quinta-feira, 28 de dezembro de 2017

O CANDIDATO NONONO


Meu amigo, uma pesquisa comprada, em que mostra a rejeição de algumas figuras da política, a principal informação não foi observada: o povo não os quer, provavelmente uma minoria os elegerá e vamos continuar com crise de legitimidade. O segundo recado vai para a Justiça Eleitoral: faça o seu trabalho! Senão o candidato nonono vai vencer a eleição!


RD News

Por Antonio Cavalcante Filho


Durante uns 20 anos testemunhei alguns episódios repugnantes da repressão criminosa dos agentes da ditadura militar. Na época, pude ver, de perto, a determinação dos companheiros de luta na resistência contra aquilo que seria uma prévia do que hoje vivemos: a destruição da democracia participativa, a entrega das nossas riquezas aos abutres internacionais, o roubo descarado dos direitos dos trabalhadores, dos aposentados; enfim, toda uma carga de perversidades sendo atirada nos ombros dos nossos irmãos mais sofridos.

Esse é o legado que o decrépito PMDB de Temer, Jucá e Padilha deixará ao povo brasileiro, para a desonra do autêntico MDB, de Wlisses Guimarães, Alencar Furtado, Chico Pinto, Cristina Tavares e Fernando Lira, apenas para citar alguns. Leio, incrédulo, que o usurpador que tomou de assalto o país e seu bando mais próximo mudaram a sigla do podre PMDB para MDB (Movimento Democrático Brasileiro). E mais escabreado fico ainda com o cinismo do Carlos Bezerra comemorando mudança da sigla para MDB: “Agora, o partido está pronto para retomar a bandeira do desenvolvimento com justiça social”, declarou ele. Leio e releio, mas me é muito difícil acreditar em tamanha desfaçatez.

Faltam dois dias para o Natal. Enquanto, insensíveis, assistimos, ao desfilar da turba de mais de 15 milhões de desempregados pelo país afora, comemoremos nos lambuzando em toda essa hipocrisia e muita comilança, beberrança e ressaca natalina, para gáudio e maior delírio de grandeza, de ambição, de opulência e de poder apoteótico dos golpistas lesa-pátria, psicopatas e cleptocráticos de 2016.

Critiquei, outro dia, a nossa imprensa política, que divulga os “fake news” (notícias falsas, mentirosas, revestidas de artifícios que aparentam ser verdadeiras) dos políticos. E vi depois, que os políticos estão fazendo churrascadas e convidando jornalistas para as confraternizações de fim de ano, o que prova a falta de senso crítico de alguns escribas. Num dia, o político é indiciado em uma ação criminal, e, no dia seguinte, é “paparicado” por jornalistas.

Definitivamente, isso não vai contribuir para a melhora do Brasil, de Mato Grosso e de nossas cidades.

E dou mais um exemplo.

Saiu uma pesquisa eleitoral; sim, nas “barbas” da Justiça Eleitoral estão fazendo pesquisas eleitorais fora de época, e depois de ter “vazado” o nome do pagante, um jornal impresso resolve “assumir a bronca”. O diretor do jornal é assessor do pagante. Mas a Justiça Eleitoral, aquela “caríssima instituição” que permite a publicação de outdoors de candidatos, que demora uma eternidade para julgar o crime da ata (que fraudou a eleição no Senado Federal); aquela que jamais condenou o José Riva em 20 anos de estripulias eleitorais e de improbidade; aquela que perdoou o Silval Barbosa por ter utilizado a Empaer na campanha eleitoral de 2010; bom, essa Justiça Eleitoral deve passar a mão na cabeça do infrator nesse lance da pesquisa fora de época e com contratação simulada.

Pois bem.

Mas me interessa os números da pesquisa, que foram ignorados pela nossa imprensa. Somente reproduzo aqui a análise dos números que foram publicados na mídia, porque, sem registro na Justiça Eleitoral como manda a lei, fica impossível saber a íntegra dessas sondagens.

De acordo com a tal pesquisa, na eleição para o Governo de Mato Grosso, em 2018, o candidato que lidera seria o senhor Pedro Taques, o mais odiado pelos servidores, superando o seu amigão Júlio Campos na maldade contra os trabalhadores.

Num cenário, Taques aparece com 22%, Jaime Campos com 18%, Procurador Mauro, do PSOL, com 11%, e aquele que sonha em se aposentar com a grana do TCE, Antônio Joaquim, com 4%. Mas os brancos e nulos chegam a 32% e a quantidade de eleitores que não souberam ou não quiseram responder 13%. Isso significa que ninguém quer esses caras no governo, mas o jornalista político não entendeu que 46% detestam essa lista de políticos que foi apresentada.

Em outro cenário, Taques teria 23% de intenção de votos, o prefeito de obras inacabadas, Mauro Mendes, aparece com 15%, Procurador Mauro 13% e Antônio Joaquim com 4%. A quantidade de brancos e nulos chega a 32% e não responderam 12%.

De novo, 44% do povo, quase a metade, não querem ver esses políticos nem pintados de ouro.

E para a eleição do Senado Federal é o mesmo. Blairo Maggi, o amigão da Friboi e do Michel Temer, teria 33% de preferência dos mato-grossenses. Jaime Campos e Mauro Mendes teriam 23%, procurador Mauro aparece com 13%, e Nilson Leitão com 9%. A candidata Maria Lúcia (PCdoB), José Medeiros e Antônio Joaquim têm 5% cada um. O deputado federal Adilton Sachetti tem 4% e Carlos Fávaro possui 3%.

Mas os brancos e nulos alcançaram 19% e um percentual de 12% não souberam ou não quiseram responder. Isso quer dizer que, 31% dos eleitores formam uma maioria que não votaria nessas opões apresentadas. As opções não empolgam, o voto nulo e a abstenção deverão vencer com folga a eleição para governador e senador em 2018.

Dois recados. O primeiro dirijo ao analista, para que aprecie os números com toda a sua inteireza e não se engane e não engane ninguém, a maioria das pessoas não se empolga com as opções apresentadas. É desejo de todos nós que as pessoas façam as melhores escolhas, e há gente competente em todo o lugar. Professores que dirigem escolas bastante complexas que poderiam estar na política, pastores e padres que fazem trabalhos excepcionais com pessoas em situação de rua. Há engenheiros, médicos e advogados que são muito bons em suas profissões, e que poderiam estar se doando politicamente. E falo também das lideranças populares, dos líderes de bairros, dos assentamentos e das comunidades tradicionais. Soube que alguns indígenas querem participar da eleição.

Mas, se a imprensa corporativa continuar a “acender velas” para defunto morto, prestigiar políticos que apostam no trabalho escravo e que desejam o pior para a população, nada do que está errado vai mudar para melhor. Meu amigo, uma pesquisa comprada, em que mostra a rejeição de algumas figuras da política, a principal informação não foi observada: o povo não os quer, provavelmente uma minoria os elegerá e vamos continuar com crise de legitimidade.

O segundo recado vai para a Justiça Eleitoral: faça o seu trabalho! Senão o candidato nonono vai vencer a eleição!.

Antonio Cavalcante Filho, o Ceará, é sindicalista e escreve neste espaço às sextas-feiras - E-mail: antoniocavalcantefilho@outlook.com

Fonte RD News