segunda-feira, 23 de fevereiro de 2015

Ex-deputado divide cela com estuprador de menores e come marmitex


Na sua primeira noite na cadeia, Riva comeu a mesma refeição simples, dada a qualquer preso (arroz, feijão, proteína e salada) e dormiu sobre uma cama de concreto, sem ar-condicionado.
 



Por: GABRIEL SOARES 

Preso desde sábado (21), o ex-deputado José Riva está dividindo cela com o professor Estevão Galvão Rezende, 64 anos, acusado pelo estupro de sete adolescentes com idades entre 12 e 14 anos, em Cuiabá.

 Segundo o diretor do Centro de Custódia da Capital (CCC), Isaías Marques de Oliveira, o ex-parlamentar não tem televisão na cadeia, e por isso pode não ter conhecimento do teor da reportagem exibida na noite deste domingo (22), pelo Fantástico, que explorou os casos de corrupção do Estado. O ex-deputado figurou como o chefe de esquemas fraudulentos na Assembleia Legislativa.

Sem imunidade parlamentar ou privilégios, Riva é tratado como um cidadão comum. "Ele está sendo tratado como um preso qualquer, porque aos olhos da Justiça todas as pessoas são iguais", disse Isaías. 

REFEIÇÃO 

Na sua primeira noite na cadeia, Riva comeu a mesma refeição simples, dada a qualquer preso (arroz, feijão, proteína e salada) e dormiu sobre uma cama de concreto, sem ar-condicionado. 

Apesar do grande contraste com a vida fora da cela, Isaías disse que o ex-deputado está se comportando bem e manteve a tranquilidade. 

O ex-parlamentar esteve reunido com o seu advogado, Valber Melo, durante toda a manhã desta segunda-feira (23). Além do advogado, Riva não deverá receber outras visitas até quarta-feira (25), dia de visita. 

ENTENDA O CASO 

O ex-presidente da Assembleia Legislativa de Mato Grosso, José Riva (PSD), foi preso por volta das 14h30 deste sábado (21), em Cuiabá, por uma equipe do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco). A prisão é resultado da “Operação Imperador”, a primeira do ano, que investiga desvio de dinheiro público por meio licitações e pagamentos fraudulentos. 

A decisão para cumprir o mandado de prisão preventiva foi da juíza Selma Arruda, da Vara Especializada de Combate ao Crime Organizado. O ex-parlamentar foi preso em casa, fez exame de corpo delito no Instituto Médico Legal (IML) e foi encaminhado para o Centro de Custódia de Cuiabá. 

De acordo com o Gaeco, os fatos que culminaram na prisão do ex-parlamentar constam em denúncia criminal oferecida em dezembro, ao Poder Judiciário. Além dele, também foram denunciados Janete Riva e outras 14 pessoas. O grupo responde por crimes de formação de quadrilha e lavagem de dinheiro.