Além dos casos registrados no Paraná, o CAAD também vai relatar outros incidentes ocorrendo em Santa Catarina e o Rio Grande do Sul. O pedido é que o Ministério Público do Paraná encaminhe as denúncias para os Estados vizinhos. A notícia crime identificou 29 suspeitos.
Por Júlia Dolce e Ednubia Ghisi
O Ministério Público do Paraná acatou, na manhã desta quarta-feira
(28), uma representação do Coletivo de Advogados e Advogadas pela
Democracia (CAAD), que denuncia dez suspeitos do atentado contra o
ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, ocorrido na tarde de ontem
(27).
De acordo com o procurador de justiça do Paraná, Olympio Sotto Maior
Neto, o atentado, três tiros dados contra dois dos ônibus da Caravana,
foi uma "barbárie inaceitável". "Estamos diante de uma situação clara
onde não há apenas falta de civilidade, mas há prática de crimes. A
apologia e incitação a prática de crimes, e ações concretas que culminam
até em uma prática de homicídio. O Ministério Público tem o dever legal
de apurar, de fazer a investigação e buscar a punição dos culpados. A
matéria será encaminhada imediatamente à procuradoria geral", afirmou o
promotor.
O documento, representado pelos advogados Ivete Caribé da Rocha, José
Carlos Portella Junior e Tânia Mara Mandarino, traz as denúncias
enviadas anonimamente por cidadãos para o CAAD até a segunda-feira (26).
De acordo com a advogada Tânia Mandarino, o coletivo recebeu mais de
cem emails com denúncias. Parte delas trazem prints de conversas no Whatsapp dos
grupos "Caravana Contra Lula 26/03" e "Foz contra Lula 26/03", nos
quais integrantes afirmam a intenção de trocar os ovos e pedras, que
vinham sido atirados contra a Caravana desde seu início, por tiros de
munição letal.
"Gente, vamos trocar os ovos por bala de borracha e munição letal,
que vai ser bem mais eficaz", diz um dos integrantes do grupo Caravana
Contra Lula 26/03, em uma mensagem enviada às 9h50 da segunda-feira
(26). "Gosto da ideia, seria o primeiro a atirar, mas aí nós seríamos os
vilões", responde outro integrante.
Posteriormente, acontece o seguinte diálogo:
— "Vou para o Paraguai comprar um fuzil, é o único jeito kkkkk".
— "Vai na loja de arma, compra um puma 38 ou 44, é mais fácil do que você imagina".
— "Aí é só se posicionar do outro lado do rio e mandar uma bala certa".
Horas depois, às 23h38, um outro integrante enviou a seguinte mensagem: Tem que meter bala, aproveita que tá de noite, mirar nos pneus, motor e Bala". Paralelamente, no grupo "Foz contra Lula 26/03", às 10h53 da mesma segunda-feira, um integrante do grupo mandou a mensagem "Onde arruma esses miguelitos?". Um segundo integrante respondeu: "Não vamos dar chance nem deles descerem do ônibus".
Os miguelitos são uma espécie de cruz feita com pregos, e foram justamente utilizados para furar os pneus dos ônibus das Caravanas ontem, como parte da emboscada.
— "Vou para o Paraguai comprar um fuzil, é o único jeito kkkkk".
— "Vai na loja de arma, compra um puma 38 ou 44, é mais fácil do que você imagina".
— "Aí é só se posicionar do outro lado do rio e mandar uma bala certa".
Horas depois, às 23h38, um outro integrante enviou a seguinte mensagem: Tem que meter bala, aproveita que tá de noite, mirar nos pneus, motor e Bala". Paralelamente, no grupo "Foz contra Lula 26/03", às 10h53 da mesma segunda-feira, um integrante do grupo mandou a mensagem "Onde arruma esses miguelitos?". Um segundo integrante respondeu: "Não vamos dar chance nem deles descerem do ônibus".
Os miguelitos são uma espécie de cruz feita com pregos, e foram justamente utilizados para furar os pneus dos ônibus das Caravanas ontem, como parte da emboscada.
O coletivo solicitou ao Ministério Público que o atentado seja
considerado crime federal e pediu a prisão preventiva dos suspeitos,
principalmente de um deles que possui diversas armas regularizadas e
participa de movimentos de extrema direita. “Na denúncia, um suspeito é
considerado de grande perigo, pois tem porte de armas e seria ligado ao
MBL. Estamos considerando esse grupo como é formação de quadrilha, pois
eles planejavam um atentado contra a caravana”, alerta Tânia Mandarino.
Além dos casos registrados no Paraná, o CAAD também vai relatar
outros incidentes ocorrendo em Santa Catarina e o Rio Grande do Sul. O
pedido é que o Ministério Público do Paraná encaminhe as denúncias para
os Estados vizinhos. A notícia crime identificou 29 suspeitos.
A Caravana segue seu percurso e termina hoje com um ato político na Praça Santos Andrade, no centro de Curitiba (PR).
Abaixo, os prints que constam na denúncia.
Fonte Brasil de Fato