Meu amigo, uma pesquisa comprada, em que mostra a rejeição de algumas figuras da política, a principal informação não foi observada: o povo não os quer, provavelmente uma minoria os elegerá e vamos continuar com crise de legitimidade.
O segundo recado vai para a Justiça Eleitoral: faça o seu trabalho! Senão o candidato nonono vai vencer a eleição!.
RD News
Por Antonio Cavalcante Filho
Durante uns 20 anos testemunhei alguns episódios repugnantes da repressão criminosa dos agentes da ditadura militar. Na época, pude ver, de perto, a determinação dos companheiros de luta na resistência contra aquilo que seria uma prévia do que hoje vivemos: a destruição da democracia participativa, a entrega das nossas riquezas aos abutres internacionais, o roubo descarado dos direitos dos trabalhadores, dos aposentados; enfim, toda uma carga de perversidades sendo atirada nos ombros dos nossos irmãos mais sofridos.
Esse é o legado que o decrépito PMDB de Temer, Jucá e Padilha deixará
ao povo brasileiro, para a desonra do autêntico MDB, de Wlisses
Guimarães, Alencar Furtado, Chico Pinto, Cristina Tavares e Fernando
Lira, apenas para citar alguns. Leio, incrédulo, que o usurpador que
tomou de assalto o país e seu bando mais próximo mudaram a sigla do
podre PMDB para MDB (Movimento Democrático Brasileiro). E mais
escabreado fico ainda com o cinismo do Carlos Bezerra comemorando
mudança da sigla para MDB: “Agora, o partido está pronto para retomar a
bandeira do desenvolvimento com justiça social”, declarou ele. Leio e
releio, mas me é muito difícil acreditar em tamanha desfaçatez.
Faltam dois dias para o Natal. Enquanto, insensíveis, assistimos, ao
desfilar da turba de mais de 15 milhões de desempregados pelo país
afora, comemoremos nos lambuzando em toda essa hipocrisia e muita
comilança, beberrança e ressaca natalina, para gáudio e maior delírio de
grandeza, de ambição, de opulência e de poder apoteótico dos golpistas
lesa-pátria, psicopatas e cleptocráticos de 2016.
Critiquei, outro dia, a nossa imprensa política, que divulga os “fake
news” (notícias falsas, mentirosas, revestidas de artifícios que
aparentam ser verdadeiras) dos políticos. E vi depois, que os políticos
estão fazendo churrascadas e convidando jornalistas para as
confraternizações de fim de ano, o que prova a falta de senso crítico de
alguns escribas. Num dia, o político é indiciado em uma ação criminal,
e, no dia seguinte, é “paparicado” por jornalistas.
Definitivamente, isso não vai contribuir para a melhora do Brasil, de Mato Grosso e de nossas cidades.
E dou mais um exemplo.
Saiu uma pesquisa eleitoral; sim, nas “barbas” da Justiça Eleitoral
estão fazendo pesquisas eleitorais fora de época, e depois de ter
“vazado” o nome do pagante, um jornal impresso resolve “assumir a
bronca”. O diretor do jornal é assessor do pagante. Mas a Justiça
Eleitoral, aquela “caríssima instituição” que permite a publicação de
outdoors de candidatos, que demora uma eternidade para julgar o crime da
ata (que fraudou a eleição no Senado Federal); aquela que jamais
condenou o José Riva em 20 anos de estripulias eleitorais e de
improbidade; aquela que perdoou o Silval Barbosa por ter utilizado a
Empaer na campanha eleitoral de 2010; bom, essa Justiça Eleitoral deve
passar a mão na cabeça do infrator nesse lance da pesquisa fora de época
e com contratação simulada.
Pois bem.
Mas me interessa os números da pesquisa, que foram ignorados pela
nossa imprensa. Somente reproduzo aqui a análise dos números que foram
publicados na mídia, porque, sem registro na Justiça Eleitoral como
manda a lei, fica impossível saber a íntegra dessas sondagens.
De acordo com a tal pesquisa, na eleição para o Governo de Mato
Grosso, em 2018, o candidato que lidera seria o senhor Pedro Taques, o
mais odiado pelos servidores, superando o seu amigão Júlio Campos na
maldade contra os trabalhadores.
Num cenário, Taques aparece com 22%, Jaime Campos com 18%, Procurador
Mauro, do PSOL, com 11%, e aquele que sonha em se aposentar com a grana
do TCE, Antônio Joaquim, com 4%. Mas os brancos e nulos chegam a 32% e a
quantidade de eleitores que não souberam ou não quiseram responder 13%.
Isso significa que ninguém quer esses caras no governo, mas o
jornalista político não entendeu que 46% detestam essa lista de
políticos que foi apresentada.
Em outro cenário, Taques teria 23% de intenção de votos, o prefeito
de obras inacabadas, Mauro Mendes, aparece com 15%, Procurador Mauro 13%
e Antônio Joaquim com 4%. A quantidade de brancos e nulos chega a 32% e
não responderam 12%.
De novo, 44% do povo, quase a metade, não querem ver esses políticos nem pintados de ouro.
E para a eleição do Senado Federal é o mesmo. Blairo Maggi, o amigão
da Friboi e do Michel Temer, teria 33% de preferência dos
mato-grossenses. Jaime Campos e Mauro Mendes teriam 23%, procurador
Mauro aparece com 13%, e Nilson Leitão com 9%. A candidata Maria Lúcia
(PCdoB), José Medeiros e Antônio Joaquim têm 5% cada um. O deputado
federal Adilton Sachetti tem 4% e Carlos Fávaro possui 3%.
Mas os brancos e nulos alcançaram 19% e um percentual de 12% não
souberam ou não quiseram responder. Isso quer dizer que, 31% dos
eleitores formam uma maioria que não votaria nessas opões apresentadas.
As opções não empolgam, o voto nulo e a abstenção deverão vencer com
folga a eleição para governador e senador em 2018.
Dois recados. O primeiro dirijo ao analista, para que aprecie os
números com toda a sua inteireza e não se engane e não engane ninguém, a
maioria das pessoas não se empolga com as opções apresentadas. É desejo
de todos nós que as pessoas façam as melhores escolhas, e há gente
competente em todo o lugar. Professores que dirigem escolas bastante
complexas que poderiam estar na política, pastores e padres que fazem
trabalhos excepcionais com pessoas em situação de rua. Há engenheiros,
médicos e advogados que são muito bons em suas profissões, e que
poderiam estar se doando politicamente. E falo também das lideranças
populares, dos líderes de bairros, dos assentamentos e das comunidades
tradicionais. Soube que alguns indígenas querem participar da eleição.
Mas, se a imprensa corporativa continuar a “acender velas” para
defunto morto, prestigiar políticos que apostam no trabalho escravo e
que desejam o pior para a população, nada do que está errado vai mudar
para melhor. Meu amigo, uma pesquisa comprada, em que mostra a rejeição
de algumas figuras da política, a principal informação não foi
observada: o povo não os quer, provavelmente uma minoria os elegerá e
vamos continuar com crise de legitimidade.
O segundo recado vai para a Justiça Eleitoral: faça o seu trabalho! Senão o candidato nonono vai vencer a eleição!.
Antonio Cavalcante Filho, o Ceará, é sindicalista e
escreve neste espaço às sextas-feiras - E-mail:
antoniocavalcantefilho@outlook.com
Fonte RD News