sexta-feira, 27 de agosto de 2010
MCCE suspeita de “cadastro de eleitor” na Prefeitura de Cuiabá
Redação 24 Horas News
O Movimento de Combate a Corrupção Eleitoral (MCCE) encaminhou nesta quinta-feira, dia 25, a Procuradoria Regional Eleitoral, documentos em que denunciam uma suposta confecção de cadastros de eleitores no âmbito da Prefeitura Municipal de Cuiabá. “O interessante é que os dados do ‘cadastro’, estranhamento produzidos a 30 dias das eleições, podem ser remetidos a um e-mail particular, não funcional, não corporativo” – diz o coordenador do MCCE no Estado, Antônio Cavalcanti Filho, ao fazer a denuncia.
O ativista político lembra que a Educação é o setor público que mais emprega profissionais, aí englobando os professores, os coordenadores, as merendeiras, vigias e todo o pessoal administrativo. “É um público que a classe política adora muito. Mas sempre em período de eleição. São milhares de servidores de tais categorias nos âmbito da administração federal, estadual e do município de Cuiabá” - frisou.
De acordo com o MCCE, nesta quinta-feira começou a circular entre os servidores um formulário de cadastro, sem logomarca identificando o timbre da Prefeitura de Cuiabá, mas onde são registrados diversos dados sigilosos do servidor. Entre eles chama a atenção que são exigidos o numero do título, a zona em que vota, bem como a sessão.
Junto com o ‘formulário de cadastro de eleitor vem um ofício da Secretaria de Finanças de Cuiabá, assinada por uma pessoa chamada Dilma Araujo e Silva. Cavalcanti Filho observa que por que a competência para tratar de servidores seja da Secretaria de Administração ou, residualmente, pela Secretaria de Educação. A Secretaria de Finanças cabe tratar da arrecadação de tributos. “E é esta Secretaria de Finanças que ‘incentiva’ a confecção do ‘cadastro de eleitor’” - observa.
A mensagem encaminhada aos servidores causa desconfianças, segundo Vilson Nery, que integra o MCCE. Especialmente em função de duas situações: a entrega até 01/09/2010 da ficha cadastrar e o envio no e-mail alternativo ednajade@yahoo.com.br. “É um desmesurado deboche à Justiça Eleitoral. Um franco abuso de autoridade assemelhado a uma conduta vedada a agente político em campanha eleitoral, um uso da máquina.Coletar dados particulares de servidores (inclusive de titulo de eleitor e local de votação) valendo-se da estrutura da administração, e recebê-los em caixa postal particular, cujo uso não será fiscalizado, certamente boa cosia não é” – suspeita Nery.
O acesso a tais informações, segundo Nery, "certamente tem por objeto ‘vigiar’ o eleitor". Segundo ele, com tais informações tudo poderá ser feito, inclusive o uso por políticos interessados em acesso imediato a informações de milhares de eleitores, com nome, endereço e local de votação.
“Nas eleições uma das formas de ‘amarrar’ o eleitor e viciar a sua vontade, induzi-lo a votar deste ou daquele modo, é controlando sua vontade, seja pela ameaça expressa, seja pela confecção dos famosos ‘cadastros’ de eleitores” – frisou ao pedir a participação da Polícia Federal nas investigações.
Fonte: 24 Horas News