No facebook, Gilberto Maringoni publicou uma análise da manifestação de ontem em SP. Você pode lê-la abaixo.
Largo da Batata, SP
SÃO PAULO: O ATO EM SETE ATOS
O ato contra o ajuste fiscal e a direita e pela democracia, realizado
na noite desta quinta (20), em São Paulo, superou todas as expectativas
dos organizadores. Os motivos são os seguintes:
1. A própria coordenação da manifestação – que saiu do Largo da
Batata, em Pinheiros, e percorreu 5 quilômetros até o MASP – esperava um
público de 40 mil pessoas. Pois ainda em seu início, a Polícia Militar
avaliou os número de presentes em 60 mil.
2. O tom do ato foi nitidamente crítico ao governo, pela esquerda.
Como disse Guilherme Boulos, logo na abertura, “Viemos às ruas para
combater a direita. Não viemos defender nenhum governo, viemos denunciar
o ajuste fiscal!”.
3. A fala do líder do MTST pautou o evento. Nenhum dos oradores fez
defesa aberta do governo. Representantes de entidades marcadamente
próximas à administração federal – como a CUT, a Central dos
Trabalhadores do Brasil (CTB), ligada ao PCdoB, e o MST – decidiram
centrar fogo na política econômica e defender a democracia, sem se
comprometer com a conduta geral da gestão Dilma.
4. Havia uma profusão de bandeiras e símbolos do MTST, MST, CUT,
Intersindical, PSOL, PCdoB e PCO, este último guindado à súbita
notoriedade pelo apoio aos governos petistas. O notável é que quase não
havia estandartes do PT, embora muitos militantes vestissem a camisa do
partido.
5. Ao contrário do que falava uma ultraesquerda purista, o ato não
foi dominado pelo governismo. Ativistas do PT e pró-governo se adaptaram
a uma cena marcadamente crítica.
6. A unidade obtida em São Paulo não se replicou em outros estados.
No Rio, por exemplo, aconteceram duas manifestações, uma de oposição,
pela manhã, e outra governista à tarde. Nenhuma parece ter obtido grande
expressão.
7. A junção de parceiros tão díspares é um tento importante nesses
tempos de desalento. O feito pede agora um fio de continuidade. Ele pode
se dar através da constituição de uma frente orgânica de todos os
setores presentes no ato. Juntar setores dispersos para a luta contra o
giro ultraliberal do governo Dilma, o ajuste fiscal e a Agenda Brasil,
entre outros temas é tarefa que está caindo de madura.
Como dizia Antônio Maria, “A noite é grande e cabe todos nós”.
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