Lá, em Minas Gerais, até mesmo o líder do Taques, aquele que foi gravado pedindo R$ 2 milhões em propina ao empresário Joesley Batista e que abonou sua filiação no PSDB, o arrastando para a aventura golpista do Temer e Cunha, o “Mineirinho” que disse: “Tem que ser um que a gente mata ele antes de fazer delação”, já desistiu da sua reeleição ao Senado. Aqui, em Mato Grosso, no caso de Taques, ninguém mais quer sua companhia, nem o vento bate nas suas costas. Por que então ele não segue o exemplo do seu amigo e padrinho político, Aécio Neves?
Por Antonio Cavalcante Filho
É notável, pelas notícias e notas veiculadas na blogosfera, que o senhor Pedro Taques vem sofrendo perda de apoios consideráveis jamais visto em nenhum outro governo. As críticas à sua desastrosa gestão se avolumam dia a dia num processo gradualmente acelerado. Até mesmo os ditos aliados de primeira hora, apavorados, já fogem do governador como o diabo corre da cruz.
É notável, pelas notícias e notas veiculadas na blogosfera, que o senhor Pedro Taques vem sofrendo perda de apoios consideráveis jamais visto em nenhum outro governo. As críticas à sua desastrosa gestão se avolumam dia a dia num processo gradualmente acelerado. Até mesmo os ditos aliados de primeira hora, apavorados, já fogem do governador como o diabo corre da cruz.
Dada a qualidade dos apoios que celebrou para chegar ao poder, e nele
se manter, é natural a debandada. Até mesmo o ex-governador direitista,
Júlio Campos, do DEM, também conhecido como Julinho Bereré, falou que o
tucano não ouve ninguém e é “teimoso demais", afirmando assim a saída
dos Democratas da base aliada do governo.
As críticas mais recentes dos aliados ou ex-aliados mostram que
Taques teria sido infeliz na escolha de seus assessores técnicos, que ao
tomar o espaço dos políticos teriam sido a causa da derrocada do
governador. Mas, será verdade, ou apenas desculpas esfarrapadas para
abandonarem a canoa furada do Pedro?
Não creio que foram os técnicos que satanizaram o governo Taques, e
sim, ele próprio e as pessoas de sua mais íntima esfera é que são
culpadas pela sua desastrosa administração. Ele mesmo tropeçava todos os
dias na sua soberba, prepotência e deselegância, inclusive para tratar
pessoas de seu círculo pessoal.
Desde janeiro de 2015, logo após a sua posse, não passou um dia
sequer sem que ele, o “Rei Sol”, ou o “Rei Luís XIV Pantaneiro”, como
também é conhecido, apresentasse uma arrogância incomum, uma postura que
só se justificaria se ele fosse um cara sabido em todas as coisas ... e
ele não é, ainda que se acredite que seja!
A falta de renovação dos quadros políticos no governo é outro grande
problema que a população, principalmente os mais jovens, percebem ao
observar o nível de gestores como Taques, Silval, Maggi, Bezerra e Jaime
(só para citar alguns que estão de olho no trono). Isso fatalmente
levará à fuga de um grande número de cidadãos do palco da política.
Ao receber o governo em 2015, Pedro Taques vinha com o histórico e
discurso de quem tinha prendido o Comendador Arcanjo, e que agora, no
governo, iria agir por dentro, e acabar com a corrupção e a lesão que
bandidos da política geram contra o erário. Porém, chama para o seu lado
a turminha do PSDB, tendo Wilson Santos, Maluf e Leitão na linha de
frente. A eles, entregou a secretaria de Educação, e o estrago não
demorou para ser conhecido.
Numa operação que até agora não foi explicada, nem mesmo pela juíza
que deixou o tesoureiro de Taques, Alan Maouf (apontado pela imprensa
nacional como o seu operador do caixa 2), fora da tranca porque “era
melhor assim”, e nem por Taques e seus aliados. Não se sabe até agora
como um grupo de pessoas nomeadas pelo governador em cargos-chave
(portanto não são servidores técnicos), aliadas a deputados, conseguiram
dar um rombo de R$ 56 milhões em poucos meses.
Ou alguém aí já sabe se o PSDB, cujo presidente chegou a ser preso e
está usando uma “Pulseira do Bem” (tornozeleira eletrônica) explicou
para a sociedade como foi que isso aconteceu, e quem irá reparar o
prejuízo aos nossos alunos, alguns inclusive sem acesso à merenda,
porque os políticos roubaram.
Tem o lance do uso da Casa Civil para realizar a “grampolândia” pelo
primo de Taques, que chegou a ir em cana também, um advogado que a OAB
insiste em manter em seus quadros (pau que bate em Chico ...). Esse
escândalo envolve espionagem, uso de recursos e funcionários públicos
para fins privados, ameaças a juízes ... e a denúncia foi feita pelo
próprio então secretário de Segurança de Taques, servidor de carreira do
Ministério Público.
Tem ainda aquela secretaria de combate à corrupção, que parecia mais
um cabide de empregos para políticos derrotados. Nela, tinha uma senhora
que usava o Facebook como diário oficial, publicando suas mirabolantes
“decisões”. Hoje, ela usa o mesmo instrumento para criticar o Pedro
Taques.
E tem o VLT, uma das principais promessas de campanha do candidato
Pedro Taques, em 2014, para a baixada cuiabana, que, em seu governo,
gerou muito mais despesas com consultorias e bravatas seguidas, mas que
não saiu do papel, ao contrário. O VLT foi um sonho que foi soterrado
por Pedro Taques, por absoluta incompetência.
Hoje, o ex-secretário que era responsável para pôr o “trem nos
trilhos”, deputado Wilson Santos, é o único a profetizar que Taques será
novamente o próximo governador. Mas, como podemos crê em uma profecia
de um falso profeta que não foi capaz de prever nem mesmo a sua própria
derrota para prefeito de Cuiabá na última eleição?
Eu poderia falar dos consignados, da empresa que surrupiava os
servidores, mas que tinha ótimas relações com pessoas da gestão,
naturalmente ocupante de cargos políticos. Basta lembrar da lista de
deputados que, no passado, foram tratados pelo apelido de “braço
político do crime organizado”, mas que agora participam de convescotes
com o governador.
Eu gostaria imensamente de repetir que “desvoto” o voto de confiança
que depositei no Taques em 2014, e pedir desculpas aos meus amigos que
eventualmente foram iludidos pela minha opção. Mas, quero também pedir
ao governador que pare de fazer terrorismo com os trabalhadores. Todo
mês é uma ladainha sobre o pagamento de salários, e isso colabora
imensamente para o descontrole das economias dos servidores estaduais.
É desumano o que Pedro Taques faz: revogou o RGA, que é a simples
reposição aos salários dos valores equivalentes das perdas da inflação.
Depois, disse que tinha que acabar com os aumentos via teto de gastos.
Mudou a Constituição para isso, violou direito dos trabalhadores. E faz
troça todo mês, ameaçando não pagar salário.
Lá, em Minas Gerais, até mesmo o líder do Taques, aquele que foi
gravado pedindo R$ 2 milhões em propina ao empresário Joesley Batista e
que abonou sua filiação no PSDB, o arrastando para a aventura golpista
do Temer e Cunha, o “Mineirinho” que disse: “Tem que ser um que a gente
mata ele antes de fazer delação”, já desistiu da sua reeleição ao
Senado.
Aqui, em Mato Grosso, no caso de Taques, ninguém mais quer sua
companhia, nem o vento bate nas suas costas. Por que então ele não segue
o exemplo do seu amigo e padrinho político, Aécio Neves?
Antonio Cavalcante Filho, o Ceará, é sindicalista e
escreve neste espaço às sextas-feiras - E-mail:
antoniocavalcantefilho@outlook.com
Fonte RD News