segunda-feira, 2 de novembro de 2009

Inquérito aponta Zé Rosa como porta-voz de quadrilha

O Analfabeto Político

"O pior analfabeto é o analfabeto político. Ele não ouve, não fala, nem participa dos acontecimentos políticos. Ele não sabe que o custo de vida, o preço do feijão, do peixe, da farinha, do aluguel, do sapato e do remédio dependem das decisões políticas.

O analfabeto político é tão burro que se orgulha e estufa o peito dizendo que odeia a política. Não sabe o imbecil que, da sua ignorância política, nasce a prostituta, o menor abandonado, e o pior de todos os bandidos, que é o político vigarista, pilantra, corrupto e lacaio das empresas nacionais e multinacionais "
(Bertolt Brecht)

Inquérito aponta Zé Rosa como porta-voz de quadrilha

Ex-procurador fazia incursões junto ao prefeito Wilson Santos, segundo a Polícia Federal

JULIANA SCARDUA
DIÁRIO DE CUIABÁ


Juiz Julier Sebastião e ex-procurador José Rosa: batalha judicial na Operação Pacenas


O ex-procurador-geral de Cuiabá, José Antônio Rosa, é apontado no inquérito policial federal da Operação Pacenas como "porta-voz" de um dos acusados de articular o esquema de fraudes em licitações de obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), em Cuiabá.

Conforme as investigações, ele fazia incursões junto ao prefeito Wilson Santos (PSDB) e um construtor de fora do Estado, a pedido do empreiteiro e suplente de deputado Carlos Avalone (PSDB), dono da empreiteira Três Irmãos.

José Antônio Rosa é um dos 22 indiciados pela Polícia Federal. Ele é acusado de ter cometido o crime de advocacia administrativa. Enquadrado no artigo 321 do Código Penal Brasileiro, o crime consiste em "patrocinar, direta ou indiretamente, interesse privado perante a administração pública, valendo-se da qualidade de funcionário".

A legislação prevê penas que vão de um a três meses de prisão, detenção que pode ser substituída ou acrescida de multa, conforme a gravidade do caso.

Documentos da Polícia Federal destacam a figura de Rosa como crucial na trama do esquema fraudulento. Logo após a deflagração da Operação Pacenas, com a prisão de 11 pessoas - incluindo o então procurador -, a PF chegou a classificar Rosa como o grande "cabeça" das fraudes.

No inquérito, a PF rechaça a versão sustentada por Rosa de que não tinha qualquer participação e destaca que ligações telefônicas interceptadas com autorização judicial revelam contatos em que eram feitos pedidos de interferência, troca de informações sobre reuniões privadas do prefeito Wilson Santos e incursões junto ao empresário Antônio Dias Felipe, da Tejofran, a pedido de Carlos Avalone.

O objetivo central, conforme apurado em escutas telefônicas, era afastar a Tejofran das licitações do PAC em Mato Grosso. Segundo a PF, ficou claro, ao longo das investigações, que o empresário de São Paulo foi pressionado por Avalone - neste caso, com a ajuda não só de José Antônio Rosa, mas também de figuras apontadas como intermediadores no esquema.

O indiciamento de José Rosa se dá no mesmo momento em que o ex-procurador trava uma verdadeira batalha judicial, com o objetivo de afastar o juiz federal Julier Sebastião da Silva do processo da Operação Pacenas.

O julgamento do mérito do pedido de redistribuição deve ser apreciado pelo Tribunal Regional Federal da 1ª Região, em Brasília, em sessão na terça-feira (3.11). O desembargador Tourinho Neto emitiu voto-vista favorável à redistribuição.

No requerimento, a defesa de Rosa coloca a atuação de Julier sob suspeição. A alegação é de que motivações políticas estariam, supostamente, por trás das decisões de Julier expedidas no caso. O magistrado é um dos nomes cotados na cena política para candidatura ao Governo do Estado em 2010. Ele, no entanto, não assume publicamente pretensões político-eleitorais.

fonte: Midia News