Para o jornalista ADEMAR ADAMS, o episódio da escolha do Ouvidor de Cuiabá veio desnudar de vez o perfil do prefeito Mauro Mendes. “Ao invés de atacar o Ouvidor da Defensoria Pública, Mauro deveria ter tomado uma aula desse órgão, de como se faz a escolha para esse cargo, na senda do povo sueco que instituiu a figura do ombudsman”
O jornalista Ademar Adams e o prefeito de Cuiabá, Mauro Mendes
Da pagina do Enock
O episódio da escolha do Ouvidor do Município de Cuiabá veio desnudar
de vez o perfil do prefeito Mauro Mendes. Descobrimos que é apenas mais
um politiqueiro que assume um cargo público e não traz nada de novo.
Veio com as mesmas práticas desse mar de energúmenos que polui o meio
político, cada vez mais desacreditado pela população.
Vamos recordar algumas coisas: começou a campanha em 2012 atacando o
então alcaide, mas já no 2º turno se aliou a ele e depois manteve nos
cargos alguns membros do secretariado. Mal começou administrar, poluiu a
cidade de placas (“novos caminhos”), parecendo que o fazedor de placas
também foi mantido, na mesma linha da galinha que mais carcareja do que
põe ovos a exemplo do “poeira zero”.
Aí, na hora da escolha do Ouvidor do Município, fez uma série de
manobras enganadoras para assentar no cargo um apaniguado, como se o
cargo fosse “Ouvidor do Mauro”.
Não se conformando em ser pego com a boca na botija, Mauro Mendes vem
a público latir (o verbo é cabível, pois a atitude é de cachorrada)
contra as escolhas anteriores e contra quem, agindo no instinto mais
puro da cidadania, denunciou as ilegalidades no procedimento.
No seu estilo autoritário e mandão, como se o Município fosse a sua
empresa, não responde os questionamentos feitos, preferindo atacar as
pessoas e entidades, como se estas estivessem igual a ele fazendo
politicalha.
Ao fazer acusações levianas o prefeito atinge dezenas de entidades
que se uniram para denunciar a irregularidade, e publicaram Nota de
Repúdio que foi amplamente veiculada na mídia em Cuiabá.
Ao invés de atacar o Ouvidor da Defensoria Pública, deveria ter
tomado uma aula desse órgão, de como se faz a escolha para esse cargo,
na senda do povo sueco que instituiu a figura do ombudsman.
O prefeito diverge até do seu procurador geral, pois enquanto este
disse que houve apenas três nomes submetido à escolha pela Comissão
Especial inventada, Mauro Mendes diz que foram cinco nomes.
O escolhido foi assessor do prefeito, nomeado para cargo em comissão
no início do mandato, tendo permanecido nessa condição até ser empossado
como Ouvidor. Vale lembrar que ele era presidente do PT no Município de
Cuiabá, tendo abandonado o partido para apoiar o então candidato Mauro
Mendes, numa vendeta por ser derrotado na convenção do partido que
presidia.
Assim, um trânsfuga, um adesista de última hora, foi brindado com um
cargo que deveria ter sido escolhido democraticamente pela sociedade,
para fazer o papel de intermediário entre ela e a Administração do
Município.
Na Justiça
O caso desembocou no Judiciário, de onde espera um resultado no
sentido do que estão a assinalar as ruas, ou seja, a necessidade de
freio nas atitudes dos governantes que se acham acima das leis.
As ilegalidades presentes no processo são tão visíveis que ao
julgador não faltará supedâneo para uma decisão de determinar a anulação
do procedimento.
Mais grave é ainda o resultado do processo irregular, que foi a
nomeação de um assessor do prefeito, que só por esse fato, o torna
ilegítimo para representar a sociedade. O fato é que ele deve o cargo a
Mauro Mendes e não à sociedade, logo não será ela que ele vai
representar, mas sim o seu padrinho, o prefeito. E isso deverá pesar na
hora do julgador decidir sobre o pedido liminar.
Ademar Adams é jornalista em Cuiabá
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