A interferência indevida do Moro na política não tem limites. A 6 dias da eleição, ele tomou para si a delação feita pelo Palocci à PF com o objetivo exclusivo de repassar seu conteúdo à imprensa municiar novos ataques a Lula e ao PT para avariar a candidatura do Haddad.
Contexto Livre
Moro sequer deveria estar atuando, porque
há muito tempo, em março de 2016, deveria ter sido demitido do serviço
público, julgado e condenado à prisão pela gravação criminosa e
divulgação ilegal de conversas telefônicas da Presidente Dilma com o
ex-presidente Lula.
Protegido, porém, pelo judiciário de
exceção, o afilhado de casamento de Carlos Zucolotto – o ex-sócio da
Rosângela Moro que, segundo Tacla Duran, pedira U$ 5 milhões de propina
para facilitar acordo de delação premiada com a Lava Jato – continua
usando a toga e aparelhando o juizado para praticar crimes e perseguir
adversários.
O último crime do Moro foi no tormentoso
domingo de 8 de julho, quando ele – em férias, porém acorrentado ao réu
pelo qual nutre doentia obsessão – anulou decisão de magistrado de
instância superior do judiciário e mandou a pf desobedecer ordem
judicial que mandava libertar Lula do cárcere político.
A interferência indevida do Moro na
política não tem limites. A 6 dias da eleição, ele tomou para si a
delação feita pelo Palocci à PF com o objetivo exclusivo de repassar
seu conteúdo à imprensa municiar novos ataques a Lula e ao PT para
avariar a candidatura do Haddad.
Dois detalhes importantes: [1º] a delação
do Palocci sequer será usada por Moro como prova nos processos do Lula
que ele julga, o que explica o interesse puramente político dele em
perseguir Lula, e [2º] o ministério público recusou-se a fechar acordo
de delação com Palocci devido à enorme fragilidade das acusações e à
absoluta falta de provas.
Aliás, falta de provas é o mínimo que se
pode dizer das 12 páginas do depoimento do Palocci à PF. O documento
não contém uma prova mínima, um único documento, ou um reles
comprovante de que Lula tenha recebido ilegalmente 1 centavo de real
[R$ 0,01].
O depoimento, ao invés disso, coleciona afirmações genéricas e suposições vagas. Nele, abundam expressões como “segundo tem conhecimento …”, “soube que …”, “tem conhecimento mas …”, “… mas sabe que”, “podem ter sido …”, “que pode exemplificar que …”, “soube por terceiros que …”, “estima que …”, “que pode afirmar que …”, “que não pode garantir …”, “que soube por terceiros …”, “que se sabia que Lula …”, “que acredita que Lula …”, “que era comum Lula …”, “que a intenção de Lula …” etc.
A recompensa generosa que o estamento judicial concederá a Palocci em retribuição pelo trabalho sujo prestado é um acinte.
Ao celebrar acordo de delação, Palocci implicitamente se assumiu como
criminoso confesso e aceitou devolver, segundo divulgado, R$ 35 milhões
na forma de multa.
Em contrapartida, preservará outros tantos milhões do patrimônio acumulado de maneira que, como “se sabe por terceiros”, como ele diria, podem ter sido originados em ilícitos praticados em nome e benefício próprio e de sua famiglia.
Palocci ainda será generosamente recompensado com a redução de 2/3 da
condenação recebida, de sorte que ele, portador de cidadania italiana,
em breve poderá ser libertado para desfrutar seu butim, com os seus, na
Itália ou em outros paraísos no velho continente.
Jeferson Miola
Sérgio Moro é criminoso reincidente. Grampeou uma presidenta e um ex-presidenta fora dos prazos legais. Vazou o conteúdo da gravação para a Rede Globo. Admitiu a ilegalidade. Mas ficou solto graças ao corporativismo vil que comanda o judissíário.
Agora comete outro crime. Vaza supostas delações de um réu confesso, sem
provas, sem nada. Com base apenas na verborragia de Antonio Palocci.
Nem sequer o Ministério Público, de reconhecida complacência diante de
criminosos que provem suas teses, aceitou o rol de mentiras. Aliás, o
próprio Moro admite a chicana cometida, como lembra a defesa do
ex-presidente Lula:
“Moro juntou ao processo, por iniciativa própria ("de ofício"),
depoimento prestado pelo Sr. Antônio Palocci na condição de delator com o
nítido objetivo de tentar causar efeitos políticos para Lula e seus
aliados, até porque porque o próprio juiz reconhece que não poderá levar
tal depoimento em consideração no julgamento da ação penal.”
É hora de dar um basta ao uso político do que sobra do judiciário no
Brasil. Sérgio Moro envergonha os magistrados honestos, desmoraliza a
Justiça, age como capataz de interesses contrários ao Brasil e à
democracia.
O STF, se quiser manter o mínimo de respeito, ser levado minimamente a
sério mesmo depois da sucessão de desmandos que têm cometido, tem sua
chance de restabelecer algo de sua já diminuta credibilidade: afastar
Sérgio Moro imediatamente por parcialidade, dolo e infração reiterada às
regras da magistratura.