"Pode-se enganar algumas pessoas todo o tempo; pode-se enganar todas as pessoas algum tempo; mas não se pode enganar todas as pessoas o tempo todo!" (Presidente Lincoln )
Por João Bosco Nazareno filho*
Na península do Mar Egeu, Atenas se despontava como o berço da democracia. A partir do século VIII antes de Cristo com o objetivo de conciliar os conflitos entre as classes sociais, foi necessário escolher legisladores entre os integrantes da aristocracia, com o objetivo específico de elaborar leis.
Dentre eles, destaco Dracon que introduziu o registro escrito das leis e, Solon que entre outras coisas criou a Bulé, que era um conselho formado inicialmente por quatro centenas de participantes, responsáveis pelas funções administrativas e preparação de leis.
Naturalmente, qualquer mudança política representativa é a antessala da agitação social, pois mexe com o “Status Quo”, com o cotidiano do conjunto da população e nesse momento surgiu um novo personagem: O CANDIDATO DEMAGOGO.
A palavra candidato vem do latim “candidatus”, que significa aquele que veste roupa branca. Em sua origem, a palavra dá ideia de pureza, de honestidade, isto é, para candidatar-se a um cargo eletivo, o cidadão precisava ser candidatus, ou seja, vestir-se de branco, como símbolo de sua idoneidade moral, para ser eleito. Já naquela época, quando o povo descobria que o “candidato” não era tão puro assim e, cometia lá seus deslizes, atirava lama em suas vestes brancas para que todos conhecessem a sua condição de “ficha suja”.
Em outra ponta, etimologicamente a palavra demagogia, significa “a arte de conduzir o povo” sem qualquer viés pejorativo, mas posteriormente a palavra sofreu uma evolução semântica, sendo associada a “aqueles que buscam dar voz aos medos e aos preconceitos do povo” e, potencializando esses medos e preconceitos, se colocam como paladinos da moralidade na busca pelo poder e lá, do alto de sua glória, não conseguem enxergar mais longe do que o próprio umbigo, governando assim apenas para si e para seus apaniguados. É desses que precisamos nos acautelar!
Eles estão aqui, à nossa volta, postando vídeos apócrifos na internet, reproduzindo resultados maquiados de pesquisas, valendo-se do denuncismo puro e simples, como arma de promoção pessoal. Aliado a isso, são constantemente vistos com sorrisos hollywoodianos nas placas e “santinhos”, quando não estão carregando crianças no colo, comendo pastel de esquina, jogando sinuca na periferia, recolhendo pessoas estanhas em casa, dando carona para peão em porta de obra, elogiando beleza de mulher feia, entre outras coisas.
Os Demagogos tem solução pra tudo! Num primeiro momento eles procuram cativar a simpatia do eleitor identificando-se com seus problemas, depois se colocam como o único instrumento de transporte da “agonia” do presente para a “felicidade” do futuro. Falam das soluções para a saúde, educação, segurança, emprego, política externa, como se houvessem descoberto a pólvora. Prometem o que é impossível cumprir, misturam competência e o fazem deliberadamente.
Já no século XIX, O Presidente Lincoln disse com grande propriedade: "Pode-se enganar algumas pessoas todo o tempo; pode-se enganar todas as pessoas algum tempo; mas não se pode enganar todas as pessoas o tempo todo!"
Nada mais verdadeiro. As técnicas usadas pelos demagogos já perduram 25 séculos, porém o nosso povo já adquiriu anticorpos contra a malignidade de quem a pratica. Reaja. Você é a pessoa mais importante dentro do seu universo pessoal e como tal use a sua sensibilidade, informe-se e na solidão da urna, rompa definitivamente com aqueles, cujas práticas têm causado danos irreparáveis na qualidade de vida de nosso povo, pois definitivamente candidatura não rima com demagogia.
Está dado o recado.
*Economista João Bosco Nazareno filho,
50. Cuiabanomesmo@hotmail.com