Ministério Público denuncia aloprados
Eles responderão por crimes como formação de quadrilha e
lavagem de dinheiro. Documentos queriam ligar o então candidato José
Serra à “máfia dos sanguessugas”
O MPF não aliviou pro lado dos aloprados do PT. O empresário Valdebran Padilha, que durante muito tempo pontificou como um dos homens de ouro de Carlos Abicalil e Alexandre César, gravitando em torno da corrente majoritaria do partido, em Mato Grosso, a antiga Articulação hoje repaginada como Construindo um Novo Brasil, puxa a relação dos denunciados pelo MPF que agora ficam caracterizados como mais uma quadrilha que se formou à sombra do Partido dos Trabalhadores. A outra quadrilha, é a do Mensalão do PT, cujo julgamento está previsto para começar a rolar a partir de agosto. (EC)
Em 2006, Valdebran Padilha foi preso pela PF. Ele atuava como arrecadador na campanha do PT em Cuiabá
RODRIGO VARGAS
DO DIARIO DE CUIABA
O Ministério Público Federal (MPF) apresentou denúncia contra nove
pessoas sob acusação de envolvimento na trama petista para a compra de
um dossiê contra políticos do PSDB, nas eleições de 2006.
Entre os denunciados, estão os “aloprados” Valdebran Padilha,
Hamilton Lacerda, Jorge Lorenzetti, Expedito Veloso, Osvaldo Bargas e
Gedimar Pereira Passos.
Padilha é empresário em Mato Grosso e, em 2004, atuou como
arrecadador na campanha do PT à prefeitura de Cuiabá. Lorenzetti,
Veloso, Bargas e Gedimar trabalhavam à ocasião na campanha à reeleição
do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Lacerda, à época, era braço-direito do hoje ministro Aloizio
Mercadante (Educação) e coordenava sua campanha ao governo de São Paulo.
Os seis responderão por crimes de formação de quadrilha, contra o
sistema financeiro, de lavagem de dinheiro e declaração de informação
falsa em contratos de câmbio.
Os outros três denunciados foram os empresários Fernando Manoel Ribas
Soares e Sirley Silva Chaves, além de Levy Luiz da Silva Filho (cunhado
de Sirley).
Fernando e Sirley são sócios na Vicatur, empresa de turismo suspeita
de ser a origem de parte do R$ 1,7 milhão que seria utilizado na compra
do dossiê. Os três responderão a acusação de fraude em operação de
câmbio.
T
rama – O dossiê era composto de um vídeo e fotos que mostravam o
candidato tucano ao governo de São Paulo, José Serra, em uma cerimônia
de entrega de ambulâncias realizada em Cuiabá em 2001, quando era
ministro da Saúde.
O evento foi promovido pela Planam, empresa pertencente aos
empresários Darci e Luiz Antônio Vedoin, chefes da chamada “máfia dos
sanguessugas”, que fraudava a compra de ambulâncias por emendas
parlamentares.
Segundo as investigações, foi a família Vedoin quem ofereceu o
material aos petistas e o negociou por R$ 2 milhões. A concretização da
trama foi impedida pela Polícia Federal na noite de 15 de setembro de
2006.
Na ocasião, Valdebran e Gedimar foram presos, em um hotel de São
Paulo, portando um total de R$ 1,168 milhão e US$ 248,8 mil em dinheiro.
Até hoje, a origem da maior parte do dinheiro permanece desconhecida.
O encontro do hotel, segundo a denúncia, seria para “arrematar as
negociações”, que teriam como objetivo a desestabilização da campanha
tucana “através da criação de um vínculo entre o candidato do PSDB à
máfia dos sanguessugas”.
A procuradoria, na denúncia, diz que os laudos de exame financeiro
“não demonstraram que os recursos [para a compra do dossiê] provieram de
campanha eleitoral”. A maior parte dos recursos não teve origem
identificada.
Fonte Pagina do Enock
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Uma ação civil pública por improbidade administrativa do Ministério
Público Federal (MPF) pede o afastamento do cargo do presidente da
Assembleia Legislativa, José Riva (PSD).
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MPF pede afastamento de José Riva do cargo da Assembleia Legislativa
Especial para Olhar Direto - Jonas da Silva
Uma ação civil pública por improbidade administrativa do Ministério
Público Federal (MPF) pede o afastamento do cargo do presidente da
Assembleia Legislativa, José Riva (PSD).
O pedido da Procuradoria da República em Mato Grosso foi realizado na
semana passada e é para evitar prejuízo à investigação com o deputado na
função pública. Assim, antes de julgar o mérito da ação, o MPF pede
para a justiça uma decisão liminar (provisória).
“O Ministério Público Federal pede o deferimento da medida liminar,
decretando, por conveniência de instrução processual e para assegurar a
manutenção da ordem pública, com fundamento no artigo 20 da Lei
8.492/1992, o afastamento de José Geraldo Riva da função de presidente
da Assembleia Legislativa”, consta na peça jurídica.
O processo da esfera cível que tramita na Justiça Federal é o mesmo em
que figuram também como réus o ex-secretário Eder de Moraes Dias, o
ex-diretor geral da Polícia Civil, delegado Paulo Rubens Vilela, e o
assessor parlamentar de Riva, Cristiano Volpato, por terem praticado
irregularidades enquanto servidores públicos.
O delegado também responde a processo criminal por ter chamado para si,
em outubro de 2011, investigação de compra de voto contra Riva em Campo
Verde em 2010. Vilela foi afastado do cargo em outubro do ano passado
por quebra de segredo de justiça e prevaricação (falta ou desvio de
conduta no dever do cargo).
O fato gerou o processo contra Riva e os demais.
Fonte: Olhar Direto
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