sexta-feira, 3 de janeiro de 2014

Passeata dos 50 mil foi maior protesto da história em Cuiabá


Cerca de 10% da população de Cuiabá e Várzea Grande) foram às ruas reivindicar 




Fonte Midia News


MARCIO CAMILO
DA REDAÇÃO

Cuiabá nunca viu tantas pessoas saírem às ruas para protestar como no dia 20 de junho de 2013.

Essa foi a maior manifestação da história de capital mato-grossense.

Mais de 50 mil (ou cerca de 10% da população de Cuiabá e Várzea Grande) se concentraram na Praça Alencastro, coração da cidade, que ficou toda verde e amarela.

Um grupo subiu a Avenida Getúlio Vargas e outro desceu pela Avenida da Prainha, se juntando novamente na Avenida do CPA, para seguir até à Assembleia Legislativa de Mato Grosso.
"Movimento é latente e não vai parar. Acredito que haverá muitas manifestações durante a Copa do Mundo, e, isso em todo país

Era um mar de gente subindo a Avenida do CPA.

Dava para ouvir o tempo todo o coro do povo cantando o Hino Nacional e outros temas como: “O gigante acordou!”

A multidão, por onde passava, pedia que, nos prédios, apoiadores piscassem a luz. “Quem apoia pisca a luz, quem apoia pisca a luz!"

Quando as famílias piscavam, era uma salva de palmas e gritos!

Não houve ocorrências significativas de violência, principalmente em relação ao volume de pessoas, que era muito grande e havia o risco e a possibilidade do movimento desandar para violência geral. 

Na AL, foram feitas algumas pichações e houve apedrejamento de vidros.

O protesto ficou conhecido como o "2º Ato Contra a Corrupção e a Violência".



 O 1º Ato Contra a Corrupção e a Violência aconteceu quatro dias antes (16 de junho) e não juntou mais do que 400 pessoas, embora também tenha sido bem movimentado.

A bandeira central que motivou as manifestações de junho em todo o país é a reivindicação por transporte coletivo gratuito e de qualidade.

Mas cresceu e, no dia 20, pelas ruas centrais, o povo levou suas bandeiras mais diversificadas, cobrando também mais educação, mais qualidade na saúde, seriedade dos políticos, transparência nas obras da Copa, contra a violência polícia, pela democracia, entre outras.

Uma pauta específica também foi a PEC 37, que propunha a centralização das investigações nas mãos apenas da polícia, cortando a ação do Ministério Público, por exemplo, e outros órgãos que hoje cumprem esse papel. Mas, devido ao apelo popular, a PEC 37 acabou sendo vetada no Congresso Nacional.

Uma característica que marcou esses movimentos foi a forma de convocação: pelas redes sociais, principalmente.

Durante o protesto, dava para ver manifestantes alimentando as páginas do Facebook com fotos, falas e palavras de ordem.


A imprensa também cobriu o ato em tempo real. Nessa dinâmica, surgiu no Brasil o movimento alternativo conduzido pelo produtor cultural de Cuiabá, Pablo Capilé, o Midia Ninja, mas tarde criticado também em rede nacional.

A onda que invadiu Cuiabá, não voltou a crescer com toda essa força, nos meses seguintes, como alguns acreditavam.

As centrais sindicais, com apoio do movimento estudantil, ainda convocaram uma greve geral para o dia 11 de julho com objetivo mais trabalhista.

Em Cuiabá, para marcar a data, uma caminhada saiu da Praça 8 de abril em direção à Prefeitura. Cerca de 300 sindicalistas e trabalhadores cobraram redução da jornada e voltaram a levantar várias bandeiras.

Outros protestos e greves foram feitos na cidade, inspirados pela conjuntura política e social.

Mas nada como a manifestação dos 50 mil, que foi um fenômeno potencializado pela indignação geral da nação e pelas redes sociais.

“Movimento não é passageiro”

O advogado Bruno Boaventura, do MCCE, analisa que a onda de manifestações voltará, principalmente durante a Copa
 
O integrante do Movimento de Combate a Corrupção Eleitoral (MCCE), o advogado Bruno Boaventura, avalia como positiva a manifestação.

Ele destaca que o movimento serviu para despertar a consciência política nas pessoas, principalmente no sentido de saber que na rua também se faz política.

“Política não se faz só nos gabinetes, e, com as passeatas, as pessoas entenderam isso. Entenderam que a rua serve com pressão para buscar melhorias e pautas que atendam a sociedade. Tanto que as manifestações surtiram em muitas mudanças, principalmente no modo de pensar das pessoas”, disse.

Bruno também avalia que é natural o movimento dar uma esfriada, para depois voltar com toda força. “Movimento é latente e não vai parar. Acredito que haverá muitas manifestações durante a Copa do Mundo, e, isso em todo país”.

Para ele, o estopim que fez a população sair às ruas foi a revolta com o sistema de uma forma geral.

“As pessoas estão cansadas de tanta corrupção. Estão indignadas com o Estado de uma forma geral; querem mais qualidade no serviço público; mais democracia e ética. Querem uma nova forma de fazer política no país, pois o que se percebe é que entra ano, sai ano, mudam-se os partidos, os políticos, e a situação continua a mesma coisa”, disse.  

Bruno também destaca que o MCCE defende uma nova constituição para o país, que prevê reformas gerais, em todos os âmbitos. 

“Precisamos de uma reforma política profunda, e não essas mini-reformas que estão sendo feitas no Congresso. Precisamos de uma reforma tributária, no sentido de promover uma melhor distribuição financeira, e fazer com que os ricos pague mais impostos e os pobres menos. Precisamos de uma reforma ampla na educação, para que ela tenha mais qualidade. E também uma Reforma Agrária. São questões fundamentais, e que nunca aconteceram no país”, elenca.

O advogado reforça que o movimento é “imparável” e que tantas outras grandes manifestações, como a do dia 20 de junho, estão por vim.

“Isso é uma certeza muito grande, principalmente dentro dos movimentos sociais, que acompanham esse fenômeno de perto”, conclui.

Fonte Midia News 


NÃO SERÁ DE JOELHOS QUE MUDAREMOS O PAÍS 




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