a) 'esqueceu' e ninguém mais o questiona sobre a versão original oferecida a Veja, cabalmente desmentida por Nelson Jobim, de que a conversa com Lula teria sido apenas entre os dois, na cozinha do escritório de Jobim, sem a presença deste;
b) ao Valor, diz textualmente que Jobim participou de 'toda a conversa';
c) ao Globo, ontem, alivia as afirmações sobre Lula (ele está sob pressão) ao mesmo tempo em que acusa o ex-presidente de ser uma central de boatos sobre suas relações com Demóstenes e Cachoeira;
d) mais ainda: insinua que Jobim (Jobim que foi ministro de FHC, um conservador atritado com o PT) pode tê-lo atraído para uma armadilha.
Veja o trecho da entrevista ao Valor, desta 4ª feira:
Valor: O nome do Paulo Lacerda (ex-dirigente da ABIN demitido após uma denúncia nunca comprovada de Gilmar, que diz não ter 'tradição de desmentidos', sobre escutas em seu gabinete no STF) foi mencionado na conversa?
Mendes: Nessa conversa, Jobim perguntou: e Paulo Lacerda? Agora, as coisas passam a ter sentido.
Valor: Seria uma demonstração de que se tratava de chantagem?
Mendes: Pode ser. Interpretem como quiser.
Valor: Ou seja, que o próprio Jobim participou de uma tentativa de chantagem?
Mendes: Era uma conversa absolutamente normal, nós repassamos vários assuntos. Nós falamos sobre o Supremo, recomposição do Supremo, PEC da Bengala, a má articulação hoje entre o Judiciário e o Executivo. O Jobim participou da conversa inteira. Nesse contexto, cai uma ficha.
Valor: Que ficha caiu, de que seria uma estratégia?
Mendes: Isso é possível, vamos constrangê-lo com Paulo Lacerda. Não sei se é isso".
Fonte Carta maior
Saiba Mais
Gilmar gagueja e comete ato falho em entrevista sobre acusação que fez contra Lula
Segundo comentário do Ricardo Kotsho na Record, especialistas
identificaram 12 mentiras do Giilmar nos 3 minutos de sua entrevista.
Vai mentir lá na Cachoeira.
Saiba mais
O QUE É QUE O LULA FOI DISCUTIR COM UM GILMAR MENDES DESSES?! :
É pitoresco vermos o ministro Gilmar Mendes fazendo tamanho estardalhaço a respeito de uma real ou suposta tentativa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva de influir na pauta de julgamentos do Supremo Tribunal Federal, no sentido de que o do mensalão não coincidisse com o auge da campanha eleitoral de 2012.
Fonte: Náufrago da Utopia
O QUE É QUE O LULA FOI DISCUTIR COM UM GILMAR MENDES DESSES?! :
É pitoresco vermos o ministro Gilmar Mendes fazendo tamanho estardalhaço a respeito de uma real ou suposta tentativa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva de influir na pauta de julgamentos do Supremo Tribunal Federal, no sentido de que o do mensalão não coincidisse com o auge da campanha eleitoral de 2012.
Logo quem! Mendes nunca considerou imprópria a aberrante intromissão da embaixada italiana em todos os detalhes
do processo de extradição de Cesare Battisti, a ponto de não sabermos
se o STF tinha virado extensão de uma representação diplomática
estrangeira...
E,
no tocante a prazos, que tal refrescarmos a memória do ministro quanto
ao pito que levou do nosso maior jurista vivo, Dalmo Dallari, por
retardar indefinida e abusivamente a marcação do julgamento de Battisti
(vide aqui)?
Ele foi o principal responsável pelo fato de o escritor italiano haver
permanecido mais de quatro anos detido desnecessariamente no Brasil,
apenas para, no final da linha, o STF reconhecer que não havia motivo
para a prisão de Battisti.
Vale
também lembrarmos um episódio no qual Mendes revelou bombasticamente à
imprensa, tintim por tintim, uma conversa que teria ocorrido, mas nunca ficou comprovada. Com a pálavra, Élio Gaspari:
"A memória exige o registro de que, em 2008, o ministro Gilmar Mendes, presidindo o STF, denunciou um 'Estado policialesco' a partir da leitura do que seria a transcrição de conversa que tivera com o senador Demóstenes Torres. Até hoje não apareceu o áudio desse grampo".
Então, no imbroglio atual, eis minha maior dúvida: o que é que o Lula foi discutir com um Gilmar Mendes desses?!
Nunca deixarei de me surpreender com a alternância de esperteza e
ingenuidade nas atitudes do Lula. A um Gilmar Mendes não se pergunta
nem o resultado do futebol.
Para quem
esquece depressa as coisas ruins, eis alguns trechos do balanço que fiz
do final do seu mandato como presidente do Supremo, em abril/2010:
"O Supremo Tribunal Federal deixa enfim de ser presidido por quem jamais
deveria ter ocupado tal posição e será sempre citado como argumento
irrespondível contra a prática do rodízio entre os ministros, que pode
colocar o pior deles à testa da mais alta corte do País.
De
todos os juízes desta Nação em todos os tempos, Gilmar Mendes foi
aquele que teve a nudez mais percebida pelos cidadãos comuns -- aqueles sujeitos na esquina aos quais o sujeito de toga se
referiu com aristocrático desprezo em certa ocasião, caracterizando-os
como imbecis cuja opinião não deve ser levada em conta pelos doutos.
O
biênio de Gilmar Mendes como presidente do STF foi marcado pela
completa submissão da Justiça aos interesses dos poderosos, deixando em
cacos a credibilidade do Supremo.
A Folha de S. Paulo, que também jogou sua credibilidade no lixo há muito tempo, não teve pejo de publicar um editorial louvaminhas (...) no qual afirmou, entre outros disparates: 'Gilmar Mendes ficará não
apenas como um dos mais polêmicos mas também como um dos mais ativos
presidentes da história do Supremo Tribunal Federal'.
Omitiu
que tal atividade só foi mesmo frenética quando se tratava de expedir
habeas corpus instantâneos para o corruptor-símbolo do País e de
despachar um menino a toque de caixa para atender a uma chantagem
explícita estadunidense e tranquilizar nossos exportadores, enquanto os
demais brasileiros ficamos reduzidos à condição de poltrões que pulam
quando o cowboy dá tiros no chão.
Eis outras marcas indeléveis da gestão de Mendes:
- a criminalização dos movimentos sociais, em declarações visivelmente orquestradas com as campanhas reacionárias da imprensa golpista;
- o alinhamento com as falácias das viúvas da ditadura ao qualificar de 'terrorista' quem resistiu à tirania, respondendo a uma frase da ministra Dilma Rousseff sobre torturadores com uma insinuação tão injuriosa quanto descabida;
- a evidente disposição de erigir o Supremo numa alternativa de poder, contrapondo-o em tudo e por tudo ao Executivo;
- a abusiva manutenção de Cesare Battisti como único preso político do Brasil redemocratizado por [naquele momento] mais de três anos, ao arrepio da Lei do Refúgio e da jurisprudência firmada ao longo dos tempos (e atropelada pelo STF num julgamento kafkiano);
- os atentados contra a profissão de jornalista, não só contribuindo decisivamente para sua desregulamentação (como relator que foi da ação sobre os diplomas específicos no STF), como a depreciando em mais uma de suas declarações estapafúrdias à imprensa (a equiparação com cozinheiros).
Last but not least,
Gilmar Mendes será lembrado como o presidente do STF que levou um
definitivo calaboca de outro ministro em plena sessão, sem que lhe
ocorresse um mísero argumento para tentar justificar sua notória
compulsão por holofotes.
Foram, aliás, dois anos seguidos em que autoridades, políticos, juristas, jornalistas e até os sujeitos na esquina (que desabafam nos espaços para leitores) cansaram de lembrar a Gilmar Mendes a regra de ouro do ofício: juiz se manifesta nos autos, não nos microfones da mídia.
Em vão. Sua incontinência verbal nada fica a dever à de muitos pop stars".
Foram, aliás, dois anos seguidos em que autoridades, políticos, juristas, jornalistas e até os sujeitos na esquina (que desabafam nos espaços para leitores) cansaram de lembrar a Gilmar Mendes a regra de ouro do ofício: juiz se manifesta nos autos, não nos microfones da mídia.
Em vão. Sua incontinência verbal nada fica a dever à de muitos pop stars".
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