualificou o escritor como "trotski de
direita" e disse que ele tem um "vazio existencial". "Derrama seus
ataques aos militares e às FFAA demonstrando total falta de princípios
básicos de educação, de respeito e de um mínimo de humildade e
modéstia", afirmou (veja aqui).
A influência de alguém de fora do governo sobre a gestão reflete a
incapacidade de liderança do presidente Jair Bolsonaro, que terá a
missão de apaziguar os ânimos com a imprensa. Mas esta tarefa será
difícil com um presidente impopular. Pesquisa XP Ipespe, divulgada nesta
sexta-feira (10), apontou que a avaliação negativa do governo passou
para 31% em maio ante 26% em abril. Um levantamento do Ibope, divulgado
em março, já havia apontado a reprovação do governo (ruim ou péssimo) em
24%, percentual que, embora menor, já deixava Bolsonaro como presidente
mais impopular em começo de primeiro mandato desde 1995.
Fonte Brasil 247