quarta-feira, 11 de fevereiro de 2009

Travesti diz a promotor que não houve tentativa de extorsão a vereador


Redação 24 HorasNews
O promotor de Justiça da Comarca de Poconé, Rinaldo Ribeiro Almeida Segundo, informou que o adolescente flagrado na madrugada da última sexta-feira, 6 de fevereiro, com o vereador Ralf Leite confirmou a versão dos policiais, ou seja, não houve nenhuma tentativa de extorsão pela parte dos policiais. Segundo o promotor Rinaldo, Ralf foi quem se apresentou como "filho de coronel". Ralf registrou uma ocorrência acusando os dois PMs que o prenderam enquanto fazia o programa. Ralf insiste na tese de que teria sido extorquido pelos dois PMs e que sua relação com o travesti foi uma “plantação” da Polícia Militar. No entanto, o promotor disse que sentiu muita segurança e sinceridade da parte do adolescente ao rechaçar as acusações. Ele destacou que o garoto até então não conhecia os policiais. O travesti menor foi ouvido na Promotoria e todas as providências já estão sendo tomadas. O caso foi para lá pelo fato de o garoto ser natural de Poconé. O adolescente foi encaminhado para fazer curso profissionalizante no Sesc, bem como incentivado a estudar. O promotor Rinaldo já desenvolve um trabalho com os homossexuais de Poconé, no qual eles são orientados para a importância dos estudos, atividades profissionalizantes e outros. Rinaldo disse que vai acompanhar o adolescente e fazer todo possível para que ele volte à escola. Ele informou que o adolescente desabafou para o promotor que é muito discriminado em Poconé: no bairro chega inclusive a ser agredido, e para piorar a situação não se dá bem com o padrasto. Em sua versão, Ralf garante que foi abordado pelos policias na Avenida da Feb, que teriam constatado irregularidades no carro em que ele estava. Disse que no momento da prisão, Ralf estava sem a Carteira Nacional de Habilitação. Segundo parlamentar, foi ai que se iniciou a tal “armação”. O vereador conta que os policias tentaram extorquir R$ 600 e sem sucesso o encaminharam para o 4º batalhão da PM, em Várzea Grande. Ralf ressaltou que não compactuava com corrupção, que era vereador e que a propina manchava o nome da corporação. Chegando ao 4º batalhão, Ralf, segundo consta no BO, que ele o travesti, que teria sido detido momentos antes, foram levados ao Cisc do Parque do Lago, onde a notícia se espalhou e o escândalo tomou proporções gigantescas. Apesar de também ter se identificado como Bombeiro Militar, o vereador não ostenta mais a patente. O comandante-geral do Corpo de Bombeiros, coronel Arilton Ferreira, foi enfático ao afirmar que parlamentar foi exonerado da corporação logo que assumiu o mandato de vereador por Cuiabá, no dia 1º de janeiro de 2009. Ferreira explicou que se Ralf tivesse mais de dez anos de serviços, poderia ser encaminhado para a reserva remunerada, mas não poderia retornar a ativa. O coronel ainda ressaltou que o vereador não pode mais voltar a corporação, apenas se fizer outro concurso.