domingo, 24 de junho de 2012

Frente anuncia luta contra governo golpista de Franco

Frente pela Defesa da Democracia (FDD), criada por partidos políticos e movimentos sociais, divulga primeiro comunicado rechaçando e condenando o "governo golpista de Federico Franco" e convocando a população a “defender o processo democrático e a institucionalidade da República com uma mobilização permanente”. Porta-voz da FDD será Ricardo Canese (foto), secretário geral da Frente Guasú, que em 2008 impulsionou a vitória de Fernando Lugo. "Lugo é o único presidente constitucional da República do Paraguai", diz comunicado.

A Frente Guasú, que em 2008 impulsionou o triunfo eleitoral do presidente Fernando Lugo, e uma ampla gama de outros movimentos sociais e políticos decidiram criar a Frente pela Defesa da Democracia (FDD), que “rechaça e condena o governo golpista de Federico Franco” e convoca a população a “defender o processo democrático e a institucionalidade da República com uma mobilização permanente”. Com esse propósito, a FDD anuncia que está articulando um plano de luta e que terá como porta-voz o secretário geral da Frente Guasú, Ricardo Canese. Segue o primeiro comunicado oficial da FDD:




Pela recuperação da democracia e da soberania popular

A FDD, reunida em assembleia geral de seus membros, partidos políticos e movimentos sociais, dirigentes políticos e da sociedade civil, denuncia a ruptura institucional e do Estado de Direito no Paraguai por parte do setor mais conservador e reacionário do Parlamento Nacional, que desconheceu o princípio fundamental do Direito, a legítima defesa e o devido processo legal, utilizando conceitos e práticas da ditadura de Stroessner, provocando assim a derrubada do governo constitucional do presidente Fernando Lugo.

Essa violação da Constituição Nacional está baseada em acusações sem prova alguma e utiliza métodos nazi-fascistas sustentados em intrigas e calúnias com ferramentas pseudo-legais.

Este grave fato, com nefastas consequências na economia, na sociedade e na vida institucional da República, deve ser revertido de forma imediata. Deve ser reestabelecida a convivência civilizada e democrática, baseada na justiça e no respeito à soberania popular.

Por estas razões, a FDD rechaça e condena o governo golpista de Federico Franco e convoca todo o povo paraguaio a defender o processo democrático e a institucionalidade da República com uma mobilização permanente, a fim de evitar o avassalamento dos direitos humanos fundamentais. Chamamos à unidade de todo o povo paraguaio, dentro e fora do país, assim como a solidariedade dos demais povos irmãos da América Latina, para nos mobilizarmos coordenadamente pela restituição do Estado de Direito e o respeito à soberania popular no Paraguai.

Pela vigência da Constituição Nacional!

Pelo respeito pleno da justiça social e dos direitos humanos no Paraguai?

Fernando Lugo é o único presidente constitucional da República do Paraguai!

Não ao governo golpista de Federico Franco!

Pela recuperação da democracia no Paraguai!

Tradução: Marco Aurélio Weissheimer

Fonte Carta Maior

Leia mais:




TODO APOIO AO PRESIDENTE FERNANDO LUGO E AO POVO PARAGUAIO QUE SOFRE UM GOLPE DE ESTADO!



NOTA DA CONSULTA POPULAR:

A Consulta Popular, por meio da sua Direção Nacional, vem expressar a sua profunda indignação frente a mais um golpe de Estado em nosso continente.
 
Desde a ascensão de Fernando Lugo à presidência da república (em 2008), os setores conservadores, que dominaram o Paraguai numa ditadura que durou mais de seis décadas, inviabilizam as mudanças naquele país irmão. O Presidente Lugo esteve todo esse tempo (desde a sua eleição) sob a ameaça de golpe, em virtude da fragilidade de apoio ao governo no congresso.
 
Lugo vêm sofrendo grandes dificuldades, visto que o parlamento paraguaio ainda se concentra nas mãos do Partido Colorado que tenta - numa farsa muito bem orquestrada - provocar um golpe, mascarando-o com elementos institucionais. Neste intento, arrastou para o seu lado, o PLRA – Partido Liberal Radical Autêntico, que conta com 14 representantes no congresso, o qual retirou o seu apoio ao presidente, além de aprovarem juntos (Colorados e Liberais), e numa rapidez absurda, a instauração de impeachment contra Lugo.
 
Vale destacar, que esses setores direitistas são intimamente ligados às oligarquias e aos latifundiários, grandes produtores de soja para exportação, dentre os quais, brasiguaios como Tranquilo Favero, o mais rico do país.
 
Foram justamente estes setores que instigaram os Policiais do Grupo de Operações Especiais à matança de camponeses pobres ocorrida na semana passada. O que se passou em Curuguaty trata-se de um plano de desestabilização de seu governo, visto que recentemente Lugo assumiu uma postura mais firme, visando avançar na reforma agrária, resolver o problema das terras irregulares (Morunbí) e outras medidas progressistas, o que tem gerado oposição ferrenha dos partidos tradicionais.
 
Dentre as inúmeras acusações abstratas que fazem contra o Presidente no processo de impeachment, todas elas existem sem provas. Ademais, mesmo se comprovando algo (o que é impossível, em virtude da farsa), se trataria de crimes comuns, os quais exigiriam um rito próprio, não sendo devido, portanto, o processo político de impeachment. Além disso, alegam que Lugo tem politizado o exército e mantém ideologia marxista e bolivariana, ficando claro, portanto, os seus interesses de classe.
 
No mesmo momento em que se instaurou a crise política no país irmão, o governo dos Estados Unidos da América, através, de seu porta-voz para a América Latina do Departamento de Estado, William Ostick, afirmou que se deve respeitar o processo contra o presidente Lugo. Tornando-se claro os interesses do Império na queda do Presidente Lugo que visa uma integração continental que fere aos objetivos dos EUA.
 
Neste momento, é dever de todas as forças populares manifestar à sua absoluta contrariedade ao Golpe, expressando completo e irrestrito apoio ao Presidente Lugo e ao povo Paraguaio.
 
A queda de Lugo significa um retrocesso na correção de forças do continente, uma vez que abre espaço para que as forças direitistas voltem assumir o executivo, através do Federico Franco, do Partido Liberal. Mais do que isso, representa um passo a trás frente ao projeto continental que visa dá respostas aos anos de avalancha neoliberal e à atual crise capitalista.
 
Caberá a Fernando Lugo e ao povo Paraguaio, reverter a situação e ir em frente no projeto de tornar o Paraguai Livre, Democrático e Soberano. Este foi o intento do povo paraguaio expresso nas urnas. Neste momento, o povo nas ruas reafirma o apoio ao presidente e exige que as medidas populares sejam implementadas.
 
É fundamental que os países que compõem a UNASUL - União de Nações Sul-Americanas manifestem uma postura firme e contundente contrária ao Golpe de Estado em curso, expressando solidariedade e respaldo político ao Presidente democraticamente eleito nas urnas, exigindo-se o retorno imediato de Lugo às suas atribuições.
 
À militância “é preciso passar a ação”. Que se organizem nos próximos dias atos de solidariedade, decorações, ações de rua, atividades na embaixada Paraguaia no Brasil etc, demonstrando completo apoio ao Presidente Fernando Lugo e contra o Golpe, o qual nada mais é do que uma demonstração das forças à serviço do Império visando impedir os avanços democráticos e populares em nosso continente. 

Colorados e Liberais são inimigos do povo Paraguaio!
 
Os golpistas não passarão!
 
Todo apoio ao Presidente Lugo!
 
Um golpe contra o Paraguai é mais um golpe contra a América Latina!
 
Abaixo o Imperialismo!

América Latina Livre, Venceremos!


Direção Nacional da Consulta Popular.
São Paulo, 22 de junho de 2012.


Visite a pagina do MCCE-MT