O programa de “gestão” de Michel Temer, por exemplo, que usurpou o poder, destruiu as indústrias, o emprego, o sistema jurídico, endividou o Brasil e, em dois anos, provocou retrocessos e destruição sem precedentes no país, foi inspirado no receituário neoliberal e antidemocrático dos tucanos.
Por Antonio Cavalcante Filho
Sabemos que, para a maioria da população, as nossas instituições se esfarinharam; que as nossas riquezas estão sendo dilapidadas, aviltadas e entregues a preços de banana à sanha da exploração imperialista. É uma verdade nua e crua; que quadrilhas dominam os espaços de decisão nas mais altas esferas do poder, só não vê quem não quer; que uma silenciosa diáspora de brasileiros vem sendo submetida (em adultos e crianças) a violências e toda sorte de humilhações nas fronteiras dos países endinheirados, é uma vergonhosa realidade.
Sabemos que, para a maioria da população, as nossas instituições se esfarinharam; que as nossas riquezas estão sendo dilapidadas, aviltadas e entregues a preços de banana à sanha da exploração imperialista. É uma verdade nua e crua; que quadrilhas dominam os espaços de decisão nas mais altas esferas do poder, só não vê quem não quer; que uma silenciosa diáspora de brasileiros vem sendo submetida (em adultos e crianças) a violências e toda sorte de humilhações nas fronteiras dos países endinheirados, é uma vergonhosa realidade.
E tudo isso ocorre com o silêncio covarde e cúmplice de setores da
grande mídia corporativa, do empresariado, de altos servidores públicos e
da políticalha, que fomentaram o golpe de 2016, abrindo os portões do
inferno para o povo brasileiro.
É preciso dizer aos fascistoides bolsomínions do impitimismo que
foram às ruas gritar o “Fora Dilma”, “Intervenção Militar Já”, e, agora,
para presidente apoiam o deputado Jair Bolsonaro, ou outro golpista
qualquer, que ao contrário do que eles pensam, o que o Brasil precisa é
de mais democracia.
Só para dá um exemplo, na eleição extemporânea no Estado do Tocantins
realizada este ano, no primeiro turno, quase 50% dos eleitores deixaram
de comparecer às urnas. No segundo turno, a falta de interesse se
repetiu, e o “governador tampão”, com mandato de 6 meses, obteve votação
inferior ao número de abstenções, votos brancos e nulos.
Isso é muito grave. Significa que uma luz vermelha se acendeu para a “democracia” brasileira!
Mesmo entendendo que esse “nosso” modelo de “democracia”, a
democracia burguesa, seja como dizem o pior regime de governo, depois de
todos os outros, o que precisamos não é de intervenção militar ou de
nenhuma forma de ditaduras como pretendem os coxinhas nazi-doidos.
A saída para a crise política, econômica e social que atravessamos
passa necessariamente pela mais ampla participação popular na discussão,
debate, e votação das mudanças que o país precisa. É exatamente no
déficit da democracia que está o “x” da questão.
Neste quadro, é deprimente ver a atuação da “classe política” e suas
agremiações partidárias, que fazem de contas viverem em um mundo
paralelo, uma espécie de “Nárnia”, bem desplugada dos interesses
coletivos, do bem comum e muito mais ainda dos dramas e sofrimentos
pessoais daqueles que cabem a eles bem representar.
Isso se registra em todo o país, e, em Mato Grosso, não é diferente.
Nos últimos 37 anos, testemunhei por aqui entidades partidárias
transformadas em cartórios de interesses privados, onde não há
democracia interna, mas apenas agremiações que vedam a renovação dos
seus quadros e que reduzem seus filiados e povo, a meros objetos para a
obtenção de votos, sem direitos, sonhos e esperanças. São simplesmente
máquinas de moer gente, fazendo dos cidadãos massa de manobra e não
agente protagonista da sua própria história.
Para governar Mato Grosso, se movimenta novamente o atual gestor José
Pedro Taques, que veio, segundo ele, para acabar com o “braço político
do crime organizado”, mas no governo fez “amizade” com essa “longa
manus”. Alguns de seus parentes (inclusive o que ocupou a chefia da Casa
Civil), já estão trancafiados no presídio, e mesmo tendo feito uma
péssima gestão, não quer, de jeito nenhum, “largar o osso”!
Concorrendo com Taques vem seu ex-aliado Mauro Mendes, que tem em sua
biografia a entrega da prefeitura a assessores, que faziam as vezes de
prefeito, enquanto ele tentava salvar suas empresas. Este também teve
alguns parceiros comerciais na prisão (Eike batista entre eles).
Durante o seu mandato de prefeito, a desculpa para não fazer nada era
de que as obras da Copa atrapalhavam. Então, achou por bem encher as
ruas da Capital com os pardais, as máquinas arrecadadoras de multas. E,
agora, parece que quer aplicar essa “rica” experiência na gestão
estadual.
Falam também no nome de Wellington Fagundes para governar Mato
Grosso, mas se esquecem dos inúmeros inquéritos que ele foi citado e de
sua relação com empresas e políticos alvos de ações policiais. Não
podemos esquecer que parte do grupo que o acompanha estava até bem pouco
tempo na companhia de figuras carimbadas como Silval, Riva e Maggi.
Os partidos políticos não renovam seus quadros de militantes nem de
dirigentes. Alguns deles, há décadas, são os mesmos que vêm se revezando
no “jogo do poder”, hora em um partido, hora em outro. Com isso, cada
ano que passa vem aumentando o fosso de distanciamento entre o desejo
dos cidadãos e as práticas políticas das ditas “lideranças”.
Neste sentido, qual a diferença entre o esquerdista PSOL (Partido do
Socialismo e Liberdade) em Mato Grosso, que tem o Mauro Cesar Lara
(Procurador Mauro) e sua família na direção partidária desde sempre, e
os “coronéis” direitistas Júlio e Jaime Campos, do DEM, ou o Bezerra, do
MDB?
Respondo: nenhuma! O procurador Mauro só movimenta a sua “máquina
partidária” na antevéspera do pleito eleitoral, sem programas de
filiações, sem debates e sem nenhuma produção de estudos sobre os
inúmeros problemas do nosso estado. Na prática, é como se vedasse o
ingresso de novos filiados que poderiam contribuir com o crescimento e a
oxigenação do partido, ficando assim o PSOL a mercê da vontade de seu
“dono” no estado.
O MDB do Carlos Bezerra, que a nível nacional pariu esses excrementos
da politicalha nacional, Michel Temer e Eduardo Cunha, e, em Mato
Grosso, o mega delatado Silval Barbosa, o mantém na presidência do
partido a vida inteira, e ninguém sobrevive neste espaço privado se
ousar contrariar o seu “coronel”.
O PSDB é outro exemplo pronto e acabado de como os partidos políticos
sem oxigenação, sem se renovarem, sem ouvirem os anseios populares, os
clamores das ruas se derretem na submissão ao cupulismo, tornando-se
inúteis peças de museu sem vínculos nenhum com as práticas democráticas.
O programa de “gestão” de Michel Temer, por exemplo, que usurpou o
poder, destruiu as indústrias, o emprego, o sistema jurídico, endividou o
Brasil e, em dois anos, provocou retrocessos e destruição sem
precedentes no país, foi inspirado no receituário neoliberal e
antidemocrático dos tucanos.
O quadro político em Mato Grosso é mesmo deprimente. O mesmo PT que a
nível nacional foi derrubado do poder por uma corja de politiqueiros
fisiológicos, carreiristas, lesa-pátria e anti-povo, aqui no estado tem
flertado com os mesmos autores da fraude do impeachment. É um partido
que não se renova e oxalá que este ano não esteja no mesmo palanque lado
a lado com os seus algozes.
Desta forma, como convencer a população mato-grossense, o cidadão comum de que há diferenças entre políticos e partidos?
E notam-se que aqui nem tocamos nas inúmeras siglas de aluguel, os
“partidinhos nanicos”, os “trampolins móveis” que servem unicamente para
guindar ao poder pessoas sem programas nem princípios.
Diante de tudo isso, só resta aos eleitores conscientes votarem em
candidatos e partidos que não tenham nenhum vínculo com os golpistas e
que venham contribuir com a reconstrução das relações democráticas
destruídas pelo golpe.
Essas escolhas devem obedecer a alguns critérios. O primeiro deles é
como o candidato e seu partido se comportaram em relação à reforma
trabalhista, a entrega das nossas riquezas às multinacionais, as mamatas
de juízes e desembargadores e aos rios de dinheiro que são desviados
para as empreiteiras.
Questionem aos candidatos o que acham dos milionários pagamentos às
emissoras de rádios, televisão, jornais, revistas e portais de notícias,
para acobertarem criminosos e os tratarem de “doutores” e excelências”.
Como se vê, o nosso problema não se trata de excesso de democracia como imaginam os coxinhas midiotas, mas sim de déficit.
Antonio Cavalcante Filho, o Ceará, é sindicalista e
escreve neste espaço às sextas-feiras - E-mail:
antoniocavalcantefilho@outlook.com
Fonte RD News