Por exigência de Maluf, Lula vai a evento que oficializou
o apoio do ex-prefeito a Haddad
Um dos meus cineastas italianos favoritos é Ettore Scola, que dirigiu obras-primas como Nós, que nos amávamos tanto (1974), Um dia muito especial (1977) , Casanova e a revolução (1982), Splendor (1989) e A viagem do Capitão Tornado (1990).
Além, é claro, de Feios, sujos e malvados
(1976), lembrado não só pela excelência cinematográfica, mas também
porque seu título aplica-se a muitas situações do cotidiano e,
principalmente, da política.
Quanto à foto principal, no entanto, talvez seja impróprio traçarmos paralelo com um filmaço desses; afinal, nenhum dos atores nela mostrados tem, nem de longe, a dignidade de um Nino Manfredi.
Quanto à foto principal, no entanto, talvez seja impróprio traçarmos paralelo com um filmaço desses; afinal, nenhum dos atores nela mostrados tem, nem de longe, a dignidade de um Nino Manfredi.
Como
a correspondência só pode ser com canastrões, veio-me logo à mente o
nome de Victor Macture. Que, apropriadamente, interpreta em Sansão e Dalila (1949) um personagem que perdeu a força quando lhe cortaram o cabelo.
Há também quem perca a identidade política quando privado da barba.
Torçamos para que a reencontre antes de novos vexames. Embora, é claro, seja mais fácil deixar a barba crescer de novo do que reconquistar a credibilidade perdida.
Fonte: Náufrago da Utopia
Saiba mais:
Ao lado de Lula, Maluf oficializa apoio a Haddad
e elogia Marta e Erundina
Adversário histórico do PT, o ex-prefeito de São Paulo disse que não existe mais esquerda e direita e que Marta foi boa prefeita para a cidade; embora presente no evento, Lula não falou
Ricardo Galhardo
Ao
lado do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o ex-prefeito de São
Paulo e deputado federal Paulo Maluf (PP-SP) oficializou nesta
segunda-feira o seu apoio ao pré-candidato do PT, Fernando Haddad.
Adversário histórico do PT, principalmente na capital paulista, Maluf
justificou a aliança dizendo que “hoje não existe direita e esquerda”.
Embora presente no evento por exigência de Maluf, Lula não falou na
cerimônia.
O apoio de Maluf garante um acréscimo de 1 minuto e 35 segundos no tempo de TV da campanha de Haddad e risca da história do partido quase 25 anos de combate ao malufismo.
Adversários históricos em campanhas municipais paulistas, Maluf e PT
travaram disputas repletas de trocas de acusações de corrupção, bordões
eleitorais pontiagudos e bate-bocas ao vivo em debates televisivos.
“Hoje
não existe direita e esquerda, onde está a esquerda hoje? Na Rússia, na
China que não respeita os direitos humanos? Em Cuba que deportou seus
boxeadores?”, respondeu o ex-prefeito quando questionado sobre as
diferenças ideológicas entre ele e o PT. Maluf cometeu uma gafe porque
não foi Cuba que deportou os boxeadores, mas o próprio governo do então
presidente Lula, em 2007.
Em
seu discurso, Maluf fez questão de elogiar as antigas adversárias
políticas: a deputada federal Luiza Erundina (PSB-SP) e a senadora Marta
Suplicy (PT-SP). “Tenho muito respeito pela ex-prefeita Erundina. Cada
um no seu tempo, fez coisas boas. Eu sucedi Luiza Erundina. Ela foi uma
boa prefeita, correta, decente, tanto que vocês viram que na sucessão
não houve nenhum tipo de perseguição. Também a prefeita Marta foi muito
boa, fez os CEUs. Mas não temos que olhar pelo retrovisor e sim pelo
para-brisa. Quem olha para frente não olha para trás”, afirmou o
ex-prefeito.
Mas Maluf nem sempre pensou assim. Em 2000, com Marta à frente das pesquisas, a campanha do ex-prefeito espalhou outdoors pela cidade com frases que atacavam a petista. As peças diziam "Mamãe, vote em quem nunca usou drogas” e “Mamãe, vote em quem é contra o aborto”, em referências a bandeiras de Marta. Em entrevistas, Maluf também subiu o tom contra a adversária, a quem instou a revelar o que chamou de “vida devassa”. Outro episódio que ficou famoso nessa campanha foi Marta, irritada com ataques do rival no programada da Rede Bandeirantes, cravar a célebre frase: “Cala a boca, Maluf!”.
A rivalidade entre Maluf e o PT começou em 1988. Naquele ano, Erundina, a então candidata petista à prefeitura de São Paulo, superou o adversário, que concorria pelo PDS. Maluf é uma espécie de antítese de Erundina. Ao longo de sua trajetória política, a deputada travou disputas não apenas com Maluf, mas também com seus arautos. Um deles, o ex-prefeito de São Paulo Celso Pitta. Ainda no PT, ela referiu-se a Pitta como “novato” e o acusou de superfaturar obras. Pitta rebateu pedindo provas e apresentou-se como candidato da “renovação” na política. O candidato de Maluf foi eleito, mas a história se encarregou de dar razão a Erundina.
Mas Maluf nem sempre pensou assim. Em 2000, com Marta à frente das pesquisas, a campanha do ex-prefeito espalhou outdoors pela cidade com frases que atacavam a petista. As peças diziam "Mamãe, vote em quem nunca usou drogas” e “Mamãe, vote em quem é contra o aborto”, em referências a bandeiras de Marta. Em entrevistas, Maluf também subiu o tom contra a adversária, a quem instou a revelar o que chamou de “vida devassa”. Outro episódio que ficou famoso nessa campanha foi Marta, irritada com ataques do rival no programada da Rede Bandeirantes, cravar a célebre frase: “Cala a boca, Maluf!”.
A rivalidade entre Maluf e o PT começou em 1988. Naquele ano, Erundina, a então candidata petista à prefeitura de São Paulo, superou o adversário, que concorria pelo PDS. Maluf é uma espécie de antítese de Erundina. Ao longo de sua trajetória política, a deputada travou disputas não apenas com Maluf, mas também com seus arautos. Um deles, o ex-prefeito de São Paulo Celso Pitta. Ainda no PT, ela referiu-se a Pitta como “novato” e o acusou de superfaturar obras. Pitta rebateu pedindo provas e apresentou-se como candidato da “renovação” na política. O candidato de Maluf foi eleito, mas a história se encarregou de dar razão a Erundina.
Às vésperas de o PP anunciar apoio a Haddad, Erundina, parceira de chapa do petista, não escondeu o constrangimento de dividir palanque com o colega de Câmara Paulo Maluf.
"Para mim não será confortável estar no mesmo palanque com o Maluf",
disse a ex-prefeita. "A campanha não sou eu nem Maluf individualmente. É
um processo muito mais amplo e complexo, e isso se dilui, ao meu ver.
(Mas) Claro que é desconfortável."
Sobre
Haddad, Maluf disse que é o candidato “que tem as melhores condições
para resolver os problemas da cidade porque ele tem parceria com o
governo federal”.
O PP, partido do ex-prefeito, compõe a base aliada no âmbito federal desde o primeiro mandato de Lula. Mas Maluf negou que o apoio a Haddad tenha relação com a secretaria do Ministério das Cidades, que teria sido entregue a um aliado seu.
O PP, partido do ex-prefeito, compõe a base aliada no âmbito federal desde o primeiro mandato de Lula. Mas Maluf negou que o apoio a Haddad tenha relação com a secretaria do Ministério das Cidades, que teria sido entregue a um aliado seu.
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