domingo, 25 de agosto de 2019

"BOLSONARO PÔS O MUNDO CONTRA O BRASIL


"É improvável que nesta altura não haja, nos Estados Unidos e na Europa, cabeças especulando sobre controles internacionais. O Brasil não teria força, de espécie alguma, para impedi-los por si mesmo", diz o jornalista 




O jornalista Janio de Freitas avalia que o Brasil corre o risco de perder a soberania sobre a Amazônia, em razão dos estímulos ao desmatamento concedidos por Jair Bolsonaro. "É improvável que nesta altura não haja, nos Estados Unidos e na Europa, cabeças especulando sobre controles internacionais. O Brasil não teria força, de espécie alguma, para impedi-los por si mesmo", diz ele, em artigo publicado neste domindo, na Folha de S. Paulo.

"Duas obviedades de dimensão amazônica em Jair Bolsonaro e seu governo. Uma, o descumprimento de obrigações determinadas pela Constituição, para o meio ambiente e outros fins; outra, o desrespeito a tratados internacionais. Daí resultante, a permissividade concedida à exploração ilegal da Amazônia, cerceada até a aferição científica do dano territorial, tem relação íntima com crime de responsabilidade. Ou lesa-pátria. Jair Bolsonaro pôs o mundo contra o Brasil."

Fonte Brasil 247 


Saiba mais:


"A Amazônia é nosso bem comum", diz presidente da França
O avanço das queimadas na Amazônia já leva o presidente da França, Emmanuel Macron, a se referir à região como "bem comum" da humanidade, em razão do impacto da floresta na produção do oxigênio global e na regulação climática. Irresponsabilidade de Bolsonaro já coloca em risco o território nacional
Jornal GGN 

“A Amazônia é nosso bem comum”, disse o presidente da França, Emmanuel Macron, antes da reunião da Cúpula do G7, neste sábado, em resposta aos ataques de Jair Bolsonaro de que seria um tema de soberania brasileira e que outros países não poderiam se intrometer.
Da mesma forma como Macron, especialistas franceses pontuaram que não se trata de ingerência e, por representar o oxigênio consumido em todo o mundo, deve ser olhado pelo mundo. Para os analistas, Bolsonaro tem uma “mentalidade colonialista”.

Especialistas franceses acreditam que discutir questão da Amazônia no G7 não é ingerência
Do Rfi
Na troca indireta de tuítes que ocorreu nas últimas horas entre o presidente francês, Emmanuel Macron, que fala em “crise internacional” e pede aos países do G7 que ajam pela Amazônia e a resposta do presidente brasileiro, Jair Bolsonaro, que o acusa de “instrumentalizar uma questão interna” e de ter uma “mentalidade colonialista”, fica a questão: o G7 discutir o tema sem a presença dos presidentes da região amazônica seria uma ingerência?

Para o geógrafo e diretor emérito de pesquisa do CNRS – CREDA (Centro Nacional de Pesquisa Científica – Centro de Pesquisa e Documentação das Américas) Hervé Théry, não é ingerência estrangeira, por tratar-se de um problema mundial.

“Cabe lembrar que a França tem uma presença lá, que é a Guiana Francesa, e o problema da Amazônia é um problema planetário. E, em sendo um problema planetário, como direitos humanos, refugiados, ecologia, pode-se dar palpites sobre assuntos internos de um país. Neste caso, se pode pensar em dar avisos ou advertências em países estrangeiros”, diz Théry, que é também professor de pós-graduação na Universidade de São Paulo (USP-PPGH).

Théry lembra que não é a primeira vez que os países do G7 se envolvem nesta questão. “O G7 já fez, nos anos 90, fez um grande programa, de 250 milhões de dólares, o PPG7, Programa Piloto do G7, para a Preservação das Florestas Tropicais do Brasil. Então o G7 já teve uma ação muito importante no passado, notadamente na delimitação de terras indígenas”, diz Théry.

O geógrafo também analisa o discurso de Bolsonaro como pouco efetivo. “Até agora, a resposta dele tem sido contra-atacar. Aliás, a associação de ONGs brasileiras, a Abong, soltou uma nota dizendo que Bolsonaro não precisa das ONGs para queimar a imagem do Brasil pelo mundo”, diz o professor, para quem a imagem do Brasil no mundo já foi afetada negativamente.
 Segundo Christophe Ventura, diretor de pesquisa do Instituto de Relações Internacionais e Estratégicas, especialista em América Latina, “isso tudo é uma questão de interpretação e de guerra de comunicação política”.

– Lamento que o presidente Macron busque instrumentalizar uma questão interna do Brasil e de outros países amazônicos p/ ganhos políticos pessoais. O tom sensacionalista com que se refere à Amazônia (apelando até p/ fotos falsas) não contribui em nada para a solução do problema.

“Discurso para justificar o agronegócio”

“O propósito do presidente brasileiro nesses tuítes se inscreve em uma estratégia de discurso que já é elaborada desde a sua ascensão à presidência, sua linha política é de explicar ao mundo que a questão da Amazônia é uma questão de soberania para o Brasil e de desenvolvimento do país”, comenta Ventura.

“Bolsonaro tenta culpar os europeus em particular – e menos os americanos, eu tenho de dizer, porque com Donald Trump ele achou um parceiro a quem ele escancara as portas do Brasil e da Amazônia, e neste caso ele não evoca o imperialismo americano. Então a gente vê que é um discurso de geometria variável e que serve sobretudo a se opor aos europeus e à França de maneira mais particular, devido ao Acordo de Paris e a questão climática”, continua o pesquisador.

Segundo o especialista em América Latina, este discurso é feito para justificar a política do setor do agronegócio, “que agora está no poder no Brasil”. “Os ministros do Meio Ambiente e da Agricultura são eles mesmos representantes deste setor, que sempre foi muito poderoso no Brasil. Mas hoje a diferença é que, sob Bolsonaro, este setor está diretamente no poder.  E o discurso de Bolsonaro é feito para favorecer os interesses deste setor no Brasil. Seu discurso deve ser lido nesta perspectiva”, analisa.

Fonte  Jornal GGN 


https://www.facebook.com/antoniocavalcantefilho.cavalcante