terça-feira, 22 de outubro de 2013

Bope e até esquadrão antibomba reforçam júri de João Arcanjo em MT


Ex-chefe do crime organizado enfrentará julgamento nesta quinta-feira (24). Ele é acusado de homicídio qualificado contra dono de jornal em Cuiabá.


A escolta da Penitenciária Federal em Campo Grande (MS) até solo mato-grossense estará a cargo do Departamento Penitenciário Nacional (Depen).


Do G1 MT

A segurança no Fórum de Cuiabá será reforçada na quinta-feira (24) para o júri popular do ex-chefe do crime organizado em Mato Grosso, João Arcanjo Ribeiro, de 62 anos, que será julgado como o mandante da morte do empresário Sávio Brandão, dono do jornal Folha do Estado, em 2002. De acordo com o Tribunal de Justiça Estadual (TJMT) o reforço será feito por tropas de elite da Polícia Militar, como policiais do Batalhão de Operações Especiais (Bope), da Ronda Ostensiva Tático Móvel (Rotam) e do Esquadrão Antibomba.

O julgamento está previsto para iniciar às 8h e deverá durar dois dias, conforme o Poder Judiciário. O coordenador militar do Tribunal, coronel Wilson Batista, disse que os policiais estarão no local de audiência a partir das 5h da manhã para receber as últimas instruções e realizar a varredura em todo o prédio.

O assessor militar do Fórum, major Jonildo José de Assis, explica que o controle de acesso ao local também será intensificado e a entrada na sala do Tribunal do Júri será restrita. Todas as pessoas que vão acompanhar a audiência, segundo ele, deverão realizar o cadastro na 1ª Vara Criminal ou na Coordenadoria de Comunicação do TJMT. Além disso, todos devem passar pelo detector de metais.

No entanto, o Poder Judiciário informou que as vagas para o público geral já estão esgotadas e quem tiver interesse em acompanhar o júri deverá entrar na lista de espera. O auditório estará com 90% da capacidade ocupada por questão de segurança. “Havendo necessidade de esvaziamento imediato é mais fácil quando o ambiente não está lotado”, explicou o coronel Batista.

O Poder Judiciário está responsável apenas pela segurança no Fórum. Já o translado do réu do Aeroporto Marechal Rondon até a Comarca será feito pelo Setor de Operações Especiais do Sistema Penitenciário, sob gestão da Secretaria de Justiça e Direitos Humanos (Sejudh). A escolta da Penitenciária Federal em Campo Grande (MS) até solo mato-grossense estará a cargo do Departamento Penitenciário Nacional (Depen).

Fonte G1 MT


Saiba mais:


Ex-chefe do crime organizado é acusado de homicídio qualificado. Empresário foi morto na frente da sede do jornal dele, em Cuiabá 




Carolina Holland 
Do G1 MT

 
O ex-chefe do crime organizado em Mato Grosso, João Arcanjo Ribeiro, de 62 anos, vai ser julgado como o mandante da morte do empresário Sávio Brandão, dono do jornal Folha do Estado, no dia 24 de outubro, a partir das 8h, no Fórum de Cuiabá. A decisão é da juíza Mônica Catarina Perri Siqueira, da Primeira Vara Crimanal da Comarca da capital. O crime ocorreu em 2002.

A determinação atende pedido do senador Pedro Taques, testemunha de acusação, que havia sugerido que o julgamento fosse em 24 ou 25 de outubro. Como parlamentar, ele tem a prerrogativa de ser ouvido em data acordada previamente com a juíza. A magistrada havia sugerido os dias 16, 22 e 23 do mesmo mês para o julgamento, mas Taques alegou que não poderia por falta de agenda.

Esta será a primeira vez que Arcanjo, que cumpre pena por crimes de ordem financeira na penitenciária de segurança máxima de Porto Velho (RO), enfrentará um júri popular. Ele vai ser julgado por homicídio duplamente qualificado – motivo torpe e impossibilidade de defesa da vítima. O réu negou, durante todo o processo, qualquer envolvimento com o crime.

O processo penal voltou ao Tribunal de Justiça de Mato Grosso este ano após determinação da ministra Laurita Vaz, do Superior Tribunal de Justiça, que ordenou que a defesa do réu parasse de entrar com recursos, porque seriam uma tentativa de protelar a ação do judiciário.

O Ministério Público do Estado (MPE), que será representado pelo promotor João Gadelha, relacionou como testemunhas, além de Taques, que na época do crime era procurador da República no estado, o delegado Luciano Inácio, responsável pela investigação do crime, Luiza Marília de Barros Lima, irmã de Sávio, e Ciro Braga Neto, então diretor da Folha.


Para a defesa, foram arrolados Ronaldo Neves Costa, pai de Izabella Brandão, então mulher de Sávio, Maria Luiza Clementino de Souza, o advogado André Castilho, Edimar Pereira Braga e Saulo Aparecido Pavan da Silva.

Entenda o caso

Domingos Sávio Brandão de Lima Júnior foi assassinado com sete tiros de pistola 9mm por volta das 15h30 do dia 30 de setembro de 2002, em frente à obra da nova sede do jornal Folha do Estado, no bairro Consil, em Cuiabá.


De acordo com o Ministério Público, Sávio mostrava a construção a um amigo quando o ex-policial militar Hércules Araújo Agostinho chegou numa moto, pilotada por Fernando Belo, e atirou dez vezes. Segundo a denúncia do MPE, o agenciador do pistoleiro foi João Leite, cobrador de dívidas de Arcanjo.

O apoio logístico para o crime foi dado por Célio Alves, que forneceu informações a respeito da rotina da vítima.

O MPE sustenta a tese de que Arcanjo mandou matar o empresário por causa das manchetes negativas sobre ele no jornal. Na edição de 14 de maio de 2001, a Folha chamou o réu de “Al Capone de Mato Grosso”.

O jornal denunciou ainda a ilegalidade da construção de uma hidrelétrica de Arcanjo, na região de Tangará da Serra. O MPE entrou com uma ação contra o empreendimento, que atingiria terras indígenas.

Prisão no exterior

Arcanjo foi preso em 2003, em Montevidéu, no Uruguai, após a Polícia Federal deflagrar a operação Arca de Noé, para desarticular o crime organizado em Mato Grosso. Ele foi extraditado para o Brasil por determinação do juiz federal Julier Sebastião da Silva, em março de 2006.


O acusado cumpre, atualmente, pena por sonegação fiscal, formação de quadrilha, evasão de divisas, lavagem de dinheiro e crimes contra o sistema financeiro.
Condenações

Arcanjo é o único dos cinco denunciados pela morte de Sávio Brandão que ainda não foi julgado. Hércules, que confessou ter sido o autor dos disparos, e Célio Alves foram condenados a 18 anos e 17 anos de prisão, respectivamente.


João Leite foi sentenciado a 15 anos de prisão e Belo, a 13 anos de reclusão. Ele conseguiu liberdade condicional, mas acabou assassinado a tiros em 2010, no bairro Doutor Fábio, na capital.
Outros crimes

Arcanjo é acusado ainda pelo Ministério Público de ter mandado matar os empresários Rivelino Brunini, Fauze Rachid Jaudy e Mauro Manhoso, o cabo da PM Valdir Pereira, e Leandro dos Santos, Celso Borges e Mauro Moraes, que teriam assaltado uma das bancas de jogos de bicho da Colibri.
 

Fonte G1


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