"É improvável que nesta altura não haja, nos Estados Unidos e na Europa, cabeças especulando sobre controles internacionais. O Brasil não teria força, de espécie alguma, para impedi-los por si mesmo", diz o jornalista
O jornalista Janio de Freitas avalia que o Brasil corre o
risco de perder a soberania sobre a Amazônia, em razão dos estímulos ao
desmatamento concedidos por Jair Bolsonaro. "É improvável que nesta
altura não haja, nos Estados Unidos e na Europa, cabeças especulando
sobre controles internacionais. O Brasil não teria força, de espécie
alguma, para impedi-los por si mesmo", diz ele, em artigo publicado neste domindo, na Folha de S. Paulo.
"Duas obviedades de dimensão amazônica em Jair Bolsonaro e seu governo.
Uma, o descumprimento de obrigações determinadas pela Constituição, para
o meio ambiente e outros fins; outra, o desrespeito a tratados
internacionais. Daí resultante, a permissividade concedida à exploração
ilegal da Amazônia, cerceada até a aferição científica do dano
territorial, tem relação íntima com crime de responsabilidade. Ou
lesa-pátria. Jair Bolsonaro pôs o mundo contra o Brasil."
Fonte Brasil 247
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Fonte Brasil 247
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"A Amazônia é nosso bem comum", diz presidente da França
O avanço das queimadas na Amazônia já leva o presidente da França,
Emmanuel Macron, a se referir à região como "bem comum" da humanidade,
em razão do impacto da floresta na produção do oxigênio global e na
regulação climática. Irresponsabilidade de Bolsonaro já coloca em risco o
território nacional
Jornal GGN
“A Amazônia é nosso bem comum”, disse o presidente da França, Emmanuel Macron, antes da reunião da Cúpula do G7, neste sábado, em resposta aos ataques de Jair Bolsonaro de que seria um tema de soberania brasileira e que outros países não poderiam se intrometer.
Da mesma forma como Macron, especialistas franceses pontuaram que não se trata de ingerência e, por representar o oxigênio consumido em todo o mundo, deve ser olhado pelo mundo. Para os analistas, Bolsonaro tem uma “mentalidade colonialista”.
Para o geógrafo e diretor emérito de pesquisa do CNRS – CREDA (Centro
Nacional de Pesquisa Científica – Centro de Pesquisa e Documentação das
Américas) Hervé Théry, não é ingerência estrangeira, por tratar-se de
um problema mundial.“A Amazônia é nosso bem comum”, disse o presidente da França, Emmanuel Macron, antes da reunião da Cúpula do G7, neste sábado, em resposta aos ataques de Jair Bolsonaro de que seria um tema de soberania brasileira e que outros países não poderiam se intrometer.
Da mesma forma como Macron, especialistas franceses pontuaram que não se trata de ingerência e, por representar o oxigênio consumido em todo o mundo, deve ser olhado pelo mundo. Para os analistas, Bolsonaro tem uma “mentalidade colonialista”.
Especialistas franceses acreditam que discutir questão da Amazônia no G7 não é ingerência
Do Rfi
Na troca indireta de tuítes que ocorreu nas últimas horas entre o presidente francês, Emmanuel Macron, que fala em “crise internacional” e pede aos países do G7 que ajam pela Amazônia e a resposta do presidente brasileiro, Jair Bolsonaro, que o acusa de “instrumentalizar uma questão interna” e de ter uma “mentalidade colonialista”, fica a questão: o G7 discutir o tema sem a presença dos presidentes da região amazônica seria uma ingerência?
“Cabe lembrar que a França tem uma presença lá, que é a Guiana Francesa, e o problema da Amazônia é um problema planetário. E, em sendo um problema planetário, como direitos humanos, refugiados, ecologia, pode-se dar palpites sobre assuntos internos de um país. Neste caso, se pode pensar em dar avisos ou advertências em países estrangeiros”, diz Théry, que é também professor de pós-graduação na Universidade de São Paulo (USP-PPGH).
Théry lembra que não é a primeira vez que os países do G7 se envolvem nesta questão. “O G7 já fez, nos anos 90, fez um grande programa, de 250 milhões de dólares, o PPG7, Programa Piloto do G7, para a Preservação das Florestas Tropicais do Brasil. Então o G7 já teve uma ação muito importante no passado, notadamente na delimitação de terras indígenas”, diz Théry.
Segundo
Christophe Ventura, diretor de pesquisa do Instituto de Relações
Internacionais e Estratégicas, especialista em América Latina, “isso
tudo é uma questão de interpretação e de guerra de comunicação política”.
“Discurso para justificar o agronegócio”
“O propósito do presidente brasileiro nesses tuítes se inscreve em uma estratégia de discurso que já é elaborada desde a sua ascensão à presidência, sua linha política é de explicar ao mundo que a questão da Amazônia é uma questão de soberania para o Brasil e de desenvolvimento do país”, comenta Ventura.
“Bolsonaro tenta culpar os europeus em particular – e menos os americanos, eu tenho de dizer, porque com Donald Trump ele achou um parceiro a quem ele escancara as portas do Brasil e da Amazônia, e neste caso ele não evoca o imperialismo americano. Então a gente vê que é um discurso de geometria variável e que serve sobretudo a se opor aos europeus e à França de maneira mais particular, devido ao Acordo de Paris e a questão climática”, continua o pesquisador.
Segundo o especialista em América Latina, este discurso é feito para
justificar a política do setor do agronegócio, “que agora está no poder
no Brasil”. “Os ministros do Meio Ambiente e da Agricultura são eles
mesmos representantes deste setor, que sempre foi muito poderoso no
Brasil. Mas hoje a diferença é que, sob Bolsonaro, este setor está
diretamente no poder. E o discurso de Bolsonaro é feito para favorecer
os interesses deste setor no Brasil. Seu discurso deve ser lido nesta
perspectiva”, analisa.
Fonte Jornal GGN
https://www.facebook.com/antoniocavalcantefilho.cavalcante
–
Lamento que o presidente Macron busque instrumentalizar uma questão
interna do Brasil e de outros países amazônicos p/ ganhos políticos
pessoais. O tom sensacionalista com que se refere à Amazônia (apelando
até p/ fotos falsas) não contribui em nada para a solução do problema.
“O propósito do presidente brasileiro nesses tuítes se inscreve em uma estratégia de discurso que já é elaborada desde a sua ascensão à presidência, sua linha política é de explicar ao mundo que a questão da Amazônia é uma questão de soberania para o Brasil e de desenvolvimento do país”, comenta Ventura.
“Bolsonaro tenta culpar os europeus em particular – e menos os americanos, eu tenho de dizer, porque com Donald Trump ele achou um parceiro a quem ele escancara as portas do Brasil e da Amazônia, e neste caso ele não evoca o imperialismo americano. Então a gente vê que é um discurso de geometria variável e que serve sobretudo a se opor aos europeus e à França de maneira mais particular, devido ao Acordo de Paris e a questão climática”, continua o pesquisador.
Fonte Jornal GGN
https://www.facebook.com/antoniocavalcantefilho.cavalcante