Ex-guerrilheiros, arenistas, quercistas e adjacências se aliaram para a tal da governabilidade, sendo que o outrora partido reformista não modificou a cultura política do Brasil e sim foi transformado – para pior – com este convívio. 
Artigo originalmente publicado no blog de Ricardo Noblat 
Por Bruno Lima Rocha
Impressiona a capacidade que as elites 
dirigentes políticas no Brasil têm de atingir a si mesmos. Ao final do 
recesso de verão, nos deparamos com a provável eleição de dois 
peemedebistas do nordeste, ambos vinculados ao esquema de poder do 
ex-presidente da Arena, José Sarney. Renan Calheiros, senador alagoano e
 ex-ministro da Justiça de FHC, já é figura carimbada da mídia 
brasileira.  Dentre suas façanhas, temos o inesquecível momento de 2007,
 quando o país soube que parte de seus compromissos privados eram 
cobertos por relações pouco republicanas com empresas interessadas em 
compras de governo e licitações. Já o potiguar Henrique Alves, vem se 
lançando como presidente da câmara baixa a cerca de seis meses, e 
caminha a passos largos no rumo da alternância de poder. Marco Maia, 
correligionário da presidenta deve passar a vaga para o representante do
 partido do vice Michel Temer. Já não cabe mais espanto algum. 
Ex-guerrilheiros, arenistas, quercistas e adjacências se aliaram para a 
tal da governabilidade, sendo que o outrora partido reformista não 
modificou a cultura política do Brasil e sim foi transformado – para 
pior – com este convívio.
Diante de um quadro destes, é necessária a 
reprodução dos conceitos-chave para esta análise. O fisiologismo puro e 
simples, retro-alimentado com o mecanismo autoritário da palavra final 
para líderes e vices de bancadas condiciona os parlamentares em busca de
 seus interesses imediatos. Estes são, em quase cem por cento dos casos,
 a liberação das emendas, aberração orçamentária onde quem representa e 
fiscaliza termina por ordenar despesas e garantir investimentos em 
municípios e bases eleitorais. De sua parte, o presidencialismo de 
coalizão opera no cabresto do baixo clero, liberando as emendas a conta 
gotas, fazendo com que prefeitos coloquem deputados federais contra a 
parede a cada ano. A União concentra as verbas, não há federalismo 
fiscal e por tanto, menor autonomia dos níveis estadual e municipal de 
governo. Como ensina a regra da política, concentrar recursos implica em
 garantir benefícios.
Se há algo de relevante nas escolhas anunciadas para presidir o Legislativo federal, este é o fator sinceridade. Uma aliança política mais habilidosa colocaria à frente figuras menos polêmicas, tendo tanto um perfil baixo como trajetórias mais tranqüilas. Seria uma forma de preservar a instituição e sua imagem. Pelo visto teremos o oposto. Os prováveis presidentes do Senado e da Câmara são a “cara da política brasileira”.
Artigo originalmente publicado no blog de Ricardo Noblat
Fonte: Estratégia e Análise
Leia mais:
Pedro Taques diz que deve entrar na disputa pela presidência do Senado 
Senador do PDT pode ser terceiro candidato; ele diz que já pede votos.
Objetivo é impedir eventual vitória de Renan Calheiros no primeiro turno. 
 O senador Pedro Taques (PDT-MT) (Foto: Geraldo
Magela/Agência Senado)
Magela/Agência Senado)
O senador Pedro Taques (PDT-MT) disse nesta quinta-feira (24) que deve disputar a eleição para a presidência do Senado no próximo dia 1º de fevereiro. Taques deverá ter o apoio da bancada do PSDB. Além dele, estão na disputa o líder do PMDB na Casa, Renan Calheiros (AL), e o senador Randolfe Rodrigues (PSOL-AP).
Segundo Taques, o objetivo da candidatura é forçar um segundo turno. Para vencer no primeiro turno, um candidato precisa obter pelo menos 41 votos dos 81 senadores. Renan Calheiros é apontado como favorito por ter o apoio dos principais partidos governistas. Apoiadores do peemedebista calculam ter mais de 60 votos assegurados.
Pedro Taques disse que, na segunda-feira (28), conversará com Randolfe Rodrigues para decidir se ambos concorrerão. “Vamos conversar na semana que vem sobre nossas candidaturas, fazer um debate [...]. Podemos ir os dois para a disputa”, disse.
Mesmo assim, Taques disse que já começou a conversar com parlamentares por telefone apresentando a candidatura.
“Decidi colocar meu nome para tentar fazer com que o Legislativo fique mais forte. Eu quero fazer este debate, e estou ligando para os parlamentares para dizer que meu nome está na disputa [...] Temos de ter uma candidatura diferente, que tente levar ao segundo turno”, afirmou o senador.
O senador do PDT deve concorrer à presidência da Casa com o apoio do PSDB, e também de alguns parlamentares do chamado grupo dos "independentes", que engloba senadores do PP e do PMDB.
O líder tucano, senador Álvaro Dias (PR), afirmou que o partido deverá aprovar o apoio em bloco ao senador do PDT, em uma reunião no próximo dia 31. O PSDB tem dez senadores. Parlamentares do DEM também devem apoiar Taques.
“O PSDB poderia propor um nome próprio, mas estamos preocupados com a unidade do Senado. Por isso, colocamos o Taques como alternativa. Esperamos que ele seja confirmado candidato com o apoio integral do partido [PSDB]”, disse o tucano.
Fonte: G1
Saiba mais:
Renan Calheiros destinou cota parlamentar para empresa de marido de assessora
O senador Renan Calheiros (PMDB-AL) e seu filho, o deputado federal Renan Filho (PMDB-AL), usaram R$ 110,5 mil da cota parlamentar do Senado e da Câmara para uma empresa que pertence ao marido de uma assessora de gabinete do senador.
A informação foi revelada neste sábado (19) pela revista "Época". Calheiros usou R$ 16 mil, em 2011, da cota de seu gabinete para a empresa Ibrape Pesquisa Ltda., sediada em Alagoas. Na época, a empresa pertencia à assessora Edênia Damasceno Sales, com 5% das cotas, e seu marido, Francivaldo Diniz, com 95% das cotas. Em março de 2012, Edênia deixou a empresa, hoje administrada pelo seu marido. Edênia está lotada no gabinete de Renan no Senado desde 2005, atuando no gabinete do senador em Maceió (AL).
Em 2012, o deputado federal Renan Filho usou R$ 94,5 mil da verba de seu gabinete também para contratar o Ibrape. Os pagamentos ocorreram de janeiro a outubro. Calheiros é o candidato favorito para assumir a presidência do Senado no início de fevereiro. Na Câmara, outro peemedebisa, o deputado Henrique Eduardo Alves (RN), também concorre com apoio dos principais partidos da Casa. No caso de Eduardo Alves, a Folha já havia revelado que um assessor recebeu pelo menos R$ 1,2 milhão de um órgão do governo federal controlado politicamente pelo deputado.
Procurado ontem pela Folha em seu telefone celular para comentar o assunto, o senador não foi localizado. O aparelho permaneceu desligado. A assessoria de Renan Filho também não atendeu chamadas no aparelho celular. Na sede da Ibrape, em Maceió, localizada por telefone, uma funcionária disse que passaria o recado para Edênia e Diniz. Na residência do casal, também foi deixado recado, mas não houve retorno até o fechamento desta edição.
Segundo "Época", Diniz afirmou que seu trabalho consiste em realizar pesquisas "sobre os problemas e as demandas de cada município". Edênia disse à revista que o fato de ser casado com Diniz não deveria "privar" o senador de ter acesso a "um serviço bom".
Na semana passada, a Folha revelou que o senador usou R$ 10 mil da sua cota de gabinete para uma empresa de áudio e vídeo cujo responsável disse, contudo, que não trabalhou para o mandato do senador, mas sim para sua campanha eleitoral. Renan negou ter usado o recurso para quitar dívida eleitoral.
As cotas parlamentares são recursos públicos. Os políticos podem usar a cota sem licitação pública e servidores públicos podem ser donos de empresas, desde que não exerçam cargos de direção. Os parlamentares apresentam as notas fiscais e são ressarcidos pela Casa.
Fonte: BOL
Leia Mais:
Um presidente ficha-limpa para o Senado! Não à volta de Renan Calheiros!
A articulação para a volta de Renan Calheiros à presidência do Senado é um tapa na cara da sociedade brasileira e mais um passo das lideranças políticas que hoje controlam o Congresso Nacional para a desmoralização do Parlamento. Graves denúncias pesam sobre a vida política de Renan e é inaceitável que ele retome um dos mais altos postos da República antes que tudo seja esclarecido.
O Senado não pode continuar sendo dirigido por representantes de oligarquias políticas atrasadas e cruéis, que se apropriam em benefício próprio da riqueza do país e do fruto do trabalho do povo. A sociedade não tolera mais a corrupção e o descaso com a saúde, a educação, a segurança, o transporte e demais serviços públicos, que martirizam a vida das pessoas mais pobres. São muito elevadas as responsabilidades do Senado e muito amplos os poderes do seu presidente.
Fazemos um apelo aos Senhores Senadores para que escolham um presidente ficha-limpa, comprometido com o desenvolvimento social e que seja capaz de dirigir o Senado com independência e dignidade.
Assine a petição: Presidente ficha-limpa para o Senado
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