Senhores deputados federais de Mato Grosso. Apoiar incondicionalmente
o político Eduardo Cunha, acusado por dois delatores da Lava-Jato, e
que ainda ameaça testemunhas e desafetos políticos com CPI, não se
parece medida politicamente inteligente, e recomendada aos nossos
parlamentares. É o caminho mais curto para ser conhecido pela História como Caititu-Federal da República.
Eduardo Cunha,
e os mato-grossenses Ezequiel Fonseca, Fabio Garcia, Adilton
Sachetti, Nilson Leitão e Victorio Galli.
Os "caititus" do Cunha
Por Antonio Cavalcante filho e Vilson Nery
Por uma dessas razões que a própria razão diz não reconhecer, um
deputado estadual mato-grossense, ligado ao ex deputado Riva, afirmou
que os colegas de parlamento seguiam o “chefe” como um bando de
caititus. Deve ter se auto incluído na vara (coletivo do animal).
Como já nos ensinou o professor de Biologia, Caititu é um mamífero,
também conhecido como tateto, ou porco do mato. Tem pouca visão,
reconhece os demais pelo forte cheiro exalado por glândulas espalhadas
pelo corpo, e vive em bandos.
Mas os caititus de Mato Grosso se reconheciam pelas vantagens de
serem aliados de José Riva, ainda que na atualidade, acuado por
condenações e ameaça de prisão, o ex líder revela que “não fazia nada
sozinho” [sobre as acusações de práticas de delito] e que tinha auxílio
de 23 deputados [caititus?] para manusear o dinheiro público.
Pois bem.
Em Brasília, agora se revela que o presidente da câmara federal,
Eduardo Cosentino da Cunha, 57 anos, usou uma Comissão de Fiscalização
instituída pelo artigo 58 da Constituição Federal para pressionar
empresa fornecedora da Petrobrás. E que depois teria, pessoalmente,
exigido propina de pelo menos uns $ 5.000.000 (cinco milhões de dólares)
à mesma empresa, fato revelado em processo judicial.
O dito dirigente da “casa do povo”, que seria o presidente natural do
país no caso impedimento do presidente e vice-presidente (daí a
obsessão pelo impeachment), é investigado por inúmeras outras acusações
de práticas delituosas.
Mas se mantem no poder se gabando de liderar uma bancada de 200 “caititus”, que lhe devotam “obediência canina”.
Entre estes, votando religiosamente com o “líder” Eduardo Cunha,
estão os mato-grossenses Ezequiel Fonseca, Fabio Garcia, Adilton
Sachetti, Nilson Leitão e Victorio Galli. É o que revela o mapa de
votações do primeiro semestre.
O deputado federal Ezequiel, como se sabe, herdou o espólio eleitoral
e o “distrito” de Pedro Henry, mas não precisa repetir a triste
trajetória do aliado. O seu colega Fabio Garcia é membro da família
proprietária da empresa que “reformou” o aeroporto Marechal Rondon, e
cuida da demorada revitalização do Bairro do Porto e do Córrego Mané
Pinto, em Cuiabá. Mas precisa ser mais eficiente que as empresa da
família. Pelo menos na postura parlamentar.
O deputado Sachetti, diziam, não se daria bem na política, porque era
sério demais e por vezes mal-humorado. Tem tradição de coerência e não
pode ser conhecido como seguidor de quem pratica mal feitos. O colega
Nilson leitão, inquéritos no Supremo Tribunal Federal, e passeio com
algemas da Polícia Federal à parte, deve satisfação à sociedade quanto
ao apoio emprestado a Eduardo Cunha. Por fim, o pastor Vitório Galli
precisa criticar menos os homossexuais e programas de televisão,
repetindo a atuação do pastor Magno Malta, e se atentar para a sua
atuação congressual. Igreja é igreja, e política é objeto diverso.
Senhores deputados federais de Mato Grosso. Apoiar incondicionalmente
o político Eduardo Cunha, acusado por dois delatores da Lava-Jato, e
que ainda ameaça testemunhas e desafetos políticos com CPI, não se
parece medida politicamente inteligente, e recomendada aos nossos
parlamentares.
É o caminho mais curto para ser conhecido pela História como Caititu-Federal da República.
Antonio Cavalcante Filho e Vilson Nery são ativistas do Movimento de Combate à Corrupção Eleitoral – MCCE.
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