segunda-feira, 6 de agosto de 2018

O IMPÉRIO DAS NOTÍCIAS FALSAS E A ELEIÇÃO


O golpe apoiado pela grande mídia foi um tiro no próprio pé dos lesa-pátria inimigos da democracia. Tanto é que, quanto mais eles batem no Lula, mais desabam no fosso do descrédito. Se por um lado eles caem, por outro, o ex-presidente cresce. Lá em casa, há tempos que não assistimos TVs, rádios ou lemos qualquer uma das produções manipuladoras desses órgãos de desinformação. Porém, o potencial dessa gente de prejudicar o Brasil e fazer maldades contra o nosso povo continua enorme! 





Por Antonio Cavalcante Filho 


Com a proximidade das eleições, e tendo em vista a importância que possui a comunicação no convencimento das pessoas, o tema das notícias falsas, ou “fake news”, cria tipicamente do pós-verdade (ou mentira qualificada), se torna central no debate. Nas escolas e nas ruas, o assunto já desperta grande interesse, mas ainda impera infelizmente a enganação, a mentira, a fraude, a inautenticidade e a perfídia.
 
A maior produtora propagadora de fake news, as “Organizações Globogolpe” de televisão, rádios, jornais, sites e revistas estão posando de “fiscais das notícias falsas”. O fato seria risível se fosse um esquete no programa eleitoral televisivo do deputado Tiririca, aquele que disse que não seria mais candidato (mas continua sendo), que a Câmara é uma fábrica de loucos e que não sabia o que faz um deputado federal (mas votou com os golpistas), que a política não pode ficar pior etc (mas votou a favor da PEC que congela investimentos em saúde e educação por 20 anos e a favor da entrega do pré-sal às multinacionais).

Acredite quem quiser, a maior empresa golpista do país diz que montou uma força tarefa, composta por alguns de seus mais fiéis empregados, com vistas a identificar, denunciar e combater as fake news. Mas isso é mentira ou mais uma encenação de entretimento e enganação como aquelas novelinhas das sete.

Quem não lembra como eram os noticiários da Rede Globo e seus satélites em 2014, exatamente no momento em que se discutiam as eleições gerais para presidente, governadores e parlamentos?

Naquele ano, a gasolina custava R$ 2,60 o litro, contra os atuais R$ 4,60, mas os noticiários com as fake news mostravam pessoas reclamando do preço dos combustíveis, e como isso impactava na economia das famílias brasileiras.

Na época, o regime de terror era tão grande que até o preço do gás de cozinha, que custava uns R$ 35,00 (diferente dos atuais R$ 100 reais), era motivo para destratar o governo Dilma, que buscava a reeleição.

As organizações “Globogolpe”, e outras corporações midiáticas do tipo Folha de São Paulo, Estadão, Revistas IstoÉ e Veja, as concessões de televisão dos irmãos Saad e do Sílvio Santos, se enquadram também na categoria de grandes produtoras e propagadoras de fake news.

Após quase quatro anos, depois dos golpistas causarem enorme estrago no Brasil e na vida dos brasileiros, finalmente o assunto da veracidade das informações começa a despertar a atenção das pessoas.

Outro dia, eu tive a comprovação de como as fake news produzidas pelas grandes corporações de mídia se propagam com tanta facilidade, e constatei como essa gente “faz a cabeça” das pessoas nos mais distantes rincões e nas mais diferentes situações.

Pego aqui um singelo exemplo da Copa do Mundo, que há muito custo resolvi assistir a uma só partida. Ao final daquele jogo, comecei a acessar alguns sites noticiosos de Mato Grosso, como o faço constantemente, e me chamam a atenção as notícias sobre a partida que eu acabara de assistir.

Percebi que vários dos portais locais reproduziam “ipsis litteris”, um único texto informativo produzido por uma dessas agências noticiosas ligadas a um jornalão de São Paulo. E olha que qualquer um dos repórteres dos sites poderia escrever algo sobre um jogo que a maioria da população assistiu pela televisão (os jornalistas inclusive), e assim revelarem a independência e autonomia na produção da informação, demonstrando a diversidade e pluralidade de opiniões.

Isso revela um outro aspecto que me intriga: diante de múltiplas fontes de informações, facilidades tecnológicas para investigar fatos e produzir notícias de qualidade, por que os nossos portais regionais continuam reproduzindo conteúdo dos grandes produtores de fake news?

Na última semana, o Facebook resolveu fazer um limpa e escolheu algumas “palavras-chaves” para identificar quem produzia e distribuía as fake news pela concorrida rede social. Concluiu que diversos perfis falsos e portais igualmente malandros reproduziam textos de ódio, discriminação e calúnia contra pessoas e ideias, e o “cérebro” disso tudo seria um grupo de militontos nazi-mirins que se auto intitula MBL, um conjunto de playboys da extrema-direita que possui uma caríssima e moderna estrutura destinada a produção, propagação e disseminação das fake news.

Essa rede delinquente foi amplamente utilizada desde o ano de 2014, e conseguiu manipular a opinião de parcela importante da sociedade brasileira, convencida a aceitar o “golpitimam”, e a receber, com naturalidade, a entrega do patrimônio brasileiro para os piratas estrangeiros, e legitimar uns bandoleiros que, com o golpe midiático/parlamentar/ judicial/empresarial, assumiram a gestão do país.

Mas o MBL, com suas inúmeras redes e perfis de contas falsas, criadas para espalhar desinformação e mentiras, é fichinha perto do volume de fake news que a “Rede Golpe” e outras corporações de mídia produzem. Sorte que a população desperta do torpor, já não acredita cegamente nelas, tanto é que os índices de audiência dessas fábricas de manipulação vêm caindo dia a dia.

O Instituto Paraná Pesquisas acaba de revelar que a internet, com seus portais, sites e mídias sociais, é a principal fonte de informação política da maioria da população, e não mais as TVs, os jornalões ou as revistas tradicionais. Foram tantos os cidadãos que deixaram de ler a Revista Veja (um panfletão do PSDB) que a empresa pediu recuperação judicial, porta de entrada da falência.

O golpe apoiado pela grande mídia foi um tiro no próprio pé dos lesa-pátria inimigos da democracia. Tanto é que, quanto mais eles batem no Lula, mais desabam no fosso do descrédito. Se por um lado eles caem, por outro, o ex-presidente cresce.

Lá em casa, há tempos que não assistimos TVs, rádios ou lemos qualquer uma das produções manipuladoras desses órgãos de desinformação. Porém, o potencial dessa gente de prejudicar o Brasil e fazer maldades contra o nosso povo continua enorme!

Neste ano eleitoral, portanto, fiquemos atentos e vigilantes, prontos para reagirmos cirurgicamente no momento preciso, em defesa dos interesses maiores do Brasil e do nosso povo. Um desses momentos é agora, não votando em partidos mancomunados com o golpe e em nenhum de seus representantes.

Antonio Cavalcante Filho, o Ceará, é sindicalista e escreve neste espaço às sextas-feiras - E-mail: antoniocavalcantefilho@outlook.com

Fonte RD News