quinta-feira, 12 de agosto de 2010
NO TRIBUNAL DAS URNAS NÃO EXISTE LIMINAR
Por João Bosco Nazareno Filho*
A democracia tem como uma de suas virtudes a tentativa constante de regeneração de suas definitivas imperfeições por meio de um processo de aperfeiçoamento permanente, razão pela qual é o sistema uma forma superior de organização da sociedade. É na democracia que devemos apostar todas as nossas fichas, pois somos a força motriz que a mantém viva.
Nos tempos do império, somente os não escravos, proprietários ou que provavam determinada renda anual, podiam votar. A república ampliou o número de eleitores, mas até 1930 eles não chegavam a 5% da população total. Só em 1933 o direito de voto foi estendido às mulheres. Mas as pessoas analfabetas, índios e os jovens entre 16 e 18 anos só em 1988 conquistaram o direito de voto. Isso sem contar os períodos de trevas que vivemos sobre as botas da ditadura.
Não faltaram aqueles, ao longo da história, que se associaram com o intuito de destruir a democracia e assim encastelarem-se no poder visando unicamente o próprio benefício sem se importarem com os interesses do povo e certamente este tipo de conduta persistiu e persistirá no futuro.
É dessas pessoas que precisamos que nos proteger. São aqueles que têm como meta a implantação de sistema de governo que desdenham da democracia, os antidemocráticos.
O perfil do antidemocrático é claro. Ele se acha degraus acima do conjunto da sociedade que a seu ver, nasceu para servi-lo. Acha natural todo tipo de crime, desde que praticado por ele, pois acredita que produto obtido da atividade ilegal lhe é merecido por direito.
Ancorados nessa premissa, esses “psicopatas do poder” não sentem nenhum remorso por dilapidarem patrimônios públicos, sucatearem a saúde, praticarem crimes ambientais, utilizarem de trabalho escravo, traficarem drogas, formarem quadrilhas, comprarem votos, entre outras coisas. Usam brechas na legislação para não serem atingidos em cheio ao longo de suas vidas vazias.
Acreditam firmemente que estão certos no que fazem e chegam ao cúmulo de lhe pedirem autorização pelo voto para continuar a praticar os mesmos crimes e, são tão convincentes que chegam a conseguir. Não deixe!
Veja bem: você contrataria uma pessoa com várias acusações de pedofilia para cuidar de seus filhos, porque ela ainda não foi condenada em última instância? Por analogia, você daria uma procuração a políticos ficha suja para continuarem sua trajetória criminosa com o dinheiro público só porque não foram condenados por um colegiado de juízes? Creio que não, então aja como se eles não existissem que no dia 3 de outubro sem o seu voto eles não mais existirão.
A favor deles existe uma indústria de recursos, mas que eles saibam que no definitivo Tribunal das Urnas não existem liminares. Está dado o recado.
*João Bosco Nazareno Filho, 50. Economista. cuiabanomesmo@hotmail.com