segunda-feira, 22 de dezembro de 2014

Pedro Taques herda R$ 1,7 bilhão em dívidas da gestão Silval


Segurança Pública pode ficar sem viaturas para policiamento e cerca de mil servidores da Educação poderão ficar sem receber salários e 13º




Hiper Notícias

THIAGO ANDRADE
 
O governador Silval Barbosa (PMDB) deve deixar o comando do Governo do Estado na próxima semana com um déficit de R$ 1,7 bilhão. O valor é referente aos compromissos assumidos na gestão do peemedebista e que, conforme a Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF), deveria haver dinheiro em caixa para saldar.

Os dados foram colhidos pela equipe de transição do governador eleito Pedro Taques (PDT), de outubro a dezembro deste ano. Os números foram apresentados na primeira audiência pública realizada pelo pedetista na manhã desta segunda-feira (22).

Conforme o futuro secretário de Planejamento, Marco Marrafon, Silval deixa o governo com um déficit de R$ 800 milhões em pagamento de pessoal e R$ 400 milhões em dívidas já empenhadas e não quitadas pelo Tesouro do Estado.  

Marco Marrafon, futuro secretário de Planejamento, aponta que Silval Barbosa deve deixar um déficit de R$ 800 milhões em salários não pagos


Outros números apresentados nesta primeira audiência pública também apontam para uma preocupação do novo governo com as pastas de Saúde, Segurança, Educação, Meio Ambiente, Transportes e com as obras realizadas para a Copa do Mundo.

Na saúde a preocupação é com os remédios oferecidos pela rede pública do Estado. Conforme o novo secretário, Marcos Bertúlio, parte do estoque de medicamentos deve se esgotar ainda em janeiro. No entanto, o período é curto para fazer uma licitação e o governo já precisa pensar em uma medida emergencial.

Segundo Bertúlio, a secretaria ainda não tem um número exato de servidores que prestam serviços no Estado. Além disso, o governo tem diminuído, desde 2011, os investimento em saúde.


Zaque já se mostrou preocupado com a situação atual da Secretaria de Segurança Pública, que além do rombo de R$ 40 milhões, corre o risco de ficar sem viaturas para o policiamento
 
O indicado para cuidar da Segurança Pública, promotor Mauro Zaque, mostrou dados alarmantes sobre a violência no Estado. Segundo ele, hoje Mato Grosso tem menos policiais militares, civis e agentes de bombeiros que em 2011, quando iniciou a gestão do governador Silval Barbosa.

Zaque diz ainda que a atual gestão não lançou edital para compra de munições. Segundo ele , o Estado corre sério risco de não ter viaturas à disposição no início da nova gestão, pois o governo não cumpriu com a promessa de pagamento dos contratos de locação com as empresas prestam este serviço. Os restos a pagar somam R$ 40 milhões.

A Educação também está na mira do governador eleito. Os dados apresentados por Perminío Pinto, indicado para cuidar da Seduc, revelam que os índices da educação são preocupantes. Dados do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (IDEB), referentes ao ano de 2013, apontam que Mato Grosso teve nota de 2.7 no 9º ano (8ª série) do Ensino Fundamental, quando o esperado era de 3.1.

Para Permínio Pinto, futuro secretário de Educação, a Seduc foi mal conduzida no governo Silval: cerca de mil servidores podem ficar sem receber salário e 13º


Para Permínio, a gestão da Seduc foi mal conduzida. Um exemplo é que mil servidores devem ficar sem receber o salário de dezembro e o 13º deste ano. O futuro secretário aponta ainda que o governo atual não fez nenhum plano para melhorar a infraestrutura das escolas, que iniciam o ano letivo em fevereiro.

A indicada para comandar a Secretaria de Estado de Meio Ambiente (Sema), Ana Luiza Peterlini, afirma que a pasta se tornou um ineficiente órgão licenciador. Segundo o levantamento, 40 mil processos aguardam o Cadastro Ambiental Rural (CAR).

Na pasta de Transportes a preocupação é com o volume de recursos necessários para dar andamento a todas obras de infraestrutura que estão em andamento. A maior parte depende de contrapartida, e o Estado não tem previsão de ter todos os recursos, porque não houve um planejamento da Lei Orçamentária Anual (LOA) pensando nisso.

Conforme o vice-governador, Carlos Fávaro (PP), a atual gestão contratou apenas duas empresas para fazer a manutenção das vias. Elas são responsáveis pelos maquinários e força de trabalho. No total são 26 patrulhas no Estado. Mato Grosso é o segundo estado no ranking de rodovias estaduais não pavimentadas: cerca de 80% ainda não foram asfaltadas. Além disso, mais de 4 mil pontes ainda são de madeira.



Conforme o secretário indicado de Planejamento Estratégico, Gustavo Oliveira, as obras do Veículo Leve sobre Trilhos (VLT) permanecem sem data para a conclusão, apesar de 75% do valor da obra já ter sido pago. Além disso, das 52 obras prometidas pelo Governo do Estado, apenas oito foram efetivamente entregues à população. Segundo Gustavo, 22 projetos ainda estão em andamento, entre eles a obra da Arena Pantanal, que também não foi concluída.

Outro problema encontrado na Secopa é com relação ao prédio da sede da pasta. O prédio pertence ao Sebrae e o contrato de cessão termina no próximo dia 31. Taques corre contra o tempo para garantir que o governo continue usando o prédio. Para isso, precisa de um aval do conselho da entidade.
 
 
 



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