quarta-feira, 8 de agosto de 2012

MCCE aponta crime eleitoral


Movimento vê abuso em propaganda de Mauro Mendes e TRE manda retirar material de rotatórias 

foto: Euclides Oltramari Júnior
Bandeiras do candidato Mauro Mendes em avenidas de Cuiabá são alvo de críticas da coordenação do MCCE que vê conduta abusiva


MARIANNA MARIMON 
REPORTAGEM LOCAL/Folha do Estado

O Movimento de Combate à Corrupção Eleitoral (MCCE) apontou como irregular os estandartes do candidato a prefeito de Cuiabá, Mauro Mendes (PSB). As bandeiras estavam fixadas em dois pontos, nos canteiros da Avenida do CPA e na rotatória da Ponte Nova, no final da Avenida Barão de Melgaço. Conforme a legislação eleitoral é permitido o uso de cavaletes e faixas, desde que sejam móveis e sejam colocadas e retiradas no período das 6h às 22h. 

O assessor jurídico da coligação do candidato Mauro Mendes, José Antônio Rosa, garantiu que a propaganda eleitoral está dentro da legislação, e que se há irregularidade é referente ao modo de colocação dos estandartes. “Estas propagandas são lícitas e se estão irregulares é devido à forma como foram colocadas, mas de qualquer maneira, estaremos averiguando o material e caso haja irregularidade, iremos retirar os estandartes”, declarou.



Segundo José Rosa, o Tribunal Regional Eleitoral (TRE), mandou retirar o material da rotatória da Ponte Nova, sob alegação de que estaria prejudicando o trânsito. “O TRE atentou para o cuidado com a visibilidade do trânsito no local, e passaremos a ter esse cuidado a partir de agora”. 

CRIME ELEITORAL 

Para o coordenador do MCCE, advogado Vilson Nery, a fixação dos estandartes no canteiro da Avereferennida do CPA, figura crime eleitoral. “Estas placas não podem ser fixadas nos canteiros públicos, mesmo que sejam retiradas à noite, elas não podem estar fincadas ao chão. Os cabos eleitorais devem estar presentes para garantir essa mobilidade dos estandartes, ou carregálos na mão”, apontou. 



Segundo Nery, a propaganda estaria ferindo a legislação eleitoral, que permite apenas propagandas móveis. “Esta conduta abusiva figura abuso de poder econômico porque passa por cima da lei”, afirmou. 

Neste período eleitoral, as imagens de candidatos começam a ser massificadas em propagandas espalhadas pela cidade. Vilson Nery aponta que esta prática é de publicidade, e não de comunicação com o eleitor, pois apresentam imagens e não propostas.

 “Estas propagandas são publicidades e não comunicam com o eleitor, não são educativas. O eleitor deve se manifestar, reclamar e mostrar ao candidato que essa prática eleitoreira não funciona. O voto deve ser dado ao candidato que tem as melhores propostas e o que acontece é que acaba-se elegendo os que tem a melhor imagem”, criticou. 



VEREADOR 

Candidato é acusado de cometer abusos 

Outro exemplo apontado pelo coordenador do Movimento de Combate à Corrupção Eleitoral, Vilson Nery, com relação aos abusos na propaganda eleitoral é sobre o candidato a vereador Fábio Felipe (PMN). 

Segundo Nery, o candidato estaria utilizando uma mensagem gravada que é reproduzida nos telefones dos cidadãos. “Nestas ligações, na mensagem gravada, o candidato se apresenta na disputa pelo cargo de vereador, e acrescenta a informação de que é sobrinho do deputado Sérgio Ricardo, que atualmente, é conselheiro do Tribunal de Contas do Estado (TCE) e sob hipótese alguma poderia participar do pleito, o que figura abuso de poder político”, explicou. 

Nery aponta para a necessidade dos eleitores denunciarem esta prática do candidato, ao Tribunal Regional Eleitoral (TRE), ligando na Ouvidoria (0800-647-8191). 

A penalidade que pode ser imposta ao candidato é a cassação do registro de candidatura devido ao abuso de poder político. 

Além desta prática de “telemarketing eleitoreiro”, o candidato Fábio Felipe tem sido alvo, inclusive nas redes sociais, de críticas com relação ao uso excessivo da imagem em propagandas eleitorais espalhadas pela cidade. As placas e faixas do candidato estão na legalidade, mas o que gera questionamentos é a quantidade do material gráfico, já que a figura do candidato está sendo massificada nas vias públicas, causando poluição visual. 

A reportagem tentou ouvir o candidato Fábio Felipe, mas ele não foi localizado 

Fonte Folha do Estado




Ao se permitir que alguns gastões emporcalhem a cidade com banners, cavaletes, displays, minidoors, é aceitar a pior de todas as ditaduras: a ditadura do poder econômico, o império do “quem puder mais chora menos”.


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