Ministro mencionou a medida da ditadura ao acusar o ex-presidente de incitar o povo a "quebrar a rua"
Ministro da Economia, Paulo Guedes, presidente Jair Bolsonaro e o deputado federal Eduardo Bolsonaro
Da Veja
O ministro da Economia, Paulo Guedes, condenou nesta
segunda-feira discursos do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que
falou em polarizar o país ao deixar a prisão. Guedes classificou Lula
como “irresponsável” e vê o petista chamando “todo mundo para quebrar a
rua”. Em coletiva de imprensa realizada em Washington, o ministro disse a
jornalistas que “não se assustem se alguém pedir o AI-5” diante desse
cenário.
“É irresponsável chamar alguém pra rua agora pra fazer quebradeira.
Quando o outro lado ganha, com dez meses você já chama todo o mundo para
quebrar a rua? Que responsabilidade é essa? Não se assustem então se
alguém pedir o AI-5. Já não aconteceu uma vez? Ou foi diferente?”, disse
Guedes.
O ministro não é o primeiro membro do governo a mencionar o AI-5 –
ato inconstitucional que fechou o Congresso e cassou liberdades durante a
ditadura – como uma resposta possível a uma eventual radicalização da
esquerda. Há pouco menos de um mês, o deputado federal Eduardo Bolsonaro
deu declaração semelhante. Na ocasião, o presidente Jair Bolsonaro
lamentou a afirmação do filho.
Grevistas da Petrobras
Mais cedo, Guedes sugeriu que demitiria os grevistas da Petrobras se a
estatal fosse uma empresa privada comandada por ele. “Você tem
excelentes salários (na Petrobras), bons benefícios, você tem quase
estabilidade de emprego e tenta usar o poder político para tentar
extrair aumento de salário no momento em que há desemprego em massa? Se
fosse uma empresa privada e eu fosse o presidente de uma empresa
privada, eu sei o que eu faria”, afirmou o ministro. “Cheio de gente
procurando emprego e tem gente que fica fazendo greve?”, criticou o
ministro, em entrevista coletiva em Washington.
(…)
Guedes participou hoje em Washington do Fórum de Altos
Executivos Brasil-EUA. A reunião de 20 executivos de empresas que atuam
nos dois países foi retomada depois do encontro do presidente Jair
Bolsonaro com Donald Trump, em março, e tem como objetivo identificar
pontos em que os dois países podem facilitar comércio e investimentos.