ACUSAÇÃO GANHA FORÇA:
Agência AS&M Publicidade, comandada pelo jornalista e publicitário Lúcio Sorge, confirma que Ideia Digital, denunciada por possível desvio de dinheiro público na Paraíba, pagou despesas não declaradas da campanha de Valtenir, em 2010.
Segundo a Polícia Federal, a Ideia Digital pagou R$ 235 mil em despesas
não declaradas da campanha de Valtenir. O deputado nega. Mas a
confirmação do pagamento por parte da AS&M complica sua situação.
Da pagina do E
Ideia Digital pagou agência de Valtenir
Agência publicitária que prestou serviços ao deputado em
campanha confirmou à PF que trabalho foi pago por envolvida em esquema
paraibano
Nome de Valtenir aparece, segundo PF, em interceptações de conversas entre sócios da Ideia Digital
ANSELMO CARVALHO PINTO
Editor-executivo – DIÁRIO DE CUIABÁ
A agência AS&M Publicidade e Marketing, que atuou na campanha do
deputado federal Valtenir Pereira (PSB) em 2010, confirmou à Polícia
Federal que o serviço foi pago pela empresa Ideia Digital, pivô de um
escândalo de desvio de dinheiro público na Paraíba. A confirmação do
pagamento foi feito em resposta a uma carta precatória enviada pela PF
daquele Estado.
Segundo a Polícia Federal, a Ideia Digital pagou R$ 235 mil em
despesas não declaradas da campanha de Valtenir. O deputado nega. Mas a
confirmação do pagamento por parte da AS&M complica sua situação.
O Diário teve acesso ao inquérito que investigou fraudes na
instalação do projeto Jampa Digital, uma rede que pretendia conectar
órgãos municipais e oferecer internet gratuita em praças públicas de
João Pessoa (PB). O projeto nunca funcionou a contento. E a PF concluiu
que cerca R$ 1,6 milhão – dos R$ 20 milhões investidos na rede – teriam
sido desviados para campanhas eleitorais na Paraíba.
Inicialmente, o deputado federal não era alvo da investigação. Seu
nome aparece no decorrer do inquérito, segundo a PF, “em atos de
corrupção não conexos com a investigação”.
A PF suspeita que Valtenir tenha beneficiado a empresa em um projeto
de inclusão digital em Sinop (MT), implantado com recursos federais. Por
causa do foro privilegiado, os documentos que se referem ao
congressista serão encaminhados ao Supremo Tribunal Federal.
Ao cumprir um mandado de busca e apreensão na sede da Ideia Digital,
os policiais encontraram documentos indicando que a empresa pagou
despesas de campanha de Valtenir. Os pagamentos não foram declarados à
Justiça Eleitoral. Entre os papeis havia notas fiscais emitidas em favor
da Ideia Digital por três empresas cuiabanas: uma gráfica, uma
produtora de vídeo e a AS&M Publicidade e Marketing.
A nota fiscal em favor da AS&M, no valor de R$ 50 mil, tinha como
referência a “criação de campanha publicitária, assessoria de imprensa e
consultoria de marketing”. Duas notas fiscais da Casarão Vídeo
totalizavam R$ R$ 85 mil, por “serviços de vídeo empresarial e
comercial”. Foi encontrada ainda uma nota da Gráfica Print, mais uma vez
em favor da Ideia Digital, tendo como referência a “produção de
folderes e revistas”. Totalizava R$ 100 mil.
O que chamou a atenção da PF foi o fato de que as três empresas
cuiabanas que emitiram notas para a Ideia Digital – com sede em Salvador
(BA) – foram as mesmas que prestaram serviço à campanha do então
candidato Valtenir Pereira.
Na prestação de contas da campanha de Valtenir em 2010, consta que
seu comitê fez pagamentos para estas três empresas. Para a Casarão
Vídeo, foram R$ 30 mil divididos em dois cheques. O comitê de campanha
também pagou R$ 60 mil para a AS&M em cheques. Para a Gráfica Print,
foram cinco cheques totalizando R$ 126.788, conforme o site do Tribunal
Superior Eleitoral.
Notificada, a AS&M confirmou à Polícia Federal que o serviço
descrito na nota fiscal era relativo à criação de material para a
campanha de Valtenir e que o pagamento foi realizado pela Ideia Digital
através de transferência bancária.
Para firmar a convicção do envolvimento do deputado, a PF ainda
relacionou o material colhido na quebra do sigilo do e-mail dos sócios
da Ideia, identificados como Paulo Tarso e Mário Lago. Em uma das
conversas captadas, eles falam sobre realizar uma reunião com uma pessoa
identificada como “Valtenir” para discutir os locais para aplicação dos
recursos da emenda. A PF conclui que o Valtenir em questão é o
parlamentar mato-grossense.
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PF investiga emenda parlamentar
Editor-executivo
A Polícia Federal esquadrinhou os arquivos da Câmara Federal
referentes a 2010, quando o deputado apresentou a emenda orçamentária
número 25500012 no valor de R$ 4 milhões para projetos relacionados à
inclusão digital em cidades de Mato Grosso. Os recursos viriam da área
de ciência e tecnologia.
Na mesma época, a prefeitura de Sinop firmou um convênio com o
Ministério da Ciência e Tecnologia no valor de R$ 10,527 milhões para a
criação da “plataforma de infraestrutura de convergência digital básica
de banda larga sem fio”.
O curioso é que no material de campanha feito pela AS&M
Publicidade e Marketing, a pedido do deputado, consta um folder
intitulado “Valtenir trabalha por Sinop”, em que o parlamentar inclui,
entre as realizações no município, a implantação do projeto “Cidade
Digital”.
Fonte pagina do Enock
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