quinta-feira, 8 de janeiro de 2015

DEVOLVE, GILMAR:


Fala de Gilmar Mendes sobre financiamento de campanhas eleitorais fere a inteligência, garante advogado Vilson Nery, do MCCE-MT. “O ministro Gilmar Mendes entendia que, com a proibição do financiamento de empresas, o PT teria alguma vantagem no processo. Mas é absurdo isso. Toda decisão sempre é casuística, alguém vai se beneficiar e alguém vai se prejudicar. Agora, você não pode imaginar com antecedência quem será o contemplado. Dizer que não vai decidir uma ação proposta daquele modo porque vai beneficiar esse ou aquele é um absurdo”






Fala de Gilmar Mendes fere a inteligência, diz Nery


Membro do MCCE, advogado critica postura de ministro em ação sobre financiamento de campanhas



Pedido de vistas de Gilmar Mendes prejudicou a campanha, avalia Nery



LUCAS RODRIGUES
DO MIDIAJUR

O advogado mato-grossense Vilson Nery, que integra o Movimento de Combate à Corrupção Eleitoral (MCCE), criticou a postura do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Gilmar Mendes, no que tange à ação que visa proibir o financiamento de empresas em campanhas eleitorais.

Proposta pela Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), a Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) foi levada a julgamento em abril do ano passado, mas teve a decisão adiada em razão do pedido de vistas de Gilmar Mendes, que ainda não devolveu o caso ao plenário.

Em entrevista ao site Brasil 247, o ministro afirmou que a ação da OAB seria uma manobra combinada com o PT “para criar outra forma de favorecimento e perpetuação no poder”. Para Vilson Nery, a “Toda decisão sempre é casuística, alguém vai se beneficiar e alguém vai se prejudicar. Agora, você não pode imaginar com antecedência quem será o contemplado” declaração de Gilmar Mendes “fere a inteligência mediana nacional”.

“Ele entendia que, com a proibição do financiamento de empresas, o PT teria alguma vantagem no processo. Mas é absurdo isso. Toda decisão sempre é casuística, alguém vai se beneficiar e alguém vai se prejudicar. Agora, você não pode imaginar com antecedência quem será o contemplado. Dizer que não vai decidir uma ação proposta daquele modo porque vai beneficiar esse ou aquele é um absurdo”, opinou.

Vilson Nery avaliou que o pedido de vistas de Gilmar Mendes, que teve a intenção de não interferir na eleição que estava em curso em 2014, acabou por prejudicar o processo eleitoral.

“Nós tivemos abuso de poder econômico não só no plano nacional, mas também nas eleições estaduais. E essas empreiteiras que estão envolvidas no Escândalo da Petrobrás e aqui em Mato Grosso na Operação Ararath, todas financiaram campanhas. Então a postura foi muito ruim, caminha contra aquilo que se espera do Poder Judiciário”, destacou.

O advogado também ponderou que, assim como fez o Superior Tribunal de Justiça (STJ), o STF deveria normatizar prazos para devolução de processos com pedidos de vistas.

“Este tipo de postura precisa ser disciplinada por regimento interno e até prever um tipo de imposição e sanção. A lei de ação popular diz que o juiz que não despachar dentro do prazo pode sofrer problema de punição, de não sair de férias, não ser promovido. Neste caso, além dele [Gilmar Mendes] atrasar a tramitação desse processo em particular, atrasa a resolução de uma ação de interesse público”, disse.

Entenda a ação

A OAB alega que as doações financeiras a partidos políticos realizadas por pessoas jurídicas violam os princípios constitucionais do Estado Democrático de Direito e da República, da cidadania, da igualdade e da proporcionalidade.

Ela sustenta que as pessoas jurídicas não têm relação com o exercício da cidadania, e que as doações por pessoas jurídicas permite cooptação do poder político pelo poder econômico, violando o direito à participação igualitária no processo eleitoral.

A entidade questiona o critério adotado para a definição do limite de valores das doações a serem efetuadas por particulares e aponta como injusta a regra que permite a utilização de recursos próprios pelos candidatos até o valor máximo de gastos fixado para seu partido.

Já se manifestaram favorável à proibição, na sessão ocorrida em abril, os seguintes ministros: o relator da ADI, Luiz Fux, o ex-presidente do Supremo, Joaquim Barbosa, José Antonio Dias Toffoli, Luís Roberto Barroso, Marco Aurélio e Ricardo Lewandowski. Os dois últimos se posicionaram dando parcial procedência ao pedido.

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CONFIRA O QUE O BRASIL 247 PUBLICOU SOBRE GILMAR MENDES E O FINANCIAMENTO DE CAMPANHAS ELEITORAIS


GILMAR NÃO LIBERA TÃO CEDO… 




 por Tereza Cruvinel, no Brasil 247*


Ministro diz que até o final do ano dará seu voto sobre financiamento das campanhas



Se depender do ministro Gilmar Mendes, o STF não concluirá este ano o julgamento da ação movida pela OAB que pede a proibição das doações de empresa  para  campanhas eleitorais.  O processo,  retido por ele há alguns meses com um pedido de vistas, é  objeto da campanha “libera, Gilmar” .  Ao 247, entretanto,  ele disse que não tem pressa e que até o final do ano apresentará seu voto.  Quatro ministros da corte já votaram favoravelmente.

Mendes argumenta que, embora o financiamento empresarial favoreça a corrupção, a ação da OAB faz parte de uma manobra combinada com o PT para criar outra forma de favorecimento e perpetuação no poder.  “Se proibirmos as as doações de empresas, ficarão permitidas as doações de pessoas físicas.  Neste país de roubalheira, os que mandam nas estatais e nos fundos públicos em geral vão desviar recursos e distribuir dinheiros a militantes para que façam doações como pessoas físicas. É isso que estão querendo. Mas até dezembro meu voto sai”, diz ele.

A seu lado, o ministro do STJ e do TSE Herman Benjamim, defensor do financiamento público de campanha,  sugere que ele faça logo um voto intermediário, estabelecendo algumas vedações  para as empresas. Além de um teto, a proibição de que façam doações aquelas que tenham negócios de certo vulto com o Estado, por exemplo.   Gilmar é reticente.  Ele não gosta da idéia do financiamento público sem mudança no sistema eleitoral e nem da proibição das doações privadas.  Ou seja,  para haver mudança neste sistema que infelicita a democracia brasileira, do STF não sairá nada tão cedo.. Depois, a tarefa de fazer a reforma política é mesmo do Congresso. Mas como nesta matéria os congressistas não querem nada, Dilma terá que se mexer, honrando a promessa de se empenhar pela reforma. Se ficar para o segundo semestre, não sai. Ano que vem tem eleição municipal, dirão os políticos da bancada da inércia.

*Tereza Cruvinel atua no jornalismo político desde 1980, com passagem por diferentes veículos. Entre 1986 e 2007, assinou a coluna “Panorama Político”, no Jornal O Globo, e foi comentarista da Globonews. Implantou a Empresa Brasil de Comunicação – EBC – e seu principal canal público, a TV Brasil, presidindo-a no período de 2007 a 2011. Encerrou o mandato e retornou ao colunismo político no Correio Braziliense (2012-2014). Atualmente, é comentarista da RedeTV e agora colunista associada ao Brasil 247.


Fonte pagina do EnocK 



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