domingo, 6 de dezembro de 2015

Como Cunha ajudará a oposição a empurrar o impechment para 2016


Com o parecer pelo recesso, Cunha ainda paralisa, por 45 dias, os trabalhos do Conselho de Ética, onde será julgado por quebra de decoro parlamentar em função das denúncia da Operação Lava Jato.




Como Cunha ajudará a oposição a empurrar o impechment para 2016


Por Luis Nassif 

Jornal GGN - Na Folha de S. Paulo deste domingo (6), o plano de Eduardo Cunha (PMDB) para atender ao pedido da oposição ao governo Dilma Rousseff (PT) e deixar o impeachment para 2016, após as festas de fim de ano, quando a situação econômica deve se agravar e será mais fácil mobilizar movimentos de rua. Cunha já encomendou um parecer técnico à área técnica da Câmara para sustentar que o Congresso pode entrar em recesso no próximo dia 23, mesmo que não cumpra a prerrogativa de votar a LDO (Lei de Diretrizes Orçamentárias).

"Com isso", escreveu a Folha, "o trâmite do impeachment será suspenso possivelmente na fase limite para que Dilma apresente sua defesa – é impossível precisar a data, já que ela é definida em número de sessões da Câmara, que podem ou não ocorrer em todos os dias úteis."

"O governo federal, o PT e técnicos da Câmara, porém, afirmam que a Constituição é clara em dizer que 'a sessão legislativa não será interrompida sem a aprovação do projeto de lei de diretrizes orçamentárias'". A LDO ainda aguarda a convocação de uma sessão do Congresso para ser votada e o governo pode mobilizar a base aliada para obstruir a pauta e ganhar tempo para que o processo de impeachment não seja interrompido.

O cabo de guerra entre governo e oposição acontece porque cada uma das partes tem um entendimento diferente sobre qual o melhor momento para julgar o impeachment. Para o Planalto, é agora, para evitar que deputados da base mudem de ideia se houver pressão das ruas ou de prefeitos e governadores atingidos pela crise.

Já para a oposição, o impeachment de Dilma tem que fazer caminho inverso ao de Fernando Collor. “O impeachment do [ex-presidente Fernando] Collor foi diferente deste da presidenta Dilma. Enquanto o [desgaste] de Collor começou nas ruas e veio para o Congresso, o da Dilma começou no Congresso e agora precisa ir para as ruas”, analisou o líder do PSDB no Senado, Cássio Cunha Lima, segundo relatos da Agência Brasil.

Com o parecer pelo recesso, Cunha ainda paralisa, por 45 dias, os trabalhos do Conselho de Ética, onde será julgado por quebra de decoro parlamentar em função das denúncia da Operação Lava Jato.

Segundo a Folha, o PT e o governo aguardam a manobra de Cunha com o parecer para recorrer ao Supremo Tribunal Federal. Caberá à Corte, portanto, deliberar sobre o cronograma do impeachment.
Fonte GGN
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