quinta-feira, 24 de outubro de 2013

Mauro Mendes – mais um político carne de vaca


Para o jornalista ADEMAR ADAMS, o episódio da escolha do Ouvidor de Cuiabá veio desnudar de vez o perfil do prefeito Mauro Mendes. “Ao invés de atacar o Ouvidor da Defensoria Pública, Mauro deveria ter tomado uma aula desse órgão, de como se faz a escolha para esse cargo, na senda do povo sueco que instituiu a figura do ombudsman”


O jornalista Ademar Adams e o prefeito de Cuiabá, Mauro Mendes


Da pagina do Enock

O episódio da escolha do Ouvidor do Município de Cuiabá veio desnudar de vez o perfil do prefeito Mauro Mendes. Descobrimos que é apenas mais um politiqueiro que assume um cargo público e não traz nada de novo. Veio com as mesmas práticas desse mar de energúmenos que polui o meio político, cada vez mais desacreditado pela população.
 
Vamos recordar algumas coisas: começou a campanha em 2012 atacando o então alcaide, mas já no 2º turno se aliou a ele e depois manteve nos cargos alguns membros do secretariado. Mal começou administrar, poluiu a cidade de placas (“novos caminhos”), parecendo que o fazedor de placas também foi mantido, na mesma linha da galinha que mais carcareja do que põe ovos a exemplo do “poeira zero”.

Aí, na hora da escolha do Ouvidor do Município, fez uma série de manobras enganadoras para assentar no cargo um apaniguado, como se o cargo fosse “Ouvidor do Mauro”.

Não se conformando em ser pego com a boca na botija, Mauro Mendes vem a público latir (o verbo é cabível, pois a atitude é de cachorrada) contra as escolhas anteriores e contra quem, agindo no instinto mais puro da cidadania, denunciou as ilegalidades no procedimento.

No seu estilo autoritário e mandão, como se o Município fosse a sua empresa, não responde os questionamentos feitos, preferindo atacar as pessoas e entidades, como se estas estivessem igual a ele fazendo politicalha.

Ao fazer acusações levianas o prefeito atinge dezenas de entidades que se uniram para denunciar a irregularidade, e publicaram Nota de Repúdio que foi amplamente veiculada na mídia em Cuiabá.

Ao invés de atacar o Ouvidor da Defensoria Pública, deveria ter tomado uma aula desse órgão, de como se faz a escolha para esse cargo, na senda do povo sueco que instituiu a figura do ombudsman.

O prefeito diverge até do seu procurador geral, pois enquanto este disse que houve apenas três nomes submetido à escolha pela Comissão Especial inventada, Mauro Mendes diz que foram cinco nomes.

O escolhido foi assessor do prefeito, nomeado para cargo em comissão no início do mandato, tendo permanecido nessa condição até ser empossado como Ouvidor. Vale lembrar que ele era presidente do PT no Município de Cuiabá, tendo abandonado o partido para apoiar o então candidato Mauro Mendes, numa vendeta por ser derrotado na convenção do partido que presidia.

Assim, um trânsfuga, um adesista de última hora, foi brindado com um cargo que deveria ter sido escolhido democraticamente pela sociedade, para fazer o papel de intermediário entre ela e a Administração do Município.

Na Justiça

O caso desembocou no Judiciário, de onde espera um resultado no sentido do que estão a assinalar as ruas, ou seja, a necessidade de freio nas atitudes dos governantes que se acham acima das leis.

As ilegalidades presentes no processo são tão visíveis que ao julgador não faltará supedâneo para uma decisão de determinar a anulação do procedimento.

Mais grave é ainda o resultado do processo irregular, que foi a nomeação de um assessor do prefeito, que só por esse fato, o torna ilegítimo para representar a sociedade. O fato é que ele deve o cargo a Mauro Mendes e não à sociedade, logo não será ela que ele vai representar, mas sim o seu padrinho, o prefeito. E isso deverá pesar na hora do julgador decidir sobre o pedido liminar.

Ademar Adams é jornalista em Cuiabá


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