sábado, 8 de agosto de 2009

MCCE promete “fiscalização implacável” sobre CP de Lutero


Carlos Eduardo Lemos

Redação 24 Horas News


O coordenador do Movimento de Combate a Corrupção Eleitoral (MCCE), Antônio Cavalcante Filho, o “Ceará”, prometeu nesta sexta-feira que a organização vai ser implacável na fiscalização de todos os atos da Comissão Processante destinada a tratar do pedido de cassação – proposto pelo próprio MCCE – do vereador Lutero Ponce de Arruda (PMDB). O vereador foi indiciado pela Polícia Fazendária de desvios na ordem de R$ 7,5 milhões no período em que foi presidente do Legislativo. “Vamos acompanhar cada passo e denunciar qualquer atitude suspeita” – prometeu.


No momento em que foram definidos os membros da Comissão Processante restou preocupação quanto a possibilidade de que o pedido de cassação do vereador dê em absolutamente nada. No linguajar político, se viu a entrada de uma pizza no forno. “Ceará” evitou emitir juízo de valor sobre os três vereadores, optando apenas pelo alerta sobre a vigilância do MCCE. “Estamos prontos para levar a questão a outras esferas. Mas acreditamos que vai prevalecer o bom senso” – comentou.


As previsões sobre o que poderá sair do trabalho da Comissão tem lastro. A vereador Lueci Ramos (PSDB), por exemplo, se diz amiga de Lutero Ponce de Arruda. Ela recebeu todo seu apoio do Ponce de Arruda para ser presidente da Câmara – perdeu para Deucimar Silva (PP) na disputa. Lueci mantém estreitas ligações com o conselheiro do Tribunal de Contas, Humberto Bosaipo, ex-deputado estadual e ex-presidente da Assembléia Legislativa. Bosaipo é dono do parecer mais contraditório de todos os tempos: ao relatar as contas de Lutero, na Câmara, mesmo com todas as indicações de falcatruas com o dinheiro do contribuinte, se colocou a favor da aprovação dos gastos.


Outro vereador, Francisco Vuolo (PR), também balança na avaliação pública pelos próprios atos. Ele votou contra a cassação de Lutero no encaminhamento feito pelo PRTB. Naquela ocasião, a base era apenas o relatório de auditoria contratada pela própria Câmara Municipal, que apontou, a exemplo da auditoria do TCE, a existência de “rombo” nas contas e despesas consideradas absurdas. "Trata-se de uma briga pessoal e não vou compactuar com essa mesquinharia” – disse na época o republicano, que defendia o encaminhamento apenas aos “órgãos competentes” como se a Câmara não pudesse fiscalizar a si própria. Como viés para mudança de posição, deixou uma brecha dizendo que assim que fosse provada as irregularidades, votaria pela CP.


O esteio da cassação de Lutero, em verdade, é o vereador Lúdio Cabral (PT). Mas nem tudo passa em branco. Cabral foi um dos que votaram em Lutero para presidente da Câmara. Essa indicação, contudo, é frágil diante da própria postura já manifestada em outras ocasiões pelo vereador. Na votação passada, foi um dos que votaram pela cassação de Lutero.




Fonte: 24 Horas News